Indie / Shoegaze, Independente
Conheci o trabalho do Júlio com o Sasha Grey as Wife e, com o término da trilogia do Ashtar Sheran, o músico investe num projeto com o seu nome, com uma sonoridade menos experimental e ainda mais sombria.
Este é um disco sobre os relacionamentos humanos, como uma forma de mostrar o que nos machuca e, ao mesmo tempo, como a música pode trazer esses demônios para fora e curar essas feridas emocionais.
As temáticas vão desde o desapego e o distanciamento, a existência, a depressão, a dificuldade de auto aceitação e de começar relacionamentos. Tudo isso com muito bom gosto, sem cair na banalidade que esses temas podem cair.
Este EP mistura indie com shoegaze, mas, da mesma forma que os trabalhos com o SGAW, é complicado dizer exatamente em que gênero musical as músicas se encaixam completamente. Esse é um disco com mais músicas cantadas e menos uso de declamações (os spoken words) e tem uma musicalidade mais redondinha, com direito até um solo de hard rock, como acontece em Para Peito, a melhor canção deste trabalho.
A produção também conta muitos pontos positivos, incluindo aí os instrumentos muito claros, tudo com seu lugar e que apresenta um músico e também produtor muito amadurecidos. Minha única crítica digna de nota é que, em alguns momentos, sinto falta do experimentalismo que existia no projeto anterior e alguma coisa mais pop que eventualmente me incomoda. Mas nada disso tira o mérito deste excelente disco.
Eu, Júlio Victor – Trauma e Terapia (2019)
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Nota Geral - 7.5/10
7.5/10