Icecocoon: Entrevista com Owen Gillet

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Estamos muito orgulhosos por entrevistar o senhor OWEN GILLET, fundador da excelente banda ICECOCCON, que mistura modern metal com influências que vão do gothic metal ao darkwave, passando pelo rock alternativo.

999590_154419608096091_1624473660_nPara começar, poderia nos contar sobre seu começo na música? Quando você decidiu se tornar um músico?

Olá Fabio. Primeiramente eu queria muito agradecê-lo pelo interesse e apoio. Não acho que decidi me tornar um músico, mas que nasci como tal. Tentei tocar violão quando tinha menos de cinco anos de idade. Meus pais me deram um violão barato de brinquedo e tentei tocá-lo. Quando completei cinco anos de idade, minha mãe começou a me ensinar piano, na época que ela era professora de música. Estas foram as minhas primeiras bases para entender teoria musical. Eventualmente continuei tocando clarinete por muitos anos até finalmente ganhar uma guitarra no Natal, na aos doze anos de idade e imediatamente fiz aulas de guitarra. Musicalmente falando, a primeira música que lembro ter escutado foi do grupo Beach Boys e depois Beatles, então finalmente fui ao musical Les Miserables [nota do tradutor: um dos musicais mais antigos do mundo, que contou até com a participação de Michael Jackson], escutei Abba, e comecei a reparar na música que tocava no Top 40. Roxette foi uma das minhas bandas favoritas e eu ainda amo eles. E lá pelos meus doze ou treze anos de idade que descobri o Metallica ao ouvir a música Enter Sandman e entrar em contato com todo o universo do metal. Passei por uma fase de escutar industrial, indo de Throbbing Gristle a Skinny Puppy, passando por Nine Inch Nails. Também descobri o black metal e o metal extremo, que me fascinaram muito.

Respondendo brevemente sua pergunta, diria que tudo começou em 1993, quando ganhei minha primeira guitarra, comecei minha primeira banda e também comecei a ouvir metal. Sabia que queria me tornar um músico profissional e que era isto o que eu queria para minha vida.

Antes do ICECOCOON, teve alguma outra banda ou projeto?

Em termos de banda, onde eu era o compositor, montei a minha primeira no começo do ensino médio, escrevendo músicas de metal. Isto foi até eu chegar no final da adolescência, quando não tinha mais ninguém a quem dedicar nada e com um sentimento de querer me isolar do mundo, isto foi nos anos 90, antes da internet e das redes sociais. Eu morava com meus pais numa grande propriedade longe da cidade, quando comecei a escrever música para e por mim mesmo, tentando fazer o melhor que poderia fazer. Realmente eu tinha um equipamento muito ruim e peguei um gravador de fitas cassetes emprestado, mas fiz o meu melhor. Nascia o ICECOCOON!

Também toquei numa outra banda em Adelaide, no sul da Austrália chamada Blood Red Renaissance durantes alguns anos, fizemos alguns álbuns e um EP. Tocava teclado nessa banda e o baixista, Matthew R. Davis, também se tornou o baixista no ICECOCOON.

Depois de tudo isto é que a minha banda surgiu.

Qual o significado do nome ICECOCOON? Há algo especial nele?

Sim. Como você pode ver na história acima, quando criei o meu projeto, me sentia isolado de tudo que podia falar, tanto musicalmente quanto de qualquer outra coisa. O nome é basicamente uma metáfora para a individualidade e sobre caminhar da sua maneira, a despeito do que acontece no mundo. É mais fácil de ver como um livro com alguma coisa de uma revolta de um adolescente sem amores e com alguma coisa mais verdadeira, mas também é mais que isto. Agora o nome significa apenas o quanto eu trilhei meu próprio caminho de uma forma muito menos egocêntrica haha.

Você pode escolher seu próprio rumo e criar seu próprio mundo e isto ser bom! Então ICECOCOON realmente significa “ser forte e ser verdadeiro para si mesmo e ser um livre pensador”, da maneira mais clichê possível.

