Dez razões para o funk ter mais atitude que o rock

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Conversa com as camadas mais populares

O rock, na sua origem, nasceu nas camadas mais pobres. Filho do blues, era a música do jovem insatisfeito com o mundo, de pessoas que propunham mudanças na maneira que a música popular era feita. Foi uma era de experimentalismos e também de grandes músicos.

O grande problema surge com o tempo. O gênero passou a ser incorporado cada vez mais à cultura de massa e se transformou num rótulo. Os grupos pararam com os experimentalismos, a música passou a atender um “padrão de qualidade” e as temáticas se afastavam das pessoas fora da classe média.

E é nisto que o funk assumiu um papel forte para estas pessoas. Seja na favela do Rio de Janeiro ou num conjunto de classe média, as composições falam para estas pessoas. Por isto a necessidade delas serem simples. É o direto de expressar a cultura com os conhecimentos e as capacidades possuídas. É um grito e um tapa na cara para quem está fora e, também, a expressão de certos desejos, como o sexo, o dinheiro, o acesso ao mundo de consumo, o amor e a sua visão de mundo.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.