[Review] Nailgun – New World Chaos (2012)

2 min


0

Vamos ser francos: heavy metal é um gênero bastante saturado. Quantas boas bandas surgem sem soarem como clones de outras? O grupo NAILGUN prova que é possível ainda fazer um bom disco sem soar como cópia de outros grupos. É certo o quanto é (e tem se tornado) complicado fazer um bom disco sem ficar preso às influências. O NAILGUN não reinventa a roda, mas consegue mantes uma dose generosa de coesão naquilo que produz.

A originalidade do grupo é simplesmente de ter conseguido criar uma identidade musical que não pode ser reduzida a “se parece com banda x ou y”. Podemos ver ecos de IRON MAIDEN, SAXON, GAMMA RAY, por exemplo. Mas nada disto limita ou prende demais o som dos alemães, uma vez que eles conseguem ir além dos próprios clichês.

“A Fragment Of Chaos” é uma introdução ao disco, uma espécie de apresentação, cuja sonoridade vai remeter aos antigos trabalhos do HELLOWEEN. “Darkest Hour” é uma faixa bem forte, com um começo bastante marcante de guitarras e bateria e um vocal bem ao estilo heavy metal anos 80. “Traitor” acelera e traz um ritmo mais poderoso ao disco. “I Have Enough” é bem estilo JUDAS PRIEST, com muitas das levadas dos anos 80. “Abyss Of Shadows” é outra excelente faixa, com muita personalidade e trazendo um lado metal mais calmo. “Deep Shades Of Sorrow” segue bem o padrão das bandas da NWOBHM, com um pouco de doom metal, lembrando, bem de leve, o CANDLEMASS, com um vocal mais operístico.

Com “The Result” voltamos a um heavy metal primordial, com fortes referências a grupos como METAL CHURCH e KING CRIMSON. “Change Of Season” é uma faixa bem ao estilo “old school”, tendo como similar os discos do VIPER fase André Matos, mas contando com uma boa produção. “When God Turned Away” é uma música com um tom bem épico, imponente. O vocal muda e ganha mais melodia, fica mais agressivo, sendo uma daquelas cujo refrão fica na cabeça. “Time Is Running Out” é a música mais veloz deste disco, mesclando o velho e o novo heavy metal, com alguns traços de progressivo e preparando os ouvidos para o final. “You Are Everything” é a música que encerra o disco, lenta, como se fosse a trilha sonora que acompanha os créditos finais, tendo uma influência no hard rock anos 80.

Fazendo um balanço deste disco, é uma excelente banda, com uma proposta de fazer metal muito boa, diferente e coesa. Eles demonstram que os velhos clichês, quando bem trabalhados, podem soar originais, sem a necessidade de misturar diversos estilos.

Setlist

1. A Fragment Of Chaos (1:16)

2. Darkest Hour (5:20)

3. Traitor (5:02)

4. I Have Enough (4:14)

5. Abyss Of Shadows (4:58)

6. Deep Shades Of Sorrow (5:42)

7. The Result (4:30)

8. Change Of Season (4:25)

9. When God Turned Away (4:23)

10. Time Is Running Out (4:48)

11. You Are Everything (6:12)


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.