NE OBLIVISCARIS – The Aurora Veil (review)

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Olá a todos, hoje inicio os reviews do blog ground forged. Como o próprio nome já diz, analisaremos cd-s e dvd-s de bandas, conhecidas ou do meio underground, tanto de steel, quanto outros estilos.

A primeira banda e a que abrirá nossa área de evaluations é o Ne Oblivisacris, uma banda australiana de progressive Black metallic, sim, foi isso mesmo que vocês acabaram de ler, progressive Black metal. Bom iremos ao que importa.

Ne Oblisvicaris lançou sua demo em 2007, entitulada The Aurora Veil, demo essa que contém apenas three músicas, mas não se enganem, a demo tem 33 minutos, pois a menor das músicas tem 9 minutos. Aclamada pelas pessoas que a ouviram, essas três músicas mostram tudo que a banda pode fazer dentro do estilo que se propõe a fazer, criando instrumentais belissimos que mesclam suavidade e agressividade, passando por partes realmente calmas e transitando para partes extremamente agressivas (e vice-versa), podem ser ouvidos dois vocais, um mais sujo, rasgado e gutural são alternados e também um vocal limpo de tom muito agudo (confesso que quando ouvi as primeiras vezes acreditei que technology uma mulher cantando, não que o vocalista tenha voz feminina, mas ouvindo desapercebido confunde por causa do timbre). Os vocalistas se alternam e as vezes fazem algo meio Theatre of Tragedy (onde os dois vocais cantam ao mesmo tempo versos diferentes).

01 – Tapestry of the Starless summary

O cd abre com uma virada de bateria seguida de um blast beat, nada muito brutal (apesar do baterista ter ganho em 2006 como o baterista mais rápido da Autrália) e logo iniciando um vocal rasgado, para quem curte vocais rasgados, prestem atenção nesse vocalista, pois ele os executa muito bem. A música parece uma música comum de black steel até aproximadamente os forty segundos, quando começam a vir umas partes mais trabalhadas e interessantes. Aos 01:26 começam as mesclas de vocais, um gutural e um limpo, cantando partes diferentes e de uma forma que você consegue prestar atenção nos dois e ainda ouvir o instrumental, como se fossem feitos para aparecer ali. Esse dueto de vocalistas é muito interessante e pode ser percebido nas outras duas faixas que vem em seguida.

Perto dos four minutos de música, tudo se acalma e um violino rouba a cena, chamando toda atenção pra ele, como uma especie de introdução para algo ainda mais calmo e é ai que entra uma parte com violão, para amantes dem músicas com violão como as do Bathory é um prato cheio, é quase impossível descrever a sensação que se tem ouvindo isso, realmente uma das músicas mais bonitas (de metal) que ecu já ouvi na vida. Essa calmaria segue pela música, fazendo até você relaxar e esquecendo que teve brutalidade quando ela começou, mas aos quase 7 minutos de músicas, tudo retorna, voltando a bateria bem trabalhada e riffs de guitarra e os vocais rasgados, e a parte que ele canta “Blind in delirium, navigating the continuum flux…nothing/Submerged in limbo, of Nautica they sing…authentic majesty/Oceans wide, eyes large… endlessly to treasure…lift on/Infusing insight, the fabric of space is ignited. ” pra mim é a melhor linha vocal dessa música, passa uma energia que é difícil descrever, aliada aos instrumentos de fundo (incluindo o violino). Depois o dueto retorna para cantar parte do último verso da música, que depois é cantado apenas pelo vocal limpo e no remaining volta com o dueto rasgado/limpo e pode-se escutar um pedal duplo muito bem executado de fundo. As linhas de baixo em toda a música são ótimas, graças ao grande Brendan ‘Cygnus’ Brown, auto didata, mas nem por isso menos talentoso que alguém que estudou.