Ouvindo sua música, notei algumas coisas mais sombrias, mas com muita riqueza, sem soar como outras bandas de metal. Como é o seu processo criativo?1378343_164030547134997_1738488119_n

Sim, não sei se isto é por conta de eu ser parcialmente britânico (minha mãe emigrou para a Austrália em meados da década de 60), mas acho que há alguma coisa na minha psique que transita entre a escuridão e a riqueza. Escutei Gregor Mackintosh, fundador do Paradise Lost dizer em uma entrevista que “nunca escreveu uma música feliz” e também escutei o Steven Wilson explicar esta mesma coisa que estava dentro dele, colorindo o caminho que gostava de criar.

Há uma tristeza ou angústia que eu particularmente comecei a ser capaz de ver em toda a vida e história em um tipo de perspectiva. A inevitabilidade da morte e a futilidade das tentativas, etc…. Por outro lado, sou uma pessoa feliz e positiva e penso, por que devemos perder tempo sendo miseráveis? Vamos ouvir Motorhead!

Para mim, posso dizer que quando escrevo, apenas mantenho o que emocionalmente me movimenta. Se falhar neste teste, nunca farei disto uma canção. Então posso dizer que minha escrita é guiada pelos meus sentimentos mais profundos, a despeito de ser ou não de estilo musicalmente correto, realmente simples ou complexo e intricado.

E não é provavelmente uma coincidência que os artistas que eu admiro fazem as coisas da mesma maneira. Entre eles eu poderia citar Devin Townsend, Kate Bush, Ihsahn, Steven Wilson, Jethro Tull, The Gathering e a lista vai indo…

Voltando à pergunta, meu processo não é escrever 30 músicas e escolher as nove melhores para colocar num álbum, é mais sobre um processo pesado onde somente o melhor tem espaço para entrar. Realmente não faço muitos refinamentos após terminar de escrever. Apenas coloco mais. Pode soar contraditório, mas tento manter as coisas mais puras quanto for possível. Consigo ter um momento de muita inspiração quando escrevo um verso ou uma parte de uma canção, então no outro dia, semana ou mês, escrevo o resto. Apenas asseguro que sinto verdadeiramente inspirado e nunca digo que está bom o bastante se não estou emocionalmente excitado por fazê-la. Sei que em meu coração e em minha alma este tipo de coisa e nunca vou contra meus instintos. A música escreve a si mesma e apenas preciso decidir o que é bom ou não. Penso mais em discos e álbuns conceituais do que em canções isoladas, pois sempre haverá um tema em cada álbum que amarra bem as composições.

Como você define sua música?

Poderia dizer que é uma música emotiva sem limites, totalmente escrita pelo coração. É o que vem primeiro à minha cabeça, os pensamentos e sentimentos são puros e não importa como musicalmente isto segue, pois poderia ser qualquer coisa.

Dito isto, como o tempo se vai e tenho desenvolvido meu próprio processo de composição e toco guitarras barítonas, a música tem começado a ter uma forma mais contínua e definida.

Penso que é a forma como atualmente a música do ICECOCOON soe, falando especificamente da guitarra e da voz. Contudo, uso minha voz de várias formas, digo mais sussurrada, mais operística, aguda, grave, acho que é isto parte de como a música da banda é.

Tenho uma certa filosofia de produção que está constantemente definindo o nosso som nos álbuns. Para este tipo de música, gosto de tudo parecendo mais real, sem uso de auto tune, sem pro-tools para fazer as coisas não naturais, sem soar como uma colagem de bateria/ajuste etc. E, no fim das contas, sem compressão excessiva.

As faixas precisam ser dinâmicas como um topo para ter um impacto emocional mais completo.

E você tem recebido muitos comentários positivos sobre seu trabalho?

