ENTREVISTA: Eufobia

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Vindos da Bulgária, essa banda de Death Metal tem um som consistente e bem executado. Tivemos a oportunidade de conversar com Niki, guitarrista e vocalista da banda que em um papo bem descontraído nos contou um pouco da historia do Eufobia. Se você gosta de ouvir Death Metal e procura uma banda que tenha boas músicas e idéias procure escutar-los e garanto que não irá se arrepender.

GroundCast: Você poderia nos contar um pouco da história da banda?

Comecemos com a formação, meu nome é Niki, vocalista e guitarrista e também o fundador da banda. Antes de formar o Eufobia eu era membro de outra banda, mas eu não me sentia feliz com o som que estávamos tocando, pois os outros membros queriam fazer covers de bandas famosas para tentar ganhar algum dinheiro.

Foi então que decidi montar a minha própria banda. Convidei Stefan, o baixista e Blago, nosso baterista. Nosso segundo guitarrista veio apenas anos mais tarde e desde então nenhum membro foi substituído e eu me sinto orgulhoso desse fato. Na primavera de 2008 nós embarcamos em nossa primeira turnê com a Banda Carnal da Polônia, foram apenas algumas semanas, mas quando voltamos dessa turnê já caímos na estrada de novo e dessa vez com as lendas do Onslaught e a banda grega Suicide Angels. Essa experiencia mudou as nossas vidas, pois vimos como as bandas grandes agem, como elas se preparam e decidimos tornar tudo mais profissional. Com o passar dos anos nós tocamos juntos com grandes noves do metal como Arch Enemy, Dark Tranquility, Rotting Christ, Vader, Immolation, Onslaught, Malevolent Creation, Pyogenesis, Gorgoroth, Primordial, Sinister, Broken Hope, Christ Agony, E-force, Agathocles, Negura Bunget, Suicidal Angels  e muitos outros.

Somos uma das poucas bandas da Bulgaria que fazem turnês pela Europa de forma regular. Lançamos três álbuns até o momento, Insemination de 2010, Cup of Mud em 2011 e o último que chamamos simplesmente de Eufobia lançado no final de 2016. Esses discos tem distribuição mundial graças ao nosso selo Wizard LTD.


GroundCast: Quais são as suas influências?

Eu acredito que nossa força e criatividade estão ligadas ao fato de que todos nós ouvimos muitas coisas dentro do rock e do metal. E também temos diversas influencias musicais que são um pouco não convencionais.

Decidimos tocar algo mais underground dentro do metal e isso nos dá a liberdade de tocarmos o que realmente queremos. Muitos nos classificam como Death Metal, mas eu diria que o que tocamos é muito mais próximo do Thrash e do Rock and Roll. Não queremos copiar alguma banda em particular e não temos medo de experimentar.

Eu escuto grunge, rock, punk, black metal, death metal, hard core, grindcore e basicamente qualquer coisa que tenha uma guitarra distorcida. Eu posso facilmente listar bandas que me influenciaram, Napalm Death, Morbid Angel, Motorhead, Gojira, Dark Tranquility, Rotting Christ, Vader, Immolation ou Behemoth por exemplo, mas uma que me realmente me influenciou foi o Death, sem dúvida nenhuma e você pode sentir e ouvir isso nas músicas que eu crio.

GroundCast: Em 2016 vocês lançaram o álbum Eufobia. Antes em 2011 lançaram o “Cup of

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Mind”. O que mudou na banda nesses  anos e por qual motivo precisaram de 5 anos para lançar esse disco?

Muito mudou nesses anos, exceto nós. Permanecemos os mesmo filhos da puta loucos que ainda tem muitas ideias loucas e crenças. A única diferença é que agora temos mais experiência do que tínhamos no começo e sabemos como fazer as coisas acontecerem da melhor forma passivel. Nossa música mudou, pois estamos explorando novas idéias e devo dizer que o trejeto ainda está longe de acabar. Estamos preparando músicas para o nosso quarto álbum e elas soam totalmente diferente do que vocês ouviram no terceiro. Demoramos tanto tempo para lançar nosso terceiro álbum, pois não queríamos fazer nada as pressas e nem ter um compromisso para acelerar as coisas e este foi o fator principal para essa demora. O processo de criação foi muito doloroso por assim dizer, mas foi totalmente gratificante. Não teríamos conseguido sem a ajuda de alguns amigos.

GroundCast: Vocês são da Bulgaria, eu gostaria de saber como é a cena metal do país de vocês?

Nossa cena metal não é tão grande quanto do Brasil, mas nós temos muitos shows então na Bulgária com bandas famosas e do meio underground. Esses shows costumam ter bastante gente especialmente se são localizados na cidade de Sofia que é a capital da Bulgária e a cidade que vivemos.

