AS DRAMATIC HOMAGE: Entrevista com Alexandre Pontes e Igor Goularth

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Sau­da­ções lei­to­res do Ground­cast. Fize­mos uma entre­vista com o Alexandre Pontes guitarrista e vocalista e com o Igor Goularth baixista da AS DRAMATIC HOMAGE. Banda esta que acabou de lançar o seu primeiro álbum neste ano e que merece atenção pelo som que fazem. Vale lembrar também que o Igor já deu uma entrevista ao blog anteriormente sobre seu projeto solo e pode ser conferida aqui.

GROUNDCAST A banda é um tanto quanto antiga, surgiu em 1999. Qual era a ideia principal quando criaram a banda?

ALEXANDRE PONTES: A nossa idéia e proposta musical no começo eram basicamente a mesma de hoje em dia: unificar elementos que possam enriquecer a música sem nos prender a regras de seguir um gênero específico. Mesmo que de imediato nossa música demonstre fortes ligações com o Metal Extremo, nós queremos sempre aprimorar as idéias e expandir nossa música mantendo nossas características, buscando sempre dar um passo a frente e jamais nos mantermos estagnados.

GROUNDCAST O primeiro registro é uma Demo, de 2001. Quando vocês a gravaram sentiram que lançar um full-length seria o próximo passo da banda?

ALEXANDRE PONTES: Sinceramente, não. Queríamos aproveitar aquela experiência boa que foi ter gravado o primeiro registro, mas não havia uma mentalidade centrada para isso, até porque isso parecia um sonho um pouco distante, quando a idéia que se tinha de gravar um CD estava somente associado a uma gravadora. Hoje em dia não é assim.

Queríamos seguir de alguma maneira. Pensamentos sobre gravar um Full-Length sempre existiram, mas prefiro acreditar que tudo acontece no momento certo e o momento era esse. Independente de quem passou pelo grupo, o importante é que houve mais atitude de minha parte, a idéia saiu da teoria e foi colocada em prática e é isso o que tem mais valor no momento.

GROUNDCAST Percebi que a banda sempre teve uma dificuldade grande em manter uma formação fixa, vocês acham que isso dificultou um pouco para ter uma maior regularidade para fazer shows ou até mesmo em gravações?

ALEXANDRE PONTES: A questão de não ter uma formação fixa desde 2005 certamente influenciou de maneira negativa em algumas atividades, mas de uma maneira geral, devido ao fluxo normal de uma banda que deseja permanecer na ativa, trabalhando, gravando, consegui levar a banda na ativa e em constante processo.

Há algum tempo, shows já não são prioridades para a banda. Gostamos sim de tocar ao vivo, mas preferimos realmente nos preservar de detalhes um pouco desagradáveis e financeiros. Afinal, já se passaram alguns anos e realmente não tenho pretensões de agir como a 10 anos atrás, movido por empolgações que não irão resultar em bons resultados para a banda. Deve haver uma troca de energia e valores, e se isso não pode acontecer, preferimos nos manter concentrados em outras atividades do grupo.

GROUNDCAST Na opinião de vocês, existe alguma banda ou até mesmo algum gênero que influenciou a dinâmica musical da banda?

ALEXANDRE PONTES: Não poderia apontar um gênero específico que pudesse nos direcionar. Cada um na banda tem suas preferências musicais e particularmente, sempre gostei de muitos estilos alguns fora do termo “Metal” e nunca quis focar em um e me limitar.

Penso que nossa música sempre tem buscado diversidades e emoções diferentes e caso estivéssemos presos há somente um estilo, talvez essa forma de trabalhar e transmitir nossa música não poderia ser possível e tão fiel. Estamos satisfeitos com essa opção e atitude.

IGOR GOULARTH: O ouvinte pode e vai encontrar elementos familiares de diversos gêneros em nossa música, porém, a grande diferença se dá na forma pela qual eles utilizados, trabalhados e transmitidos. Até seria possível dizer algumas bandas e gêneros, porém, isso limitaria as pessoas somente a um ou outro grupo, o que não é muito interessante para nós. Preferimos deixar que as pessoas ouçam e absorvam esse material, para que assim, possam definir como desejarem.

GROUNDCAST Neste ano, eis que vocês lançaram o debut, “Crown”. Como que foi esse processo de concepção até o seu lançamento?

ALEXANDRE PONTES: O processo começou a ser idealizado no final de 2009 e engrenou no ano seguinte. Começamos a pré-produção no estúdio HCS dos amigos da banda de Thrash Metal HICSOS, aqui no Rio de Janeiro, e durante esse período, eu vinha mantendo em paralelo às atividades no estúdio, gravando e depois em casa, analisando os detalhes que poderiam ser alterados, aprimorados e acrescentando algo nas programações.

Me dediquei bastante e me mantive muito atento. Sobre o título do CD, optei por algo objetivo e forte, algo que pudesse simbolizar o que seria uma conquista e a soberania de tudo. No meu caso, eu tinha o poder sobre o que desejo expressar com a música da banda e sobre a minha conquista depois de todos esses anos, superando várias dificuldades, então particularmente, me sinto muito orgulhoso por ter concluído esse material.

