Breakdown: “achamos a guerra, movimentos extremos, diferenças sociais, racismo e opressão uma merda”

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Bandas brasileiras sempre têm um lugar reservado nessa página, uma vez que somos um veículo de imprensa brasileiro. Fico imensamente feliz de descobrir a Breakdown, banda brasileira que está sediada na Alemanha e faz um som moderno e saudosista, resgatando as raízes do thrash metal, mas sem perder o frescor. Falamos com Leo, guitarrista e vocalista da banda.

Essa é a primeira vez que eu faço uma entrevista com uma banda brasileira que não mora no Brasil e acho isso incrível. Então, para começarmos, que tal falar um pouco sobre vocês e como surgiu o Breakdown?

Leo: Surgiu em 98, depois de conseguimos tocar nossos instrumentos, fazer covers por um tempo e tomar o passo de escrever sons.

Eu tenho visto ultimamente um grande revival de bandas que buscam resgatar aquele Thrash metal oitentista, numa vibe meio Anthrax / Exodus, mas ouvindo o som de vocês eu consigo notar que que tem muito daquele som antigo, mas tudo soando mais moderno (o que eu, sinceramente agradeço por demais). Como vocês definiriam a sonoridade da banda e como chegaram nela?

Leo: Obrigado, essa e nossa proposta, eu não sei como a gente fez na verdade… acho que as influencias todas se misturam na verdade e nao consigo pegar um estilo e seguir religiosamente… A gente toca metal, e temos todas essas influencias de NWBHM, metal alemao, thrash, Death e punk…ai vemos o que conseguimos fazer com os instrumentos e partimos dai.

Neste ano vocês participaram do festival online da Roadie Crew, organizado pelo Eliton lá da Som do Darma. Como foi participar desse evento e qual a repercussão dele para a banda?

Leo: Acho que esse espaco e bem legal e tem uma boa repercussão sim, o objetivo e mostrar a musica para mais pessoas e funciona!

Vocês começaram a banda aqui no Brasil e depois se mudaram para a Europa. Como foi esse processo de mudança de país e adaptação?

Leo: Mudamos por vontade de conhecer outros horizontes, e conhecer um pouco o mundo, mas rola uma mega adaptação e foi uma boa experiência para nós… seu mundo muda bastante… impressionante ver como as pessoas são tão parecidas, mas também diferentes em outros países… as cenas de metal, porem, sao sempre parecidissimas!

Falando sobre mudança de país, como tem sido esse processo para vocês? Pergunto isso porque meu irmão mora hoje na Alemanha e ele já me contou que, apesar de tudo ser muito bacana, ainda rola um pouco de preconceito por ele não ser europeu.

Leo: Ja tive pequenos problemas, preconceito estrutural uma dificuldade ali ou outra aqui, nada muito diferente que nao tenha enfrentando no Brasil na epoca por ser cabeludo, ter origem simples etc… Mas, por outro lado, em muitos paises este um resurgimento de movimentos de extrema direita, e ficamos de olho.

Acabei de ouvir o novo disco de vocês, o Divide and Konquer, que está com uma produção excelente. Poderia nos contar como foi o processo de produção?

Leo: A producao comecou na Irlanda ainda com demos e ideias, mas nos mudamos…quando as musicas estavam prontas preparei tudo num estúdio local aqui. Aí o Edu fez as bateras no Brasil e entao passamos uma semana no Stage One Studio com o Andy Classen. A producao foi um trabalho muito legal, no estúdio mesmo, tocando e capturando a vibe natural sem correcoes e bem honesta e organica, fizmeos a mix juntos no estudio depois de um tempo e trampamos em cada detalhe, gostamos bastante e chegamos no som que imaginavamos  e estamos ansiosos para repetir!

Agora vamos falar sobre as letras e começar um tema polêmico. Nota-se que é uma banda com posicionamentos políticos e várias bandas de Thrash daqui, como o Nervosa e o Crypta, têm puxado cada vez mais essa tônica, indo no caminho oposto que muitos fãs de metal se colocam contra política em suas músicas. O que vocês acham disso e o que motiva vocês a abordarem política em suas músicas?

Leo: Olha nao precisa ter polemica nao, eu respeito todos os estilos e ouco as mais diversas bandas que abordam diversos assuntos e ta tudo valendo cada um faz o que quer, e o rock e metal sao livres para qualquer coisa. Agora com o BKN acontece naturalmente, nosso jeito de pensar nossas origens e jeito como vemos as coisas influenciam na hora de escrever. Sim achamos a guerra, movimentos extremos, diferenças sociais, racismo e opressão uma merda, decidimos nao maquiar ou fingir que nao existe e vamos falar o que pensamos…num mundo ideal as pessoas nao morrem por todos esses motivos todos os dias…no BKN não conseguimos ignorar…então no meio do nosso metal tem a temática sim.

Normalmente aqui no Groundcast eu costumo perguntar sobre bandas brasileiras quando entrevisto estrangeiros, mas com vocês eu vou mudar um pouco a pergunta: o que vocês recomendam de bandas que estejam ouvindo atualmente? Pode ser banda daqui, pode ser banda de qualquer outro lugar.

Leo: meu tem tanta coisa, eu ouco bastante coisa, ultimamente tenho ouvido o Evil Invaders da Belgica, Flagelador, Violator, Kryptos da India, Ambush…alem das coisas que me influenciam e ouvimos desde sempre.

Agora é o espaço para vocês deixarem aquele recado para os nossos leitores do Brasil (e talvez fora). Manda bala.

Leo: Espacos como esse, junto as bandas mantem o underground vivo, e um grnde trabalho e eu te parabenizo por isso, Muito Obrigado.

Para a galera: Tudo sobre o BKN esta em www.breakdown-bkn.com

Nos vemos !!!O underground vive!

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Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.