ENTREVISTA: Throes

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Vindos diretamente da Áustria, o grupo Throes toca um Sludge/Doom bem característico. Em um bate papo com todos os integrantes da banda, eles nos falam suas opiniões sobre downloads ilegais e como é a cena Doom Metal Austríaca. Seu álbum de estreia é o Use Your Confusion I-VII Para quem é fã de boa música, vale a pena conferir.

GroundCast – Primeiramente, obrigado pela entrevista. Para começar, conte-nos como tudo começou.

Mani: Sempre quis fazer música que gostaria de ouvir 24 horas por dia. Isto não podia simplesmente ser classificado como Doom ou Grindcore, ou qualquer assim, tinha de ser algo único, algo que conseguisse juntar os melhores elementos de tudo que escuto e colocar juntos. Foi examente isto que eu disse para Leeb quando o conheci há dois anos. percebemos que tínhamos as mesmas ideias para fazer música, então, eu, ele e mais um guitarrista começamos a procurar por um baterista.

GroundCast – Quais são suas influências?

Leeb: Temos um vasto espectro, desde bandas consideradas doom e sludge, até uma infinidade de outras dos anos 80 e 90 que vamos descobrindo dia após dia.

GroundCast – Em dezembro do ano passado vocês lançaram seu primeiro CD, Use Your Confusion I-VII, como foi a aceitação do material?

Helmut: Planejamos lançar o disco digitalmente e. em um futuro próximo ou não. a versão em vinil. posso dizer que a procura por uma versão física do nosso material foi grande, então teremos em CD físico em breve. A respeito da reação das pessoas até agora, posso dizer que foi positiva e com críticas bem construtivas. Em um show um cara nos disse que éramos o Crowbar mais progressivo e alguém disse para Leed que éramos uma versão doom metal do Prong.

GroundCast – Devo dizer que para um primeiro lançamento, vocês estão mesmo de parabéns. Escutei algumas músicas no youtube e é realmente muito bom. Existe algum conceito por detrás desse lançamento, seja musicalmente ou liricamente.

Helmut: Gosto muito de álbuns conceituais – inclusive tocando em outras bandas antes da Throes – dessa forma sempre tento colocar um pouco disso nas músicas. Geralmente quando começo a escrever e compor, penso em tudo isso, tive a ideia desde álbum de um do livro do escritor esloveno Drago Jancar, chamado Galiot. O trabalho dele realmente me fascina por causa da atmosfera sombria e oculta criada. Encaixa perfeitamente com as músicas que estávamos criando. Falei sobre isso para os demais e então começamos a compor as músicas de forma que contassem uma estória totalmente inspirada no livro, mas infelizmente não sou capaz de criar letras boas o suficiente para honrar o trabalho de Jancar, então escrevi outras letras para entrarem em uma ordem especifica do álbum – é a ordem que você vê em nosso CD – Então no final das contas ele não é realmente conceitual, mas sim uma irônica reflexão da existência e do tempo.

GroundCast – Vocês trazem uma forte influência do Sludge/Doom, mas ao mesmo tempo algo único. Como é o processo de composições, algum de vocês é o principal compositor?

Mani: Todas as músicas são compostas nos ensaios. Certamente alguém vem com um ideia, mas durante esse processo, essas ideias são mudadas constantemente.

Helmut: Vindo de uma banda onde apenas o guitarrista compunha, fiquei realmente surpreso em como as composições em grupo são ótimas.

Leeb: Levando em conta que todos somos multi-instrumentistas, é fascinante como as coisas acontecem, principalmente quando tocamos algo em um instrumento que não é o nosso na banda ou até mesmo gravar com objetos não usuais, como por exemplo tocar baixo com uma colher…

Mani: …ou colocando trombone – Leeb tem experiência em tocar trombone – no meio das gravações. Ou usar tubos de metal como percussão na hora de gravar algumas partes.

 

GroundCast – Estamos na era da internet, onde tudo pode ser baixado gratuitamente (ou quase tudo), o que vocês pensam sobre isso?

