Corrections House – Know How to Carry a Whip (2015)

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Corrections House - Know How to Carry a Whip (2015)
1. Crossing My One Good Finger
2. Superglued Tooth
3. White Man’s Gonna Lose
4. Hopeless Moronic
5. Visions Divide
6. The Hall Of Cost
7. When Push Comes To The Shank
8. I Was Never Good At Meth
9. Burn The Witness

Eu confesso que quando ouvi o primeiro disco do Corrections House, o Last City Zero, tinha uma expectativa bem diferente do resultado que este trabalho mais recente se tornou. Ainda bem, pois trouxe elementos que tornam o disco super interessante e, acima de tudo, muito diferente de qualquer outra banda de metal.

Para quem não sabe, o Corrections House é um projeto do fundador do Neurosis,  Scott Kelly e o Mike IX Williams, do Eyehategod. No primeiro trabalho foram para um lado bem sludge/doom e neste realizaram uma mudança muito significativa, abraçando o electro-industrial e o EBM old-school, cozidos com muita guitarra distorcida. É como misturar o Skinny Puppy com o Black Sabbath e um vocal hardcore. Com o uso de muitas batidas eletrônicas, texturas ríspidas, em alguns momentos até soam parecidos com o Acyllum, por colocarem sons de armas e de discursos.

Corrections-House-Promo

Para mim os grandes destaques são White Man’s Gonna Lose, com uma batida super ríspida, é quase uma música de EBM. Com muito peso, muita distorção, nem mesmo parece ser executada por uma banda de metal. Superglued Tooth tem uma linha de voz estilo “spoken words”, lembrando um pouco do rap americano e guitarras com riffs super densos. Uma das músicas mais diferentes deste álbum é a Visions Divide, contando com um violão e alguns instrumentos de sopro, uma pegada meio jazzy com um pouco de noise. I Was Never Good at Meth tem uma forte influência de outro peso-pesado, o Godflesh, visível pela marca de Power Electronics que essa música traz. Talvez uma versão mais palatável do Whitehouse, com algumas guitarras de fundo criando harmonia com a forte distorção que dá a tônica da música.

No saldo final, é um disco fino, raro, mas não para todos os públicos. Talvez não seja para você, caso goste algo mais normal, menos eletrônico, menos ríspido e introspectivo. Mas se você não é essa pessoa, pode ouvir bem alto, pois é um daqueles trabalhos cujo rótulo metal não consegue ser suficiente para descrever a experiência de ouvir Know How to Carry a Whip.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.