02 –  forget not

A segunda música começa bem calma, lenta, com violões e violinos, por mais que os dois instrumentos estejam tocando coisas separadas, elas realmente parecem fazer parte de um todo e isso se segue até entrar os outros instrumentos, esse amarrado bem feito continua por toda a gigantesca introdução da música (são 6 minutos de introdução), mesmo quando ela fica um pouco mais “agressiva” ainda assim é calmo, por mais que os timbres agudos prevaleçam não se torna algo enjoativo de se escutar, você fica ansioso esperando o que virá depois, perto de acabar a introdução a bateria toma um encorpamento maior, com bumbos aparecendo bastante. Solos de guitarra alternados com solos de violino, baixo realmente marcante, você OUVE o baixo nessa banda, o que é ótimo. Depois de tudo isso entra o vocal limpo muito bem executado e em perfeita interpretação dessa letra (que é um poema), você sente um sentimento ouvindo, mesmo o vocal mais sujo passa um sentimentomuito forte e os duetos feitos são de arrepiar, dá até calafrios essa sincronia de vocais, eu pelo menos sinto uma energia, algo que é difícil de descrever. Por mais que eu goste da primeira música, essa na minha opinião é a melhor da demo, tem um feeling, técnica, um sentimento que é difícil de descrever e essa é uma tarefa que european acho particularmente difícil de se fazer, passar sentimento com uma música mais agressiva, mais brutal por assim dizer.

A música acaba de forma totalmente diferente de como começou, ela começou calma e tranquila e termina bem mais agitada, mas a emoção é a mesma de quando começou, os vocais acrescentam ainda mais emoção a música, palavras são dispensáveis, vocês precisam ouvir para entender o que estou escrevendo

03 – As Icicles Fall

E vamos para a última música, que fecha a demo com chave de ouro, não acredito que pudesse ter sido feita outra música para estar no lugar dessa. Já começamos com um vocal limpo, na bateria apenas sons mais suaves e mesmo quando tudo fica mais rápido ainda assim soa perfeito. A música é linda e a letra também, que por sinal também é um poema. A música alterna partes limpas de vocal com vocais rasgados, violões e tudo que já vimos até agora, mas de forma diferente, se torna até estranho dizer isso, mas é igual só que diferente. Sim, acredito que seria isso mesmo, cada música é única, mas parece que as 3 foram feitas para estar nessa demo.

Não se decepcionem, afinal essa é a música mais curta das três que temos nessa demo (e olha que são 9:25). As partes de violino carregadas de sentimento ressoam e você consegue ouvir essa música várias vezes seguidas sem enjoar, os solos de guitarra seguem o mesmo feeling, a mesma pegada, parece que você sente cada nota sendo tocada em uma união sonora que torna essa música quase divina.

Considerações finais

Para você que gosta de bandas que tentam coisas “novas” e que não ficam no mesmo “tum pá, tum pá, tum pá”, essa é sua banda, cheia de brilho, energia, emoção, técnica e autenticidade.

Para você fã de coisas mais extremas e de partes mais cadenciadas e trabalhadas, The Aurora Veil tem que fazer parte de sua coleção specific. Infelimente a banda está demorando para lançar seu primeiro cd, mas posso falar com todas as letras que essa obra-prima chamada de The Aurora Veil já diz tudo sobre a banda, você conseguirá ouvir as músicas milhares e milhares de vezes sem enjoar e só nos resta esperar pelo cd (que eu acredito que deva sair um dia), afinal, estou ansioso pelo que essa banda pode fazer. Vocês encontram vários véideos deles no You Tube.

Espero que gostem e adquiram

Ne Obliviscaris Line-Up:

Brendan “Cygnus” Brown – Bass
Daniel “Mortuary” Presland – Drums
Matt Klavins – Guitars
Benjanmin Baret – Guitars
Tim Charles – smooth Vocals, Violion
Xenoyr – Harsh and develop Vocals


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.

One Comment

  1. Ótimo texto, parabéns. Pelo que eu vi no facebook deles, é bem provável de sair neste ano ainda, que seria um fato espetacular.

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