Helmut: Como não esperamos ganhar nada com nossa música,  é uma grande divulgação para nós, locais como youtube, facebook ou bandcamp são uma grande oportunidade para bandas que estão começando.

Mani: …contando que o EMINEM não faça dinheiro com os samples das nossas músicas, por mim tudo bem.

Helmut: Ao menos em um futuro próximo, não pretendemos fazer dinheiro com a nossa música, apenas queremos mostrar isso ao mundo. Para todos nós é apenas uma forma conveniente de espalhar nosso som sem grandes investimentos, se não fosse pela internet como uma banda do underground da Áustria seria conhecida no Brasil? Então essa divulgação é realmente positivo, mas claro, falando de músicos que dependem de sua música para viver, talvez isso seja um problema, pois as pessoas não pagam nada pelo trabalho deles. O único problema com isso é que a apreciação da música pelas pessoas adeptas de fazerem download é totalmente diferente daquelas que compram o CD, onde a pessoa senta e ocupa seu tempo ouvindo, vendo o encarte, mas mais uma vez entramos no ciclo de que isto custa dinheiro e então você tem de pensar qual será o próximo CD que comprará depois desse.

Leeb: E este é um dos porquês de queremos nosso álbum lançado em vinil em um futuro próximo.

Mani: E também esta é a razão de termos gravado um álbum e não simplesmente músicas soltas, elas foram feitas para estar em um lugar, que é o CD ou o vinil.

GroundCast – Conheço a cena metal da Áustria por causa de bandas como Summoning, Raventhrone, Golden Dawn, Die Verbannten Kinder Evas, Dornenreich e etc, mas gostaria de saber, como é a cena Doom Metal da Áustria?

Mani: não conheço nenhuma dessas bandas mencionadas…

Helmut: …isto é porque você não está na cena black metal, mas como você não citou Belphegor e o Pungent Stench? Ou a banda de Doom Metal, Jack Frost?

Leeb: Qual é pessoal, essa não é a pergunta. Respondendo a ela: A cena Doom/Stoner/Sludge é algo muito vital para a Áustria, temos o festival Doom Over Vienna, dedicado apenas a bandas assim. Excelentes bandas já apareceram por lá, como Our Survival Depends On Us, Iron Heel, Reflector, apenas para citar algumas.

GroundCast – Quais são os planos futuros da banda?

Leeb: Atualmente estamos compondo material novo, também pensamos em lançar um EP este ano. E alguns shows na Áustria.

Mani: …e quem sabe no Brasil em 2015, sinta-se à vontade para nos chamar! 🙂

 

GroundCast – Vocês vivem de música, seja de forma direta ou indireta?

Leeb: Além da Throes, toco baixo numa banda chamada Encompass The All.

Mani: Meu trabalho não tem absolutamente nada a ver com música, exceto pelo fato de que escuto música o dia todo enquanto trabalho.

Helmut: Como mencionado anteriormente, não vivemos de nossas músicas, muito menos da banda, ou qualquer coisa relacionada. É algo mais parecido com “estamos gastando dinheiro”. É realmente triste, mas é a verdade, mas a parte boa é podermos criar músicas independentemente delas venderem ou não, fazemos o que queremos, temos uma certa liberdade artística.

GroundCast – Obrigado por responderem, agora o espaço é de vocês para falarem algo para nossos leitores, boa sorte e sucesso para vocês.

Leeb: Eu é que agradeço pela oportunidade por nos fazer conhecido em seu país, queridos leitores, se quiserem conferir nossa música, usem qualquer um dos links http://throesmusic.bandcamp.com/ e http://www.youtube.com/user/throesmusic/featured e sejam nossos amigos no https://www.facebook.com/throes.at

Mani: Se você gostar de longas jornadas, podem ire m nosso próximo show em Graz no dia 16 de Maio.

Helmut: Mas se você é apenas preguiçoso, escute nossas músicas e compartilhe.


Ilustrador, designer, vocalista, artista plástico e pentelho ans horas vagas. Fã de heavy metal e outras coisinhas mais.