Assim como no ano passado, apresento para vocês uma lista bem bacana de discos góticos de 1999. Neste ano tem muitos grandes clássicos do gênero, que acredito serem menos quistos por muita gente do que aqueles lançados nos anos 1980. Mas, sendo sincero, o gótico nunca esteve melhor do que depois justamente desta época, com muitos gêneros surgindo aqui e ali e muitas fusões interessantes. Contudo, o final dos anos 1990 não foi muito bom para a música gótica, com poucos lançamentos e também com muita coisa legal que só apareceria a partir dos anos 2000. Cada título tem um link para o Spotify, caso deseje ouvir estes excelentes trabalhos.
Diva Destruction – Passion’s Price
Diva Destruction é um dos meus grupos favoritos de gothic rock, sobretudo pela mistura bem-feita com a música eletrônica e com o rock alternativo. Atualmente a banda se encontra parada, mantendo apenas Debra Fogarty como integrante original e também a única.
Sopor Aeternus & The Ensemble Of Shadows – Dead Lovers’ Sarabande
Este é o primeiro disco conceitual do Sopor Aeternus, detalhando o lamento de uma amante sobre a pessoa amada, que falecera recentemente. O disco é sobre o desejo dela de se juntar com ele depois da morte e conta com muitas passagens empregando instrumentos de cordas. Arrisco-me a dizer que é um dos trabalhos mais bonitos e mais “orgânicos” da Anna Varney.
Die Verbannten Kinder Evas – In Darkness Let Me Dwell
Projeto encabeçado por Richard Lederer e Michael Gregor, mais conhecidos pelas alcunhas de Protector e Silenius e pelo seu projeto de black metal atmosférico Summoning. Nesse trabalho temos apenas Gregor e a soprano Christina Kroustali, com melodias que oscilam entre o darkwave neoclássico e a música marcial, bebendo fortemente como inspiração John Dowland e o poeta inglês Percy Bysshe Shelley.
Para mim esse é o álbum ideal para quem quer conhecer a banda, uma vez que ele reúne o lado bom da fase gothic rock e o lado bom da fase synthpop do grupo. Era uma época de transição, que eles tinham recém-saídos de uma musicalidade fortemente calcada no pop e no eletrônico, que desagradou alguns fãs, para voltar com um excelente darkwave. Jasmine and Rose já vale pelo disco inteiro.
The Machine In The Garden – One Winter’s Night…
The Machine In The Garden é um dos meus projetos favoritos, sobretudo pelo Asphodel, de 2002. Mas considero One Winter’s Night uma das coisas mais bacanas, ainda que com uma produção que deixa um pouco a desejar, mas ainda sim mostra uma mescla legal do ethereal, darkwave e também synthpop.
The Awakening – Ethereal Menace
Terceiro disco dos sul-africanos do The Awakening, com uma sonoridade ainda muito presa nos grupos clássicos dos anos 1980, incluindo aí Sisters of Mercy e The Doors. Uma das melhores músicas deles é, sem dúvidas, a Sentimental Runaways, que merece ser tocada constantemente no repeat.
Diabolique – The Black Flower
Existe uma constante no gothic rock: é constante e até um bocado chato encontrar clones de Sisters of Mercy a rodo. Os suecos do Diabolique bebem dessa fonte, mas ao misturar com uma sonoridade atmosférica, com partes de heavy metal e de rock alternativo, saem dessa fórmula pronta e apresentam um dos discos mais bonitos de rock gótico.
Espera aí, mas Paradise Lost não é uma banda de doom metal? Então, durante uma fase da banda, compreendida entre o One Second (1997) e indo até o Symbol of Life (2002), a banda flertou demais com a música gótica, com claras influências de darkwave, synthpop, gothic rock, entre outras. E Host entra para uma lista ingrata de trabalhos que os fãs mais xiitas detestam, sobretudo por se afastar demais das raízes do metal. Escute Nothing Sacred ou Permanent Solution e note o quanto elas são parecidas com muitas bandas mais eletrônicas de gótico.
O Tiamat é um grupo que começou fazendo um death metal bastante cru e intenso, para depois, em Wildhoney (1994), apostar num rock progressivo e, posteriormente, a partir de A Deeper Kind Of Slumber (1997), abraçar de vez o gothic rock, ainda que influenciado por rock progressivo, metal e outras coisas. Neste disco dá pra sentir as marcas de Sisters of Mercy, The Mission e Fields of Nephelim. Inclui uma excelente versão de Sympathy For The Devil dos Rolling Stones.
E para você, ficou faltando alguma coisa? Conte para a gente.