Dez discos góticos lançados em 1997

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Assim como eu fiz no ano retrasado, nesta outra lista, trago para vocês dez discos góticos bem legais que completam vinte anos em 2017. São discos que muita gente gosta, sobretudo porque ainda pertencem a um momento em que o gótico amadureceu enquanto gênero e produziu um monte de bandas interessantes. Mesmo que você não goste de algumas dessas bandas, elas são importantes e merecem muita atenção sobretudo da galerinha que quer conhecer melhor o gênero e não sabe por onde começar.

Bella Morte ‎– Remains

Esse é o disco de estreia do grupo, que apresenta uma musicalidade com uma forte influencia do punk e do new wave. Pessoalmente eu nunca fui um grande fã do grupo, sobretudo por muitas vezes a musicalidade parecer meio “forçada demais” pro meu gosto. Contudo, ao re-escutar esse trabalho, percebo que existe alguma coisa interessante ali, que se diluiu muito nos discos mais recentes, cuja musicalidade está mais próxima do metal.

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Suspiria ‎– Drama

 

Depois do lançamento de The Great And Secret Show, o grupo Suspiria traria ainda mais um grande disco de gothic rock com fortes influencias de new wave e alguma coisa de synthpop. Infelizmente é um trabalho que muita gente costuma ignorar, além da banda não ter sobrevivido depois dos anos 1990. Uma pena, de verdade, pois o trabalho deles ainda continua incrível, mesmo fora dos streamings das vida.

Born For Bliss ‎– Flowing With The Flue

 

Esse é um disco de estreia muito interessante de ser escutado, sobretudo porque traz um gothic rock com bastante vigor e força, com guitarras mais pesadas do que normalmente aparecem no gênero e também por dar um sopro de criatividade para outros grupos que viriam a seguir. O fato de dois dos membros desse grupo, Frank Weyzig e Willem van Antwerpen terem trabalhado com o Xymox durante um tempo certamente influenciou neste disco, que teve uma belíssima versão remasterizada, que deve ser conferida.

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Switchblade Symphony ‎– Bread And Jam For Frances

As moças do Switchblade Symphony tiveram um excelente começo em 1995 com o Serpentine Gallery, seu disco de estreia, com um darkwave bastante atmosférico e responsável por grandes hits como Clown e Dollhouse. No segundo trabalho podemos ver a combinação com o trip hop, cuja popularidade crescia no mundo todo, sobretudo pelos grupos Massive Attack e Portishead, cujas influencias são tão notórias nesse álbum que é bem difícil de dizer ao certo se é um disco de darkwave ou de trip hop. Contudo, a produção desse disco deixa um pouco a desejar em algumas passagens.

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Seraphim Shock ‎– Red Silk Vow

Depois de sete anos de preparação e produção o grupo americano Seraphim Shock apresenta seu primeiro disco, misturando muito do heavy metal com a música eletrônica e o gothic rock. É talvez um dos trabalhos mais pesados dessa época, com uma sonoridade densa, nem sempre tão dançante, mas com uma boa produção à época. Uma pena que ainda permaneça meio que “desconhecida” de muita gente dentro da cena, mesmo com clássicos como After Dark, Rise & Resist e Kitty’s Dead. Vim a tomar conhecimento dessa banda lá pelos idos dos anos 2000 quando reencontrei um velho amigo meu e fui na casa dele, quando ele me mostrou a Kitty’s Dead e, posteriormente, na faculdade, um outro amigo meu, fã de Vampiro: A Máscara, me mostrou a compilação do Music From the Succubus Club.

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Nosferatu ‎– Lord Of The Flies

Nosferatu é um grupo dos anos 1980 que lança seu primeiro disco, o Rise, em 1993. Este trabalho, Lord of the Flies, é o quarto, vindo de uma trinca de discos fodas para caralho, seguida de um trabalho meia bomba (Revamped) e um disco bom, mas que não conseguiu grande destaque (Wonderland). Para mim o Lord of the Flies é um dos melhores discos de gothic rock, sobretudo por trazer grandes clássicos como Witching Hour e Darkness Brings.

Diary Of Dreams ‎– Bird Without Wings

Sou um grande fã do Diary of Dreams e ainda espero que a banda volte a lançar bons discos, pois ainda ando muito decepcionado com trabalhos como The Anatomy Of Silence, Elegies In Darkness e Grau Im Licht. E esse sentimento fica ainda mais forte quando volto para o terceiro trabalho do grupo, segundo lançado pela própria gravadora do Adrian Hates. 

Bird Without Wings é um excelente disco de música eletrônica, pendendo demais para o synthpop, com canções muito bem arranjadas, que infelizmente não funcionam para uma performance ao vivo, com exceção da excelente Ex-ile. É um disco gostoso de escutar, com uma porrada de boas músicas que soam muitas vezes como um lado B da banda, que poderia ser melhor explorado, quem sabe, em discos futuros, para que deixem de soar tão genéricos como tem soado.

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Gothic Sex ‎– Laments

Para mim o Gothic Sex é uma das bandas mais injustiçadas da cena gótica mundial. Primeiro porque também pertencem ao seleto grupo de bandas que infelizmente não conseguiram chegar nos anos 2000 e também por fugirem da forma “Sisters of Mercy” que muitas bandas seguem até hoje. Sua sonoridade traz um bocado de influência de metal, com riffs bem pesados, mas sem deixar de ser uma banda de gothic rock.

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Inkubus Sukkubus ‎– Vampyre Erotica

Essa foi mais uma das bandas que conheci na minha época de faculdade conversando com algumas pessoas. Para mim esse é o melhor trabalho deles, embora o Belladonna & Aconite também seja um puta discaço. Vampyre Erotica é recheado de canções com temas ligados ao paganismo e é tão importante dentro do histórico da banda que chegou até a compor a trilha do filme britânico The Vampires of Bloody Island. Só a música-título já dá a dimensão de quão bom é o trabalho deles.

The Awakening ‎– Risen

A África do Sul tem uma cena bem legal de rock gótico, com boas bandas como o The Eternal Chapter. Arrisco-me a dizer que o The Awakening é o maior grupo sul-africano do gênero e teve sua estreia no ano de 1997 com o disco Risen. Musicalmente é um trabalho que flerta muito com o post-punk e tem uma influência forte de gente de peso como o Bauhaus e o Joy Division e tem um cover de The Sound of Silence muito competente. A sonoridade da banda iria mudar radicalmente no terceiro disco do grupo, Ethereal Menace, lançado dois anos depois, onde a veia gothic rock iria pulsar mais forte.

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Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.