THE BIRTHDAY MASSACRE: Imaginary Monsters (Review)

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Eu já sei que faz um tempo que este disco saiu. Mas só agora que ele chegou em minhas mãos, então nada melhor que mostrar para meus leitores como que ele é, não é mesmo?

É o terceiro EP dos canadenses, que traz três músicas inéditas, que são “Forever”, “Burn Away” e “Left Behind”. São músicas que originalmente deveriam ter entrado no disco “Pins and Needles ”, mas não ficaram prontas a tempo. As outras músicas são remixes feitos por artistas como Combichrist e SKOLD.

Analisando as músicas inéditas, o que se percebe é que certamente figurariam como faixas finais. São mais calmas, com uma parte eletrônica aparente e o peso característico do disco anterior. São músicas bonitas, mas sem nenhuma grande surpresa. Inclusive a “Burn Away” ficou com uma cara de uma balada pesada e é a melhor das três músicas apresentadas, por ter uma composição mais uniforme e não apelar para um lado mais atmosférico como as outras.

A cereja do bolo são os remixes. O primeiro é para a música “Pale” , feito por Kevvy Mental e Dave Ogilvie. O primeiro é um famoso músico canadense que é mais conhecido pelo trabalho no projeto Fake Shark – Real Zombie! Ele já fez remixes para grandes bandas, como o KMFDM e o Mindless Self Indulgence. Já Dave é um importante produtor, que trabalhou com gente como o próprio Birthday Massacre, Skinny Puppy, Marilyn Manson, Killing Joke e Queensrÿche, entre outros. Já remixou músicas do Queen, do Tool e até mesmo do Nine Inch Nails. O remix da música Pale ficou com um toque mais próximo do synthpop, com uma voz masculina que lembra de leve o 18 Summers.

O segundo remix é da música “Control”, pelo grupo de rock alternativo Tweaker, que já fez músicas para o jogo Doom 3. O grupo incorpora muitos ritmos em suas músicas, com synthpop e jazz e na versão deles da música é perceptível uma tentativa de levar a música para um lado mais dançante, tirando um pouco do peso dela e distorcendo a voz da Chibi por meio de um vocoder. O resultado ficou interessante, embora possa desagradar alguns.

A música “Shallow Grave” teve um remix pelo Combichrist, projeto formado por Andy Andy LaPlegua (conhecido também como fundador do Icon of Coil). A música ganha contornos eletrônicos e se assemelha muito a um electro-rock muito interessante, sem descaracterizar a música original. Aparentemente as bases eletrônicas deram novo gás à música.

“Pins and Needles” recebeu o remix do SKOLD, projeto de Tim Skold, que já atuou no KMFDM, Ohgr (projeto solo de Nivek Ogre do Skinny PuppY) e Marilyn Manson. A música foi inteiramente refeita, com a parte instrumental feita com samplers de máquina, que remetem a alguns sons do próprio SKOLD, do KMFDM e de outros grupos de rock/metal industrial. Talvez a única coisa destoante seja a voz feminina da Chibi, que não sofreu nenhum remix ou rearranjo para esta música, que as vezes faz a música parecer desconexa. Isto pode desagradar quem gosta da música, mas não deixa de ser a melhor música remixada, onde a própria estrutura foi mexida em busca de algo diferente.

A última música é uma versão remixada pelo Assemblage 23 para “Shallow Grave”. Diferente do remix feito por LaPlegua, nota-se uma influência muito mais clara de synthpop e uma transformação maior na música, inclusive sendo uma versão muito bem vinda numa pista de dança, juntamente com a do SKOLD. Inclusive a bateria foi acrescida de batidas eletrônicas, quase criando também um electro-rock, mas muito mais dançante.

E o disco é bom? Eu deixo um talvez sim. Sinto que existe uma falta de inovação no The Birthday Massacre, assim como talvez coragem de fazer algo legal que não precise ser um repeteco melhorado dos outros discos. Contudo, ainda é bom, ainda é um disco gostoso de ouvir, onde os remixes ficaram melhores que as músicas novas.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.