ENTREVISTA: Cecilie Langlie

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GroundCast: Primeiramente, obrigado por nos conceder essa entrevista. Para resumir as coisas, tudo começou quando eu visitei Oslo, e lá eu conheci duas de suas bandas, Skumring e Omit. Posso dizer que adorei as bandas a primeira ouvida, infelizmente não encontrei os CDs para vender. 🙁

Cecilie Langlie: Espero que você tenha gostado de Oslo. Me desculpe pelos CDs, noruegueses não se importam muito com Doom Metal, então não nos preocupamos muito em deixar nossos CDs nas lojas. Mas olhe, nossos lançamentos mais recentes podem ser encontrados aqui (www.secretquarters.com). Para facilitar, todos com free shipping.

GroundCast: Bom, para começar, como foi sua trajetória musical?

Cecilie Langlie: Bom, eu comecei tocando clarinete e tendo aulas de canto em uma escola de música quando eu tinha por volta de seis anos. Em pouco tempo eu percebi que eu gostava mais de cantar do que de tocar clarinete e por essa razão me foquei mais no canto. Continuei com as aulas, cantando em concertos, casamentos, funerais e outras festas e ocasiões. Quando eu tinha treze anos eu comecei a minha primeira banda e então foi aí que tudo começou para mim.

GroundCast: Quais são as suas influências?
Cecilie Langlie: Sou influenciada por boa música, seja ela clássica, pop, metal, folk ou qualquer coisa completamente diferente. Sou inspirada pela música em si, pela harmonia, pelos acordes, melodia, atmosfera, som. Isso é o que eu busco para me influenciar emu ma música.

GroundCast: Você tem duas bandas de Doom Metal e devo dizer que é bem inusitado ver uma mulher cantando nas duas (sem preconceitos), isto foi uma grande surpresa a primeira vez que escutei, uma surpresa boa. A pergunta é, por qual razão tocar Doom Metal? Você se sente mais conectada a esse tipo de música?

Cecilie Langlie: Existiam bandas de Doom Metal com vocalistas femininas antes do Skimrin e Omit existirem. The 3rd and the Mortal é um exemplo, e eu me inspire muito na vocalista Kari Rueslåtten para minhas performances. E veja, eu gosto de fazer vários tipos de música, não gosto de limitar a mim mesma e quando as pessoas perguntam o motivo de tocar Doom Metal, eu simplesmente respondo “E porque não?”. Mas o principal motivo é: O Doom Metal permite com que você explore outros estilos, muitas coisas que não conseguimos explorar tocando outras coisas. Para mim Doom Metal é uma das músicas mais bonitas que existe. Eu me sinto muito bem ouvindo e criando esse tipo de música.

GroundCast: Recentemente você lançou um EP com seu projeto de Neofolk, Havnatt. Ele é maravilhoso de muitas formas. Conte-nos um pouco mais sobre o pasado da banda. Quando você teve a ideia de fazer Neofolk?

Cecilie Langlie: Havnatt começou em 2006 quando a família Skagest nos contratou para musicar os poemas de Tormod Skagestad. Nunca pensamos nela como Neofolk ou como um projeto, é apenas a música que vem naturalmente quando lemos os poemas de Tormod. Acredito que decidimos tornar isso “um projeto” após participarmos da coletânea “Whom the Moon A Nightsong Sings” da Prophecy Production. Então lançamos o EP Havdøgn em Fevereiro e agora estamos trabalhando para lançar um álbum, que sera lançado pela “Secret Quarters”.

GroundCast: Ainda falando do Havnatt, posso afirmar que é uma das músicas mais bonitas que já ouvi. Tudo soa tão natural, como vindo realmente da alma. Onde você busca inspiração para as músicas?
Cecilie Langlie: Boa parte da inspiração vem dos poemas de Tormod e dos arranjos de Tom Somonsen. Acredito que que muita tristeza pode ser encontrada nas terras Norueguesas. Adicionando o instrumental e outras melodias que sempre me inspiram.

GroundCast: Voltando ao metal, eu vi que você possuí uma banda de Gothic Metal chamada Vagrant God. Procurei em todos os locais e não encontrei em nenhum lugar. Estou realmente  curioso para ouvir, o que você pode nos dizer a respeito?

Cecilie Langlie: Vagrant  God é um projeto com Kjetil Ottersen e Tom Somonsen. O projeto é de 2007, quando conversamos sobre escrever um projeto de Gothic Metal, mas infelizmente tivemos problemas com a gravadora. Para resumir tudo, nós nunca lançamos o álbum e ele está em nos nossos arquivos desde então. Kjetill remasterizou o album e ele sera lançado pela Secret Quarters em breve.

GroundCast: Você trabalha com música diretamente ou isto é apenas um hobbie?

Cecilie Langlie: Eu tento ganhar dinheiro com a minha música, então acredito que tenho um certo tipo de relação com o trabalho. Faço parte de um gravadora. Posso lhe dizer que faço tudo isso por gostar. Não ensino música, pois eu prefiro ter uma abordagem artística ao invés de educacional.

GroundCast: Estamos na era digital, onde várias pessoas baixam músicas gratuitamente. Temos que analisar vários fatores que mudam de país para país, muitos locais os CDs simplesmente não chegam ou as pessoas não tem acesso a um cartão de crédito internacional para comprar. Qual sua opinião sobre tudo isso?

Cecilie Langlie: A revolução digital é boa. Hoje em dia é muito mais fácil e barato ter acesso a músicas e por conta disso, muitas gravadoras ruins fecharam. Nós ainda prensamos CDs por que nossos fãs pedem, mas se em algum momento eles pararem de consumir esse tipo de material nós faremos apenas venda e distribuição digital. Não acredito no argumento de “eu não posso comprar, então vou roubar”, tem muito mais coisas envolvidas e esse seria um debate que levariam horas para não chegar a lugar nenhum. Se todos pensarem desse jeito, nenhum artista ganharia por seu trabalho e provavelmente muitos bons trabalhos nunca seriam gravados.

GroundCast: A Noruega tem ótimas bandas como Ihsahn, Leprous, Emperor, Dimmu Borgir, Borknagar e In Vain, eu posso ficar o dia todo listando bandas aqui e nunca vai acabar, mas basicamente vejo muitas bandas de Black Metal. Como é a cena norueguesa?

Cecilie Langlie: A cena Doom Metal norueguesa não é tão produtiva e próspera como era no começo dos anos 90. Sim você está certo em relação com a cena norueguesa, a maioria das bandas são de Black Metal, mas sinceramente, não me importo se a cena Doom Metal um dia foi mais ativa ou não, apenas faço a minha música.

GroundCast: Se Cecilie não fosse cantora, o que ela seria?

Cecilie Langlie: Provavelmente veterinária.  Amo animais e quando era criança queria ser veterinária.

GroundCast: Existe algum outro projeto que gostaria de compartilhar?
Cecilie Langlie: Bom, já falei sobre o Havnatt e o Vagrant God. Por enquanto não tenho mais novidades.

GroundCast: Bom Cecilie, obrigado pelo seu tempo. Agora este espaço é seu, para falar algo para nossos leitores. Tusen takk 🙂
Cecilie Langlie: Muito obrigada pela entrevista. Um enorme obrigado para nossos fãs pelo mundo. Esperem por novidades e informações sobre o lançamento dos álbuns do Vagrant God e Havnatt.


Ilustrador, designer, vocalista, artista plástico e pentelho ans horas vagas. Fã de heavy metal e outras coisinhas mais.