1. Kill First, Paint Later (1:03)

2. It Was Us (4:23)

3. Be This Way (feat. Steffaloo) (3:12)

4. Down (4:05)

5. I’m Not Sour, You’re A Bitch (4:12)

6. Woke To Death (feat. Amber Ryann) (4:03)

7. How You Are Different (And I’m The Same) (3:58)

8. Dead Dogs Don’t Bite (feat. Infidelix) (3:37)

9. Consequences (feat. Kdeem) (5:01)

10. The World Is Not Yours (feat. Amber Ryann) (3:58)

11. A Little Larger Than The Entire Universe (3:42)

Trip-hop/Experimental, Pelagic Records

Eu não sou um grande fã de trip-hop, para falar a verdade. Embora eu goste do Portishead e do 8mm, além de algumas músicas do Blue Foundation, nunca foi um gênero que me chamou muito a atenção. Mas não é o que ocorre com este que, pelo menos para mim, já é o melhor lançamento deste ano todo de 2018 e olha que ainda estamos no começo do ano.

A dupla Mirza Ramic e Max Lewis, famosa por ter trabalhado com gente como Tom Brosseau da Fat Cat Records, Serengeti do Anticon, Philip Jamieson do Caspian e o Victor Ferreira do Sun Glitters, além de ter feito muitos remixes para grupos de post-rock, shoegaze e dreampop. E com Find the Right Place a gente pode notar que tem tudo isso daí misturado com a melhor e mais interessante música de trip-hop que poderia ser feita.

Este trabalho se inicia com Kill First, Paint Later, uma bela introdução para o disco, com aquele jeitão bem retrô, para emendar com It Was Us, com uma percussão muito bonita e uma levada bem clássica ao estilo trip-hop, que certamente vai pegar em cheio quem gosta de Massive Attack, com uma pegada bem pop, bem introspectiva, de muito bom gosto. Be This Way conta com a parceria de Steffaloo e tem uma forte influência de synthpop e é também uma canção experimental, o que me lembrou bastante o IAMTHEKIDYOUKNOWWHATIMEAN. Em seguida Down tem uma levada mais new age, ainda mais introspectiva, numa viagem pela música étnica misturada a batidas bem dançantes e uma musicalidade que envolve até o último beat. As batidas em estilo música afro são uma surpresa muito grande em I’m Not Sour, You’re A Bitch, acompanhada de uma linha melódica e um baixo bem marcado e bonito. A rapper Amber Ryann dá as caras em Woke To Death, que é um gangsta com voz feminina, com muita melodia, muito R&B e muita música pop. Esta é uma das minhas músicas favoritas deste trabalho.

How You Are Different (And I’m The Same) é bem complicada de definir, pois mistura hip hop com muitos elementos de diversos tipos de música e conforme vai progredindo, traz elementos de soul, de smooth jazz e até mesmo um pouco de breakbeat. Infidelix empresta sua voz a Dead Dogs Don’t Bite, um rap melancólico, com uma batida muito bem encaixada e um flow muito bem executado, sem ser rápido e mantendo um tom mais épico. Prosseguindo pela seara do hip hop, em parceria com o rapper londrino Kdeem chega a faixa experimental Consequences, que traz ainda mais referência à já complexa musicalidade do Arms and Sleepers. Temos novamente a Amber Ryann em The World Is Not Yours, desta vez numa das músicas mais potentes e mais impactantes deste trabalho, indo para outra linha do rap e trazendo o protesto junto da musicalidade. E encerra-se com A Little Larger Than The Entire Universe, que repete o mesmo tema da introdução, que se converte numa música lounge no melhor estilo Portishead.

Não tem nada de contrário a dizer sobre este excelente trabalho da dupla. Apenas que é uma das coisas mais belas e maravilhosas que vocês vão escutar em anos.