[Review] Antimatter – Fear Of A Unique Identity (2012)

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Duncan Patterson, ex-baixista do grupo Anathema, montou o seu projeto intitulado Antimatter em 1998. Sua sonoridade era uma mistura muito concisa de trip-hop, rock alternativo, um pouco de rock gótico, fugindo do seu passado mais “metal”. A cada disco se aproximava mais e mais do trip-hop e ia tomando tons menos voltados para o rock.

Isto tudo é passado neste novo e revelador disco. Em “Fear Of A Unique Identity” estamos diante uma mudança bem radical, colocando-o o projeto num patamar mais rock, mais simples e mais direto. Sem soar, contudo, como uma banda diferente, sem deixar de ser Antimatter.

A faixa de estreia, Paranova, abre de forma bastante forte, com uma pegada mais alternativa e até mesmo mais “indie” do rock. Em Monochrome o sintetizador dá um ar meio darkwave ao som. É um som mais introspectivo, inclusive, com umas pitadas de coldwave. Fear Of A Unique Identity é a música que introduz um lado mais romantizado, é uma balada pesada, densa. É quase uma música de darkwave, com pouca presença de guitarra e um trabalho muito grande com a voz. Continuando na linha mais devagar, Firewalking caminha (sem trocadilhos) de forma bastante progressiva. É mais depressive rock, com uma ênfase no sintetizador. É uma faixa bonita, com passagens remetendo levemente ao folk.

Uma das músicas mais emocionais é a Here Come The Men. Predominantemente acústica, é uma pedida ideal para o que virá, trazendo uma das marcas registradas do projeto, justamente suas faixas marcadas por violão e voz. Uniformed & Black volta a ter peso e consistência, trazendo um rock muito bem executado, com mais força em solos de guitarra e na melodia introspectiva e lenta. É a faixa de trabalho deles, contendo até mesmo um clipe oficial. Wide Awake In The Concrete Asylum marca um rock depressivo na mesma linha do Katatonia atual, mas com mais graves e incluindo uma parte ou outra de metal. Tem variações em suas linhas melódicas, com um apelo maior aos riffs. É diferente do que foi colocado nos outros trabalhos do Antimatter e ainda sim continua coeso e forte. A penúltima faixa, The Parade tem uma atmosfera quase doom metal, antecipando o final do disco. Com partes de violinos, contrastando com a bateria e a guitarra temos uma bela música para iniciar o final desta audição. A Place In The Sun soa como uma música antiga do Antimatter, modernizada e adaptada aos nossos tempos e que se mostra excelente para dar fim nesta viagem musical.

É sem dúvida um dos melhores discos deste ano. Mescla inovação, originalidade e, ao mesmo tempo, consegue resgatar uma musicalidade do passado. Tem identidade, tem força e deve ser escutado diversas vezes.

Setlist

  1. Paranova
  2. Monochrome
  3. Fear of a Unique Identity
  4. Firewalking
  5. Here Come the Men
  6. Uniformed and Black
  7. Wide Awake in the Concrete Asylum
  8. The Parade
  9. A Place in the Sun

Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.