Estou muito contente para dizer que, sim, eu tenho. As resenhas para Deepest Crystal Black têm sido muito positivas. Vocês podem verificar nestes links:

http://sfmedia.com.au/ice-cocoon-deepest-crystal-black-cd-review/

http://metalasfuck.net/zine/reviews/2013/icecocoon-deepest-crystal-black-own-label

http://www.jjdonnelly.blogspot.com.au/2014/01/icecocoon-deepest-crystal-black.html

É uma estrada longa e dura ser um músico de heavy metal original, então ver tanta gente gostando de verdade do meu trabalho faz com que eu queira dar o meu melhor!

1520713_195462367325148_1199481586_nE uma vez você me contou que tem uma música em homenagem ao Peter Steele do Type O Negative. Poderia nos explicar sobre ela?

Type não foi apenas uma inspiração, mas uma influência direta para a música do ICECOCOON. Quando era um adolescente, queria ser capaz de cantar tão grave quanto Peter Steele (ninguém conseguiu algo assim até hoje) e álbum Bloody Kisses me influenciou no uso dos teclados, guitarra fora do tom e melodias extremamente lentas. Não há, de fato, outra banda como o Type O Negative. Eles eram verdadeiramente únicos. Acho que eles me marcaram muito. A música Death of a Star é meu tributo ao Pete. Ela é propositadamente temperada com pitadas de Type, mas ao nosso estilo.

Conheço um cara que faz música na Austrália e uma vez ele me contou que a cena do seu país tem muitos problemas porque não há locais onde possa tocar. Para ti, como é a cena por aí?

Creio que este seja um problema no mundo todo. Seriamente duvido que exista uma escassez de locais em qualquer capital. Certamente não na Austrália. Honestamente, aprecio muito quanto trabalho é feito em nossas empresas (sua banda é uma empresa, afinal de contas), começando à partir do zero para deixar as coisas simplesmente acontecendo.

Acho que parte do problema é que muitos músicos tem um sentimento muito exagerado de quão importantes eles ou seus trabalhos são. O que quero dizer é que os músicos não pensam muito sobre marketing, custos para divulgação, fazer listas de e-mail, oferecer alguma coisa boa para seu ouvinte. Há tantas pessoas parecendo com bandas e músicos hoje que está tudo muito desorganizado.

Se os músicos estão levando isto como hobby (algumas vezes sem perceber), mas secretamente querendo fazer sucesso, possivelmente irão falhar nas partes que precisarão de mais atenção, como contatar pessoas para ir aos seus shows, vender ingressos, gravar músicas etc. Creio ser preciso cortar essa desorganização, pois é preciso estar a 100% Isto quer dizer que é necessário dedicar-se totalmente à sua carreira como músico e você será bem sucedido não importa o que aconteça. Uma vez que você está dando tudo de si e está sedento por encontrar qualquer coisa que precise para fazer as coisas acontecer, todos os problemas irão se tornar mais fáceis de resolver.

Se você realmente está fazendo tudo o que pode, as outras pessoas, sejam elas da indústria da música, outras bandas, ouvintes em geral estarão mais dispostos a conhecer seu trabalho.

Falando sobre a indústria musical, qual a importância de uma gravadora ou companhia hoje em dia?

Penso que se uma banda ou artista alcançou aquele ponto onde todos estão fazendo tudo bem o bastante para uma gravadora se interessar, isto é uma grande oportunidade para a banda crescer mais. A despeito de quanto tudo tem mudado nos últimos dez anos, uma gravadora ainda tem uma rede de contatos muito superior e provavelmente um orçamento maior que as bandas têm.

Tudo tem suas vantagens, há muitas gravadoras ruins e com contratos desonestos que podem destruir sua carreira. Cada situação deveria ser analisada dentro de suas vantagens.

Até lá, penso que o melhor cenário é aquele onde as bandas seguem com seus próprios selos para criar uma rede de contatos bastante positiva e relacionamentos com pessoas da indústria, dentro de seu estilo musical.

