A banda se apresentou neste último sábado (26) no Carioca Club em São Paulo, um show que prometia ser memorável, pois se tratava do grandioso dreamteam holandês comandando por Mark Jansen (Epica).
Não posso avaliar a banda de abertura, pois cheguei e a mesma já havia se retirado do palco (isso umas 19h) e logo em seguida o MaYan já se preparava para subir ao palco, com os instrumentos já sento afinados e o show que estava marcado para começar as 20h começou as 19h15m, o que atrapalhou muitos fãs que acabaram chegando na metade do show (e alguns inclusive chegaram quando o show já tinha terminado) o que foi um ponto negativo ao meu ver, se era para o show começar mais cedo, isto deveria ter sido avisado pela organização do show (falarei disso novamente no final da resenha), mas imprevistos a parte, vamos ao que mais interessa.
MaYan sobe ao palco e o público do Carioca Club vai ao delírio, abrindo a apresentação com “Symphony of Agression” e fazendo todo mundo agitar, a banda em cima do palco também demonstra uma enorme empolgação, tendo uma ótima presença de palco desde a primeira música. Os vocais de Mark pareciam melhores do que no CD, mais bem executados, não sei se por conta de algum ajuste no equipamento, mas achei que ficou melhor do que nas músicas do CD, mais agressivo, mais forte. As participações das músicas se foram as mesmas contidas no CD (Floor Jansen – ReVamp, Ex-After Forever, Simone Simos – Epica, Henning Basse – Ex – Metalium, Sons of Seasons e Laura Macri) exceto por Amanda Somerville.
Na sequência eles já tocam “The Savage Massacre”, mantendo a mesma pegada e energia que começaram o show, o público não conseguiu ficar quieto e a banda em cima do palco agitando demais e Mark se movimentando de uma lado para o outro, chegando bem perto do público. A sonoridade da banda estava muito boa, mesmo com algumas pessoas reclamando da casa (eu com minha vasta experiência em shows, posso afirmar que o Carioca Club não é a pior casa de shows em SP, já fui em algumas MUITO piores), sempre que cada música chegava ao fim o público esperava mais e apesar do MaYan ter apenas um CD parecia que estava em um show de uma banda com muito mais estrada. “Quarterpast” é tocada o que para muitos já significa saber qual seria a próxima música e foi exatamente o que aconteceu, “Course of Life”, uma música mais cadenciada que as anteriores, claro que isso não significa que é uma música mais leve. Pessoas do meu lado cantando as músicas e vibrando com cada nota que era tocada, era difícil de dizer qual era o hit, pois todas as músicas agitavam por igual, parecia como se fosse tocada sempre a última música, mas todos sabiam que ainda teria mais.
Para dar uma quebrada em toda destruição a próxima foi “Essenza de Ti” cantanda por Laura Macri, que dispensa QUALQUER comentário, fabulosa cantora e apenas ouvindo vocês teriam noção de como é bonito ouvi-la cantar.
“Incentive” foi a próxima música, conhecida pelos fãs de Epica, afinal é uma música do Epica, o que seria de se esperar em uma apresentação do MaYan. Mark sempre interagia com o público, chegando até a falar em
português mesmo “vocês são foda”, o que fez com que a galera delirasse na pista.
Após esse “cover” de Epica, foi a vez de tocar “Celibate Aphrodite”, nona música do seu álbum de estreia (e único até o momento), música longa, com 7 minutos e quebrando tudo, ainda mais com os vocais de Henning Basse e em muitos momentos o público gritava “Metalium, Metalium…” que foi uma banda que infelizmente não tivemos a oportunidade de ver no Brasil.
Após tocarem “Celibate Aphrodite” que para mim é uma das músicas mais interessantes do CD Quarterpast, foi hora de Mark anunciar que tocariam músicas especiais, principalmente para Henning, esse que agradece toda a equipe, os fãs e todo mundo que participou efetivamente para acontecer a apresentação. Um “Iron Maiden Medley” se inicia com “The Number of the Beast”, o público enlouquece escutando (mesmo que muito ali sabiam que isso aconteceria, pois estava no set oficial da turnê), mas mesmo assim foi grandioso, executando muito bem eles agitam todo o Medley, que seguiu ainda com “The Tropper”, “Fear of the Dark” e “Run to the Hills” para finalizar.
“Bite the Bullet” é a próxima e a música ao vivo pareceu muito mais pesada do que no CD e nem deu tempo das pessoas respirarem do Medley e já estava vindo outra pedrada para que se agitassem, pulassem e gritassem. Hanning executando drives muito bem, mostrando um ótimo domínio com a voz. Mesmo estando cansados o público queria mais e teve, Laura Macri mais uma vez rouba a cena interpretando “O Mio Babbino Caro”, fazendo com que novamente todos fossem ao delírio, a voz dela é algo inexplicavelmente lindo, não tem como não gostar de sua performance.
