Dez discos de metal não-convencional para passar a quarentena

3 min


0

Coronavírus não é algo fácil e poder se ocupar enquanto espera as coisas se acalmarem é algo fantástico. Para isso a gente aqui no Grouncast vai organizar algumas listas para você conhecer coisa nova, rever coisa antiga e, acima de tudo, poder aproveitar enquanto faz seu home-office e até mesmo poder ir trabalhar com mais ânimo, sobretudo se você não pôde parar.

Nesta lista eu vou apresentar dez discos de metal que fogem bastante do convencional, que trazem propostas ousadas e, acima de tudo, que possivelmente você não conhece, pois se conhecesse, não precisaria desta lista.

Igorrr ‎– Spirituality And Distortion

Igorrr é sempre algo que surpreende pela mistura curiosa de metal com breakbeat e nesse trabalho o senhor Gautier Serre se superou, incluindo aí música indiana, noise, música erudita e até música tradicional italiana. Com certeza algo a ser escutado no máximo.

Lotus Thief ‎– Oresteia

Eu gusto muito do chamado post-black metal porque ele sempre traz alguma coisa interessante. E nessa leva tem espaço para outras coisas, como o pessoal do Lotus Thief, que reúne post-rock, black metal, rock psicodélico e rock progressivo. E tudo soa orgânico e sem parecer que tem elemento de tudo para não comunicar nada.

Queen Elephantine – Gorgon

Em Hong Kong eventualmente chegam umas bandas bem interessantes e o Queen Elephantine, agora residentes nos EUA, apresentam um doom/stoner metal com influências de krautrock. A música soa um bocado estranha e é por isso que vale a pena ouvir.

Vessel Of Iniquity ‎– Void Of Infinite Horror

Junte o black metal mais bruto e veloz com o mais ruidoso e denso harsh noise e você chegará no Vessel of Iniquity. Em alguns momentos lembra muito os projetos de speedcore, tamanha a velocidade da bateria programada. Disco excelente.

Thy Catafalque ‎– Naiv

Quando ouvi o single de Szélvész (Tempestade em húngaro), já sabia que esse seria um puta de um disco foda pra caralho. Mescla bem feita entre o metal e o post-punk, numa sonoridade única.

Keiji Haino & SUMAC – Even For Just The Briefest Moment / Keep Charging This “Expiation” / Plug In To Making It Slightly Better

Pessoalmente não sou muito chegado em indicar EPs. Mas esse merece por ser a junção de um dos grandes nomes do post-metal. Junte isso com um dos maiores nomes da música experimental japonesa, que faz de rock bizarro a jazz extremamente estranho e você tem um disco que nem deveria ser chamado apenas de metal.

An Autumn For Crippled Children ‎– The Light Of September

https://www.youtube.com/watch?v=JGev-RNfTMc

Um gênero que começou a surgir (se é que podemos considerar como um gênero) é o blackgaze. Isso vem de bandas como o Alcest, que começaram a juntar o shoegaze, o post-punk e o post-rock com black metal. E, pessoalmente, o An Autumn for Crippled Children é uma das melhores bandas nesse meio, uma vez que eles incorporam os elementos citados e ainda soam como black metal atmosférico.

 Botanist ‎– Ecosystem

O Botanist é o caso daquelas bandas que merecem ser ouvidas primeiro pelo exoticismo. Primeiro, não há guitarras. Elas são substituídas por dulcimeres, instrumentos de corda medievais. Segundo, as letras são sobre plantas. Terceiro, soa tudo muito diferente de qualquer banda que você conheça. Então não perca tempo não.

Jute Gyte ‎– Birefringence

Jute Gyte é um daqueles projetos de um cara só que abusa de tudo quanto é coisa diferente. Black metal que usa microtonalismo e formas de composição não-convencionais, é tipo o Blut aus Nord, mas ainda mais experimental.

 

L’Acephale ‎– L’Acephale

Com certeza o black metal é um dos gêneros que vem apresentando uma renovação de criatividade para a cena metal como um todo. E o L’Acephale não desvia desse caminho tão interessante e traz seu som influenciado pelo black metal e com passagens pelo neofolk, spoken words (canções que trocam a melodia vocal por um poema recitado), noise, musique concrete e um monte de coisa legal.

E vocês, o que têm escutado para passar a quarentena.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.