Na verdade, muitas novas bandas tem uma preocupação em parecer com bandas mais antigas, por exemplo, o revival do Thrash e soam como “novas” velhas bandas de death metal etc. Para mim, isto é falta de criatividade, pois há muitos recursos para fazer música. Qual sua opinião sobre esta onda “revivalista”?

Concordo totalmente contigo. Acho que isto é realmente falta de ideias e criatividade. É como algumas pessoas que dizem que há somente algumas notas e tanto acordes etc. Isto é bobagem.

É o que acontece quando as pessoas não tem suas próprias ideias. É como as pessoas cantando blues em 2014. É ridículo para mim. Se imitar é tudo o que essa gente é capaz de fazer ou é o mais confortável para eles, certamente são pessoas muito chatas.

Também acho divertido ter alguns artistas e algumas bandas antigas ainda estão na ativa e tocam sucessos das festas de cem anos atrás. Infelizmente, para alguns deles, bandas de gêneros como nu-metal, cujos discos foram lançados no final dos anos 90, têm músicas que soam como lixo e ainda são um lixo!

Felizmente, eles ainda continuam com bandas maravilhosas que continuam a movimentar a indústria.

Sobre a imprensa do meio metal, qual a relevância de uma mídia tradicional, como revistas, para um músico novo? No Brasil há algumas revistas e grandes sites sobre o assunto e muitas vezes isto não é suficiente.

É uma boa pergunta. Acredito que algumas revistas são melhores que outras e algumas são mais interessantes em fomentar a cena local e os novos talentos. Austrália é um país pequeno com cerca de 22 milhões de pessoas.

Há apenas uma revista de metal, a Heavy Mag, que é receptiva a bandas daqui. É como uma versão mais humana da Metal Hammer. Exatamente o quão importante elas são para a banda? Penso que ter uma propaganda colorida de meia página em uma revista e uma música num disco que é dado de brinde junto com a revista, para mais de 12000 pessoas pode detonar a sua carreira. Penso que uma boa mídia impressa ainda é relevante.

Acho que como um novo músico, construir um bom relacionamento com as revistas certas é muito importante. Tenho de dizer que, onde moro, em Adelaide, a cobertura da imprensa é horrorosa. Há sempre uma revista de rua que tem uma seção de metal. Pelo menos isto.

Isto deve custar muito dinheiro, afinal, manter uma revista no mundo metal que tenha mais do que é oferecido pela internet ajuda a promover bandas (e que também pagam por suas publicações), mas seria muito melhor se houvesse mais atenção da imprensa para a música que realmente mereça. Agradeço ao Groundcast!

E sobre blogs e outros sites menores?

Vejo que eles são uma coisa muito boa. Há muitos sites bons por aqui, que se estendem pela comunidade metal ao redor do mundo, que tem ajudado muito o ICECOCOON. Músicos deveriam apreciar estas pessoas que criam estes sites e blogs e como eles estão se comunicando para as pessoas que se tornarão seus ouvintes. É uma grande oportunidade para levar sua música adiante sem gastar muito, especialmente com a conveniência da internet, que permite mandar músicas para outras pessoas.

E sobre o compartilhamento de músicas? Qual sua posição? Você realmente acha que serviços como Spotify e Deezer podem enfrentar o compartilhamento ilegal?

Como fã de música, nunca baixei nenhuma canção. Apenas procuro pelos materiais físicos.

Ainda amo comprar vinis e Cds. Para um artista, é uma perspectiva você poder colocar para as pessoas seu disco para compartilhar gratuitamente, mas, na verdade, você passa a não ter controle sobre o que as pessoas querem compartilhar. Atualmente me surpreende que estes serviços de streaming possam ganhar dinheiro, sendo que você pode fazer a mesma coisa no YouTube!