A banda volta ao palco para tocar uma música pesada, nas palavras do próprio Mark, que sempre perguntava se estávamos preparados para músicas pesadas e se iriamos “banguear”, claro que sempre vamos falar que estamos preparados e assim começa “Drown the Demon”, o baixista do MaYan é algo absurdo de se ver tocando, foi uma boa escolha após a saída de Jeroen (ex-Obscura), Mark acertou em cheio colocando Rob van der Loo (ex-Delain).
Após essa música Mark pergunta “Are you ready for some War? Are you ready?” e todos já sabiam qual música viria na sequência e foi ela, “War on Terror”, que inclusive é a música do vídeo clipe. A música se inicia com a mesma intro do CD e toda pista começa a agitar loucamente, do começo ao fim da música, pulando, gritando, batendo cabeça e quando termina a música é anunciado que eles serão tocadas mais três músicas, que uma seria “Sinner’s Last Retreat” e que as outras duas seriam surpresa.
Então vamos para as três últimas músicas, “Sinner’s Last Retreat” é a faixa bônus de Quarterpast, mas não é por isso que é inferior as outras músicas contidas no CD, mantém o mesmo nível e ao vivo ela ficou realmente destruidora. A empolgação dos músicos era muito grande e isso era passado para o público e acredito que isso fez o show ficar melhor ainda. Mark muito agitado ia de um lado para o outro do palco, batia cabeça, assim como a banda toda.
Mais duas músicas, o que estaria por vir? E como surpresa ele anunciou que tocariam “Cry for the Moon” do Epica, o que fez muitos ali chorarem e a hora que Simone ficou a frente do palco todos gritaram. Parecia que era a música mais esperada da noite e muitos ali cantaram como se nunca tivessem estado em um show do Epica ou que o próprio Epica nunca tivesse tocado no Brasil. Realmente a presença de Simone faz toda diferença em uma apresentação, todos gritavam, aplaudiam, deliravam com a música. Simone agradece com um “muito obrigada” ao terminar a música, com uma expressão muito dócil se despede de todos.
Última música, todos ansiosos para ouvir e Mark diz que – “agora voltaremos no tempo, no tempo em que eu fazia parte do After Forever” – ou algo mais ou menos assim e anunciou que tocariam “Follow in the Cry”. Nenhuma música tocada até agora agitou tanto quanto esta, parecia não existir limite para a exaltação do público, para a alegria, felicidade. Foi realmente uma grande música para se fechar a noite com chave de ouro.
Ao final do show, alguns membros do MaYan desceram e deram autógrafos, tiraram fotos com fãs e tudo mais. Nenhum sinal de Simone que parece ter se escondido ou ido embora assim que o show acabou.
Considerações finais sobre o show:
Me surpreendi bastante, pois não sou fã de MaYan e achei a banda com um ótimo nível ao vivo, superando e MUITO minhas expectativas do que achei que seria apenas mais um show, talvez a banda e o público agindo como um só fez com que o show fosse melhor. As músicas do MaYan soam muito melhores ao vivo do que no CD. Tivemos até Henning com a camisa do Brasil.
Ponto negativo para o show: ter começado antes do horário, fazendo com que pessoas perdessem metade ou até mesmo o show todo, seja lá qual foi o motivo para isto eu particularmente achei uma falta de consideração com os fãs, pessoas que trabalham duro para comprar o ingresso e ir. Espero mesmo que isso não aconteça novamente em apresentações futuras e claro que ficaria feliz que a produtora se pronunciasse a respeito, afinal, todos os lugares anunciavam “inicio às 20h”. Tanto que me recordo do show estar vazio e depois de um tempo parecer que tinha lotado, com certeza era o pessoal chegando depois e claro que se foi anunciado que começaria antes e eu não li, por favor me mostrem (e peço desculpas, mas não tive acesso a essa informação). Também me lembro de ter lido (e publicado – http://groundcast.com.br/news/mayan-promete-set-duplo-em-shows-no-brasil/) que eles fariam um set duplo para as apresentações no Brasil, o do MaYan normal e um de 50 minutos com músicas do Epica, algo que NÃO aconteceu. Muitos reclamaram disso na pista, da onde eu estava ouvi isso várias vezes – “mas não ia ter um set duplo?” – eu fiquei sabendo que depois teria uma outra apresentação na casa, tanto que os seguranças pediram para as pessoas se retirarem do local. Bom não faço ideia da onde foi parar esse set duplo, mas também foi um ponto negativo. Tirando esses dois fatores, o show foi muito bom, espetacular e realmente agradaria os fãs do gênero.