Böllverk: “Heavy Metal é um gênero muito diversificado”

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Böllverk é um daqueles grupos de música simples, ideias mais simples e que trazem aquela energia legal que faz falta no meio metal de uns tempos para cá. A gente bateu um papo com Raphi, guitarrista e fundador do grupo.

Sempre valorizo quando surgem bandas novas para uma entrevista, assim podemos começar desvendá-las. Böllverk é uma grande banda que aposta no heavy metal tradicional e é uma honra entrevistá-los.Primeiro, diga-nos como você decidiu começar a banda.

Obrigado pelo elogio. Para mim, a banda é um grande sonho há muito desejado. Um dia eu pedi a Zahn para começar uma banda comigo. Ele disse imediatamente que sim! Nos últimos anos, alguns membros foram substituídos, mas agora somos uma equipe muito boa. Fazer minha música favorita com amigos… Melhor impossível!

Böllverk significa baluarte, que significa algo que protege do perigo. O que este nome representa para a banda, e há um motivo por trás disso?

Böllverk vem da mitologia norueguesa. Odin costumava se chamar Böllverk para ter certeza de não ser reconhecido. Significa algo como “causador de problemas”. É um grande nome. Mas Bulwark é também um bom nome para uma banda de metal 😉

Quais suas maiores influências? Não precisa ser apenas na música e não apenas no metal.

Minhas influências pessoais são Judas Priest, Saxon, Accept, Black Sabbath etc.

Impressionou-me muito que você tenha uma mulher nos vocais. Apesar de ter nomes famosos como Doro Pesch, é muito difícil ter bandas tradicionais de heavy metal com cantoras femininas. E por que você decidiu ter uma mulher que não usa um vocal agudo e cuja voz soa tão poderosa e imponente?

Acho que não importa se é um cantor masculino ou feminino. Tem que se encaixar de uma forma humana e musical. E se encaixa perfeitamente. Tivemos sorte de Svenja ter vindo até nós. Acho que a voz dela se encaixa bem, então queríamos que ela se juntasse a nós.

Ainda sobre mulheres cantando heavy metal, eu realmente gostei da voz de Zahn [ERRO MEU: Não sei onde estava com a cabeça quando troquei os nomes] por causa de sua versatilidade e não tentar soar como uma cópia de Doro, mesmo que pudéssemos perceber sua influência. O que você acha das vocalistas femininas e seus estilos vocais no metal?

Hahaha … Svenja é a vocalista feminina, não Zahn 😉

Como eu disse, não me importa se a cantora é masculina ou feminina. Há apenas cantoras que eu gosto ou não gosto.

A propósito, Svenja nunca ouviu uma música completa de Doro.

Não sou o maior ouvinte de metal tradicional (hoje) porque muitas vezes acho que as bandas mainstream estão sempre tocando as mesmas músicas e só mudando os títulos. Mas ao ouvir Heading For The Crown, fiquei bastante surpreso como vocês não soam como qualquer banda de metal, fora muitas influências do blues, country, power metal e um monte de outras coisas, além de uma excelente produção que permite ouvir cada instrumento claramente. Como você classificaria sua música e como você chegou a este gênero musical?

Obrigado. Soar diferente é um grande elogio para nós. Diria que somos uma banda de Heavy Metal. A variedade é muito importante para mim e o Heavy Metal é um gênero muito diversificado. Tudo é possível: rápido, lento, duro, suave. Eu sempre penso em Judas Priest que uniu coisas como Blues Hard Rock com Speedmetal, etc. Quando você grava músicas, eu acho que é realmente importante que você possa ouvir cada instrumento muito claramente. Hoje em dia, muitas bandas esquecem seu baixista 😉

Meu irmão mais velho me mostrou este gênero. Ele fez um CD para mim com Grave Digger, Iron Maiden, Manowar e Blind Guardian. Eu ainda gosto destas bandas.

Como foi a produção do Heading For The Crown? Você poderia comentar um pouco sobre os bastidores do álbum?

No início houve alguns problemas, porque nosso baterista ficou doente. Mesmo assim, ele fez os discos. Forte como o aço hahaha … Além disso, tudo correu bem. Foi divertido fazer um disco em um estúdio profissional. Trabalhar todos os dias em nossas músicas mostrou uma perspectiva muito nova. Sinto que isso nos tornou mais fortes como banda.

Hora da história: Antes de gravar a guitarra para “Master of Thunder”, o sol brilhava. Quando terminei, começou a trovejar. Sentimo-nos como os deuses do tempo hahaha.

Notei que suas letras falam sobre o espírito rock’n’roll do passado, festejar e ficar bêbado e também sobre coisas simples. Eu mesmo, embora goste de temas complexos com letras profundas e significativas, sinto muita falta de bandas que soem simples, as quais eu poderia ouvir enquanto curtia minha décima garrafa de cerveja… e o que você acha de todas as bandas que tentam soar complexas hoje em dia, com músicas que lidam com assuntos muito profundos e assim por diante? Ainda há espaço para a simplicidade?

Espero que seja possível apreciar nossa música sem ficar bêbado 😉

Há música que é realmente complexa, então é preciso ouvir com fones de ouvido para apreciá-la. Depois há a música que é bem simples. Especialmente a música simples ao vivo é muito divertida. Para mim, a resposta está em algum lugar intermediário. Uma não exclui a outra. Como Van Halen já disse: “Eu quero o melhor dos dois mundos!”

Eu ainda acho que é como se fosse uma arte esquecida mantê-la simples. É como se algumas bandas quisessem provar o quanto são boas e se esquecessem de que se trata das canções e não de serem perfeitas. Fazemos qualquer coisa para que uma música seja poderosa. Sou um grande fã da simplicidade, mas todos podemos escrever e tocar canções que gostamos, é claro. É também uma questão de preferência pessoal.

Nós da Groundcast somos um site brasileiro sobre música e sempre faço esta pergunta: Você conhece algum grupo brasileiro?

Não sou especialista na cena metal brasileira, mas conheço Angra, Nervosa (vocais femininos ;), Krisiun e Sepultura, é claro.

Quero realmente expressar meus agradecimentos pela entrevista. Por favor, deixe uma mensagem para nossos leitores. Vamos lá.

Também gostaria de agradecer por esta entrevista.

Caros cabeçudos do metal brasileiro, obrigado por dedicar um tempo para ler esta entrevista. Espero que vocês deem uma chance a Heading For The Crown.

 

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Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.