Com o disco do ICECOCOON, como você sabe, preferi deixá-lo gratuito para download no site oficial (www.ICECOCOON.com.au), tanto em mp3, qualidade de CD ou mesmo em alta qualidade. Pelo menos deste jeito se alguém quiser ter uma cópia gratuita, terá um produto superior. Prefiro ouvir a minha música com boa qualidade do que deixá-la grátis com uma qualidade baixa. Creio que a coisa mais importante para um artista é que as pessoas escutem o seu trabalho. Há outras formas de ganhar dinheiro como músico além das vendas de discos. Felizmente, vinil não pode ser baixado, assim como nenhum outro produto físico.

Quais os planos para o futuro?

Agora tenho que fechar o line-up para as apresentações, então os próximos meses serão dedicados a isto. Como prioridade, estamos lançando um single limitado em vinil verde.

O primeiro Lado é a primeira música do Deepest Crystal Black, And Where Now? e no outro, uma canção nunca lançada antes, sendo exclusiva deste lançamento. Espero lançar o próximo disco em 2014, mas parece que só conseguirei no primeiro semestre de 2015. É claro que continuarei a campanha pelo Deepest Crystal Black, fazendo mais shows e mais coisas, além de imprensa. O céu é o limite.

A longo prazo as coisas sempre podem mudar, e elas dependem de quão bem a banda trabalha e como as coisas se tornam bem sucedidas. Estou também escrevendo um novo álbum para o ICECOCOON no momento e tenho planos de lançá-lo nos próximos três ou quatro anos.

Por favor, indique algumas boas bandas da Austrália. Conheço apenas Ne Obliviscaris, Airborne, Virgin Black, GPK, SPK (uma velha banda de industrial) e algums projetos de electro.

Sim, SPK veio antes de mim. Tenho alguns vinis deles. Primeiro vi Virgin Black (que também é daqui de Adelaide), e eu conheço o irmão do vocalista e digo que ambos trabalham no mesmo estúdio de gravação. Há uma banda realmente muito boa, o Mournful Congregation. Eles tocam um funeral doom bem lento e tem um status cult na Europa e na América do Norte, lançando vinis e fazendo turnês por lá.

Há uma outra que eu gosto chamada Contrive. É uma banda pesada, mas não pertencem a um estilo específico. Tenho também gostado muito do último disco, o The Internal Dialogue, que foi mixado pelo Devin Townsend.

Você conhece alguma banda brasileira?

Perdoe-me pela minha super-ignorância sobre o que acontece no seu país. Eu escutei um pouco do Satanique Samba Trio e achei muito bom. E sinto que deve ser muito frustrante tentar fazer uma carreira no Brasil e obviamente, conheço Sepultura. E tenho ouvido um pouco do que eles têm feito atualmente, e tenho ouvido o último disco deles.

O que anda ouvindo ultimamente?

Tenho escutado muito metal como o novo trabalho do Testament, o novo do Megadeth, os dois últimos discos do Paradise Lost, assim como alguma coisa do Mayhem, o novo do Enslaved, alguns do Devin Townsend, o novo do Soilwork.

Também tenho gostado dos últimos dois trabalhos da Alycia Keys, o disco 50 Words for Snow da Kate Bush, o disco Thick as a brick do Ian Anderson e o último trabalho do Fleetwood Mac, Say you will.

Amei também o disco Heritage do Opeth e também os últimos trabalhos solo do Ihsahn. E muita coisa do catálogo do Motorhead, incluindo o Aftershock.

E muito obrigado pela paciência comigo e pela entrevista. Este é o seu espaço! Manda bala!

Obrigado pelo seu tempo, apoio e pela entrevista. É muito bacana alguém do outro lado do globo ter interesse pela minha música. Espero que quem ler esta entrevista vá até nosso site oficial: www.ICECOCOON.com.au. Obrigado Fabio, você é foda! Obrigado por apoiar com o Groundcast. Vocês ainda vão ouvir falar muito da gente.

Links Relacionados

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Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.