Dez Discos para Conhecer o Neofolk

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Se você gostou da matéria sobre neofolk, certamente ficou pensando: olha, por onde eu começo? Para atender a este desejo, fizemos uma lista com dez discos para quem gostaria de começar a conhecer este que é, sem dúvidas, um dos gêneros mais produtivos dos últimos tempos.

Death In June – Thè Wäll Öf Säcrificè (1989)

Este é um grande discos de um dos pais do neofolk. Conta primeiramente com a música “Fall Apart”, já sendo clássica por ela mesma, além de uma participação do Boyd Rice em músicas como Bring In The Night e do David Tibet (do Current 93) em “In Sacrilege”. Além disto traz um lado mais sombrio que guarda muita coisa do industrial, mais um lado folk rock.

Sol Invictus – Let Us Prey (1992)

Ao sair do Death In June, Tony Wakeford funda o Sol Invictus. E é com este disco que ele consolida o grupo como um dos grandes expoentes do estilo. Melodias acústicas, com diversos sons mesclados criam um clima sombrio e melancólico, em canções que tentam resgatar o paganismo europeu em suas raízes. A faixa título é um grande destaque, além de “Angels Fall” e uma belíssima parte acústica mesclada com uma bateria quase militar.

Current 93 – Swastikas For Noddy (1988)

David Tibet inaugurou uma estética neofolk mais esotérica, mas no disco “Swastikas for Noddy” temos ainda algo muito próximo do Death in June mesclado com música psicodélica (o psych folk). Vale também pelas participações como a de Freya Aeswynn (renomada runóloga) e John Balance, além de Douglas P. fundador do Death in June. Destaques ficam com as músicas “The Summer Of Love”, “Scarlet Woman” e “Angel”

Lady Morphia – Essence And Infinity (2006)

Este grupo inglês possui característica muito interessante, que é a de mesclar o post-industrial com a música folclórica e ainda com uma pitada de rock. Talvez menos experimental que a média para o estilo, ainda sim é algo muito bom para quem depois deseja se aventurar no dark folk, com algumas marcas de música marcial. As músicas que se destacam são “Ancestral Memories”, “Fallen Empires”, “Widerstand”.

Spiritual Front – Armageddon Gigolo’ (2006)

Sexo, filosofia e música folclórica francesa marcam boa parte dos trabalhos do Spiritual Front. Eles são um dos grandes nomes da leva do Apocalypse folk, onde levam toques da chanson francesa, além de letras com alto teor de sexo, blasfêmia e filosofia. As músicas “Bastard Angel”, “Love Through Vaseline”, “Jesus Died In Las Vegas” e “No Kisses in the Mouth”.

Sangre Cavallum – Veleno De Teixo (2007)

Primeiro, é uma banda que leva a música e a tradição ás últimas consequências. Vindos de Portugal, o trabalho recupera boa parte da sonoridade tradicional da Lusitânia, cantando músicas numa língua inventada, algo como um misto de português com galego e ainda regravam músicas como “Chin Glin Din”. E é no “Veleno de Teixo” que temos um trabalho maduro, mesclando desde o folk tradicional galego ao psych folk da melhor qualidade. Destaques para “Ó Menino Ó”, “Chin Glin Din” (música tradicional, cantada em mirandês), “Sagrado Teixo / Cruel Vento” e “Cantiga”.

Ordo Rosarius Equilibrio – Apocalips (2006)

Após trocarem o nome de Ordo Rosarius para Ordo Rosarius Equilibrio, o grupo mudou o direcionamento de uma música muito mais próxima do electro-industrial para o neofolk propriamente dito. Este é um disco que mescla música militar, folk, pop, eletrônico, numa mistura parecida com a do Spiritual Front, onde as letras também tendem a uma temática sexual, mas mais ligada ao sadomasoquismo e também com uma veia altamente filosófica. Destaque para as músicas “(Mercury Rising) Seduced By The Kisses Of Cinnabar Sweet”, “Who Stole The Sun From Its Place In My Heart” (com fortes influências de Death in June), “When We Murdered The World On The Fourteenth Of May”. Sim, os nomes das músicas são grandes.

Blood Axis – Blót: Sacrifice In Sweden (1998)

Blood Axis é um projeto de Annabel Lee, Michael Moynihan e Robert Ferbrache. Este último, inclusive, este envolvido com bandas como Human Head Transplant, Soul Merchants, Changes, Czars e The and Slim Cessna’s Auto Club. E é com este disco que o grupo começa a aparecer. Musicalmente temos uma mescla de neofolk com industrial e música com um toque mais militarístico, causando alguns problemas para a banda, que foi considerada fascista pelo teor das composições. Vale ouvir as músicas “Herjafather”, “The Gospel Of Inhumanity” e “Eternal Soul”.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.