GROUNDCAST Para uma banda com mais de 10 anos de existência, o que foi crucial para que continuasse existindo?

ALEXANDRE PONTES: Essa é de fato uma pergunta que às vezes faço a mim mesmo. Acredito que tudo parte de um determinado princípio e opção. Conheço muitas pessoas que abandonaram a música ou tratam essa arte de maneira fútil e sem valor porque não obtiveram “sucesso” ou não ganharam dinheiro, porque a família não quer, só tem prejuízos e etc.

Depois de todos esses anos envolvidos com música, eu sempre tive consciência sobre todas essas e outras dificuldades, porém é o que eu gosto, é onde me encontro. Resumindo: Como posso abandonar a mim mesmo?

Sempre teremos dificuldades, com ou sem a música, então é de fato uma opção de cada um mesmo. A única coisa realmente diferente do começo para a atualidade, são os objetivos e a maneira de conduzir determinadas situações. O desejo de permanecer e seguir adiante explorando nossas criatividades e capacidades para melhorar ainda é muito intenso, porém, com mais maturidade.

GROUNDCAST Fazendo uma auto-avaliação da banda, vocês acham que estão conseguindo se relacionar bem com a internet e todas as suas ferramentas, no sentido de saber aproveitar e saber onde investir mais?

ALEXANDRE PONTES: Estamos começando a caminhar em relação à divulgação do material até porque, o lançamento dele é bem recente. E a internet de fato ajuda bastante, mas não adianta somente ficar o dia todo sentado na frente de um computador mandando textos e imagens para todos os cantos, sem um foco específico. No nosso caso, iremos em breve divulgar todos os aspectos atuais da banda, não somente do CD e certamente, disseminar nossa música a maior quantidade e distâncias possíveis.

IGOR GOULARTH: A internet nos ajuda a explorar lugares que antes, eram de difícil ou impossível acesso. Podemos divulgar nossa música ao redor do mundo, conhecer novas bandas e fazer esse intercâmbio entre as bandas, algo que eu particularmente, acho essencial nos dias de hoje. Por agora, trabalhamos na divulgação do CD, e em breve, estaremos trazendo ainda mais novidades.

GROUNDCAST Bom, já que praticamente cumpriram metade do caminho do que acredito ser uma nova etapa para banda, que é o lançamento de um Full-Lenght, quais são os próximos planos? Shows para divulgação do álbum?

ALEXANDRE PONTES: Os planos até o final desde ano estão inteiramente focados na divulgação do CD e havendo oportunidades, certamente estaremos realizando alguns shows. Estamos nos empenhando para fazer algo realmente muito interessante ao vivo e é um grande prazer para o grupo poder compartilhar esse trabalho ao vivo, porém com as condições necessárias. Não queremos prejudicar nossa música por motivos vazios.

IGOR GOULARTH: Além da divulgação do álbum, caso apareçam oportunidades, faremos shows e iremos promover nosso álbum. Estamos nos empenhando muito em estúdio para garantir que nossas músicas sejam apresentadas com a qualidade que desejamos. E particularmente, eu mal posso esperar para voltar aos palcos oficialmente, depois de quase 2 anos! (risos)

GROUNDCAST Gostaria de repetir uma mesma pergunta que já fiz anteriormente em outra entrevista: O que vocês acham da ideia de um lançamento de um split ou algo semelhante entre bandas cariocas?

ALEXANDRE PONTES: Uma coletânea seria o idealJá pensei sobre isso e porque ainda não fizeram, eu não sei, mas seria interessante e acredito que as bandas envolvidas nesse projeto representariam muito bem nosso Estado. Temos ótimos e diferentes representantes dentro de cada estilo. Eu particularmente não acharia interessante se houvesse somente bandas de um estilo específico como Thrash, Death, enfim…

Deve haver coerência, equilíbrio e uma dose de bom senso em relação à proposta ideológica do trabalho, digamos até da postura de cada banda também. Deveria, de fato, ser algo que pudesse trazer um retorno amplo e bom para todos.

IGOR GOULARTH: Seria um feito muito interessante, principalmente, se esse material contivesse músicas exclusivas e fosse prensado oficialmente. Esse tipo de atitude pode abrir portas dentro e fora do país, pois além de mostrar o que o Rio de Janeiro tem a oferecer, pode também atrair a atenção de selos, revistas, bem como novos fãs para as bandas.

GROUNDCAST Bom, gostaria de agradecer pelo tempo e atenção dedicada a esta entrevista para o GROUNDCAST, e deixo o espaço aberto para deixarem alguma mensagem.

ALEXANDRE PONTES: Nós é que agradecemos pela atenção e oportunidade de divulgar nosso material! E aos, leitores conheçam nosso novo CD, ”CROWN”!

IGOR GOULARTH: Obrigado ao GROUNDCAST pela entrevista, aos leitores e a todas as pessoas e bandas que tem nos apoiado e que aguardaram pacientemente pelo nosso álbum. Espero que curtam o trabalho! Mais uma vez, muito obrigado e um forte abraço!

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