Suprema e Shadowside (Via Marquês, São Paulo, 26/05/13)

3 min


0

Este dia, nublado, com riscos de chuva, num local não tão próximo ou de fácil acesso. Fatores que poderiam ter contribuído para um show morno, sem coisas a serem vistas e com um grave risco de não termos ninguém para prestigiar duas das grandes promessas do metal nacional. Felizmente, mesmo com público reduzido, podemos afirmar que o SUPREMA e o SHADOWSIDE conseguiram fazer uma apresentação digna das bandas internacionais.

O SUPREMA abriu a noite, fazendo o lançamento oficial do seu álbum, “Traumatic Scenes”, de 1012.O importante a se ressaltar sobre o grupo é que ao vivo eles soam muito melhores que na gravação do disco, mesmo com um apelo menos técnico. Entretanto, é possível notar a falta de presença de palco do vocalista Pedro Nascimento, a despeito de sua ótima performance como músico. Técnico, bem apurado, com boa extensão vocal, ele guia as músicas de maneira muito boa e até melhor do que o esperado. Faltou interação com o público, isto fez do show do grupo uma coisa mais morna.

A apresentação teve grandes momentos, como a da execução da música “Dark Journey”, “Rising from the Ashes”, os covers “Overture 1928” e “Strange Dejá Vù”, ambos do grupo DREAM THEATER, contando com a participação de Daniel Santos, da banda SCENES FROM A MEMORY, de Dream Theater cover. Foi um dos grandes momentos do show do grupo, além de terem mostrado o seu primeiro trabalho full-lenght ao vivo.

Após esta apresentação, entra em cena o grupo santista SHADOWSIDE. Confesso que admiro o trabalho deles desde a época da demo, mas nunca tinha ido a um show deles e não imaginava que seria tão interessante. Dani Nolden mostra muito carisma e simpatia, dando o máximo de si e a banda mostra o quanto as turnês internacionais deram-na uma postura de palco muito marcante. Definitivamente não é à toa que o grupo está como um dos expoentes do metal nacional fora do Brasil.

Os pontos mais marcantes foram a da execução de “Gag Order”, “Inner Monster Out”, “Baby In The Dark” e “Angel With Horns”. Contudo, a parte mais interessante ficaria para o encerramento, com a participação do grupo SUPREMA junto com a banda santista, para a execução de “Aces High” do IRON MAIDEN e “Ace of Spades” do MOTÖRHEAD. Este foi um momento bastante interessante, mas que, infelizmente, ocorreram problemas na passagem de som, onde tudo ficava um bocado embolado.

Os pontos positivos das duas apresentações foram a performance de ambos os grupos, aliado a uma excelente infraestrutura, com exceção da jam promovida pelo Shadowside, que pecou bastante no quesito equalização, mas que, durante as apresentações, se mostrou impecável. Era bom notar o quanto as bandas possuíam um amadurecimento nas apresentações, coisa que falta a muitas de nossas bandas.

Contudo, algumas coisas falhas aconteceram. O Via Marquês é um bom local para shows, mas não é de tão fácil acesso quanto parecia. Quem veio a pé (como eu), teve algumas dificuldades para encontrar o local. O evento, sendo num domingo chuvoso, também afastou um pouco o público, tendo uma plateia menor para prestigiar a banda. E quem estava lá ficava muito parado, diferente do que se espera dentro de um show de heavy metal. No geral, pontos positivos para a Wikimetal e a Fúria Music pelo show, espero poder contar novamente com mais uma apresentação de bandas nacionais com este grau de profissionalismo.

Suprema Setlist

1. Marks Of Time

2. Dark Journey

3. Escape

4. Rising From The Ashes

5. Iced Heart

6. Burning My Soul

7. Overture 1928 (DREAM THEATER)

8. Strange Deja Vu (DREAM THEATER)

9. Before The End

10. Powermind

11. Fury And Range

12. Nightmare

Shadowside Setlist

1. I’m Your Mind

2. A.D.D.

3. Highlight

4. In The Night

5. My Disrupted Reality

6. Hideaway

7. Gag Order

8. Inner Monster Out

9. Habitchual

10. Baby In The Dark

11. In The Name Of Love

12. Vampire Hunter/Illusions/We Want A Miracle (medley)

13. Angel With Horns

14. Waste Of Life

15. Aces High (IRON MAIDEN)

16. Ace Of Spades (MOTÖRHEAD)


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.