[REVIEW] Incinerador – Enterrado Vivo (2011)

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Com muito orgulho que recebemos aqui este maravilhoso disco dos rondonienses do Incinerador. Banda formada por Marconi (baixo), Iagê (bateria) e Domingos (guitarra e vocal), um power trio que nos traz um death metal com fortes traços de thrash metal, inspirando-se em bandas como Carcass, Cannibal Corpse e Morbid Angel. O diferencial deles é, sem dúvida, arriscar letras em português e contar com uma boa produção, mesmo sendo uma banda “iniciante”.  A primeira faixa “Intro (Fogo, Morte e Destruição)” possui um tema épico que pode enganar, uma vez que remete a bandas como Manowar. Mas é uma preparação para a paulada que virá com “Guerra Suja”, onde temos o cadenciamento do som e uma linha de baixo fortemente inspiradas em Cannibal Corpse. “Vitimas do Terror” é mais um death metal old school, com riffs de guitarra no melhor estilo thrash metal e solos bem interessantes, que soam diferentes das bandas do estilo, por terem uma ligeira pegada de heavy metal, tornando o som mais interessante. “Enterrado Vivo” abusa do peso e da velocidade, contendo inclusive uma bateria muito bem marcada, com mudanças de ritmo bem interessantes, sem ficar no mesmo tom ou na mesma cadência na música toda. Pode até mesmo ser dito que esta é uma das melhores faixas do disco, em seus pouco mais de dois minutos de som e um solo que vai cativar muito fã de Slayer. “Pilhas de Corpos” começa mostrando um baixo muito forte, aliás, uma das grandes marcas da banda, onde o baixo pode ser muito bem percebido e apreciado, coisa rara nos dias de hoje. “Designado para Matar” diverge um pouco das músicas anteriores talvez por trazer uma estrutura de riffs mais heavy metal e mais thrash metal de todas as do disco. É, talvez, uma faixa excelente como música de trabalho ou mesmo de single, por ser mais acessível. Tem como marca também as quebras rítmicas, pois em determinadas partes temos até mesmo um solo e uma base bem mais melódicas, quase heavy metal. É o tipo de música que vai cativar até mesmo fãs que não curtam death metal e mereceria, quem sabe, até mesmo alguma divulgação maior. “Decapitado” lembra um pouco o Krisiun, talvez pela parte de bateria, com uma velocidade muito grande e muita variação de ritmo, mas que depois é quebrada por um lado mais thrash/death metal. “Outro” seria o encerramento, muito interessante, com um violão, que lembra muito o estilo já praticado pelo Bathory, ele é destoante e ao mesmo tempo fecha, com chave de ouro, a sequência iniciada pela introdução. “Invisíveis Forças do Mal” é uma espécie de epílogo, com um estilo mais melódico e com um instrumental mais longo que as músicas anteriores.  E o disco encerra com a faixa bônus “Vomitando Vermes Vivos”, que é disparada, a melhor faixa do disco. É visceral, com uma produção ruim (comparada com as outras músicas), sendo possivelmente alguma sobra da demo deles. É muito boa por ser extremamente simples, direta e sem nenhum tipo de floreio, um tributo ao estilo antigo de se fazer death metal.

No geral podemos colocar o grupo numa boa posição dentro da cena extrema nacional, que precisa de bandas que saiam dos velhos clichês do death metal e procurem novas formas de compor músicas. Incinerador é capaz deste feito, mostrando que não é preciso entrar no experimental para ser inovador.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.