Dia oito de março foi comemorado o Dia Internacional da Mulher e, com isto, diversas pessoas declararam o quanto é importante valorizar a figura feminina. Desde declarações de como mulheres são importantes a textos bem interessantes pedindo respeito a elas (coisa que deveria ser obrigatório). Como articulista e principal redator do Groundcast, precisava escrever alguma coisa a respeito. Então, acompanhem-me.
Nossa sociedade, independente de qual for o país, é majoritariamente machista, de uma forma ou de outra. Seja por meio de propagandas, revistas, artigos ou até mesmo formas de expressão artística, é certo existir um paradigma ainda não superado: mulheres como seres inferiores e objetos sexualizados.
O rock, como estilo libertário, primava sempre pela quebra de conceitos antigos e renovação por ideais jovens. Mulheres como JOAN JETT, JANIS JOPLIN, PAT BENATAR, DINAH CANCER, NINA HAGEN, DORO PAESCH, LYDIA LUNCH, EVA O, entre outras, sempre se portaram de forma que o apelo sexual fosse menos relevante que suas obras e seus discursos. Não se masculinizavam para fazerem sucesso e, por conta disto, são ícones dentro de seus respectivos gêneros e vozes muito importantes quando se fala de rock feminino.
Infelizmente, estas mulheres não geraram exemplos, tampouco serviram para encorajar outras mulheres a seguirem pelo mesmo caminho. Temos hoje muito mais apelo sexual e “mulheres lindas e gostosas” perfilando o mundo do rock (e também do metal), brilhando de forma inversa a suas antecessoras. Não procuram um ideal de feminilidade, mas sim um lucro fácil, voltado a um discurso machista, que pouco valoriza o seu talento como musicista.