Basicamente existem dois tipos de música eletrônica: aquela monótona e frenética que está limitada ao entretenimento, e a verdadeiramente artística em sua essência experimental. Isso não significa que não existam trabalhos direcionados à pista que tenham valor artístico, é apenas uma visão geral que não convém ser pormenorizada.
E é dentro do último espectro que se encontra o Slave’s Mask. Vindo da Finlândia, o duo tenta transmitir suas visões esotéricas através da música utilizando diversos elementos a fim de proporcionar uma profunda e hipnótica experiência sonora. São apenas seis faixas que transitam por vários segmentos da música eletrônica, mas que são uniformizadas pelo clima místico.
Se por um lado é fácil para eles converter seus princípios ocultos numa atmosfera musical adequada, por outro é difícil colocar em palavras as sensações absorvidas com a audição de Soak Kaos. Do feeling contemplativo semi-acústico de St. Swastika Street, passando pelo Trip-Hop com teclados altamente viajantes de Shadow Path Mantra até a imersão no Martial Industrial em Hail The Sun, o que temos é uma proposta fundamentada na imprevisibilidade e com homogênea atmosfera.
A distorção estúpida que vem sofrendo o simbolismo e a filosofia empregados aqui não deve comprometer o trabalho, pois a abordagem é séria e madura, sem nenhuma referência despropositada à política. E, acima de tudo, é um item obrigatório para fãs de música eletrônica autêntica.