Quanto mais afastado da capital menos trânsito mental você vai encontrar mas, é pelo simples motivo em que as pessoas preferem trabalhar viver aqui que é o coração do país. Eu por exemplo, passei praticamente toda minha infância numa cidade pequena montanha, mas a minha família se mudou para capital há muito tempo. Nós temos muitas bandas locais que fãs que acompanham essas bandas expressou as conhecem umas as outras. Quando vou no show É muito comum que encontra pessoas que eu conheço, mas infelizmente não temos uma banda da Bulgária que é realmente famosa.

GroundCast: Como o processo de composição da banda?

Amor partir das músicas que criamos ou foram escrita por mim ou pelo outro guitarrista, mas todos da banda de ideias também. Escrever maioria das letras, mas o nosso baterista ajudou em algumas outras. A ideia das músicas costuma a vir do nada. Algumas vezes as melodias aparecem como estou tocando apenas para me divertir em casa em outros momentos como estou simplesmente dando rua, momento esses que eu corro para casa para poder escrever tudo que veio na minha mente.

Uma vez que eu consegui colocar todas as melodias juntas amostras para banda que Todos são livres para adicionar e criticar quaisquer pontos. Após isso, Eu encaixotei tanta melodia que compomos e ensaiamos um pouco e então estamos prontos para mostrar os anos que para público.

Devo dizer que com freqüência nós brigamos e discutimos uns com os outros, mas essa é uma parte essencial do nosso processo de criação. Tem muita paixão envolvida para se criar algo e se queremos fazer direito, temos que estar 100% nisso.

GroundCast: O que o nome EUFOBIA significa para a banda e como isto está integrado com o tipo de música que vocês fazem?

Quando chegou a hora de dar um nome para a banda nós tínhamos uma lista gigantesca e pegamos o que acreditamos ser o que mais se encaixasse com o que pretendíamos tocar.. A palavra vem do grego e significa “medo do bem”. Não vou dizer que estamos com medo das coisas boas da vida, mas no mundo que vivemos atualmente, atos de altruísmo parecem algo surreal e falso e isso é o que tentamos explicar e passar com as nossas músicas.

GroundCast: Você conhece alguma banda do Brasil e gostaria de saber se já receberam algum convite para tocar aqui?

Adoraríamos tocar no Brasil, mas infelizmente ainda não tivemos a oportunidade. O problema é que o seu país é muito longe do nosso e os tramites necessários para que esse show aconteça são muito caros.

Acredito que cedo ou tarde isso pode acontecer, mas apenas o futuro nos dirá. Sobre bandas, bom, somos grandes fãs de Sepultura, mas eu gostaria de mencionar uma outra banda daí. Depois do lançamento do disco “Insemination” nós fitemos uma pequena turnê européia e tivemos a oportunidade de tocar com o pessoal do Krow. Passamos um mês e meio com eles e foi sensacional.

GroundCast: Estamos na era da internet e todos nós sabemos como é fácil encontrar algo para baixar. Mesmo países como a Alemanha, onde as leis para download ilegal são bem rígidas, ainda assim muitas pessoas fazem esses download. Qual a opinião de vocês a respeito disso?

Eu pessoalmente gosto de comprar CDs, para mim esta é uma forma de ajudar as bandas que eu gosto, mas sabendo e participando do processo criativo de um disco e não seria a melhor pessoa para julgar, pois eu sei o trabalho que temos que fazer e por isso ter um álbum em mãos de qualquer banda tem um outro significado para nós. Sabemos o trabalho que é fazer com que isso aconteça.

Muitos fãs mais antigos me entendem nesse ponto, mas as crianças nascidas nessa nova geração estão pouco se fodendo para o material fisico. Eu mesmo não me importo com o fato das pessoas baixarem as nossas músicas. O simples fato de que as pessoas ouçam nossas músicas é mais importante do que vendas para mim e não podemos parar o progresso. Como mencionado acima, estamos na era da internet.

GroundCast: Quais são os planos para 2018?

Primeiramente gostaríamos de gravar um novo álbum. Desta vez nós não vamos prestar cinco anos para que seja feito. Já temos material suficiente para voltar o estúdio e gravar. Algumas das músicas novas nós já tocamos ao vivo e quem vai aos nossos shows já as conhece.

Jogando a reação do público posso dizer que as músicas novas são muito bem aceitas E Temos alguns shows marcados para 2018, mas ainda muito cedo parecemos algo socialmente.

GroundCast: Agora o espaço é de vocês para dizer algo aos nossos leitores.

Nossa mensagem para as pessoas é, sempre apoie o underground, estamos felizes se alguém decidir nos ouvir, ver nossos vídeos. Muito obrigado e desejamos o melhor a todos.

 

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Ilustrador, designer, vocalista, artista plástico e pentelho ans horas vagas. Fã de heavy metal e outras coisinhas mais.