Continuando a nossa série de indicações para a quarentena, nada melhor que conhecer alguns discos ou até relembrar de coisas muito bacanas para ir escutando nesse tempo que muita gente tem de trabalhar em casa ou, quando o caso, fazer outras coisas igualmente importantes.
Nesse caso vamos indicar dez discos para os góticos que acompanham a página. Muitos possivelmente vocês já conhecem, então vale para quem quer curtir uma baladinha gótica, só que em casa.
Banda formada por Andrew Clinco enquanto trabalhava como baterista do Marriages. Combina a estética dos anos 1980 e com certeza vai agradar até mesmo aquela pessoa que só escuta Bauhaus.
Kælan Mikla – Nótt Eftir Nótt
Particularmente acho a cena islandesa muito interessante e, infelizmente, pouco conhecida da gente aqui. O Kælan Mikla é uma banda de darkwave formada por Sólveig Matthildur Kristjánsdóttir, Margrét Rósa Dóru-Harrysdóttir e Laufey Soffía Þórsdóttir, que se conheceram na escola e ganharam até mesmo um prêmio em um concurso organizado pela biblioteca municipal de Reykjavik. Recomendado para quem gosta de grupos como Linea Aspera, Second Still e The Agnes Circle.
Deathrock vindo diretamente de Portland, esse trio tem como chamariz suas melodias fortemente inspiradas no punk rock e com claras influências de Siouxsie and the Banshees e Killing Joke. Se não conhece, não perca tempo.
Silence In The Snow – Levitation Chamber
Eu gosto muito da Prophecy Records, gravadora que sempre trouxe a nata do neofolk e também foi responsável por grupos como o Alcest terem o devido destaque. Agora apostam num grupo de gothic rock / post-punk muito bacana, formado por Cyn M e Trevor DeSchryver, conhecido pelos seus trabalhos com o Deafheaven e pelas participações nos shows do Wolves in the Throne Room como músico de apoio. Espere muita percussão e muito rock gótico. Dos bons.
Gothic rock nunca foi algo com forte apelo em guitarras, muito menos em percussão complexa, pois muitas das bandas se valem de baterias eletrônicas e de ritmos mais simples. Não é o que acontece com o Deth Crux, que chega a soar bem parecido com os primeiros trabalhos do Love Like Blood. Espere muita guitarra, muita bateria, vocal grave e uma musicalidade densa e sombria.
O quarto de Helena – Diário das Noites
Essa é uma banda que você vai ter de ir no YouTube para ouvir. Não tem nos streamings (ainda) e é uma bela descoberta como banda daqui do Brasil. O que soa mais bonito e diferente nessa banda é a pegada mais folk, com partes de violão, teclados e ambiências sombrias. É uma música lenta, para ser apreciada bem devagar.
Há bandas legais lançando bandas que, infelizmente, passam batido para muita gente. É o caso do Shadow Assembly. Seu disco de estreia, Ghostcrawl mergulha na onda de revival dos anos 1980, mas não soa como uma cópia do Bauhaus ou do Sisters of Mercy. Vai na fé que é muito bom esse álbum.
Grooving In Green – A Second Chance…
Grooving In Green é um dos meus grupos favoritos de rock gótico por ter um lado mais “rock” no seu som, fugindo um pouco daquele conjunto de bandas que copiam demais o Sisters of Mercy. É uma música bacana, que não soa datada, com algum peso e que precisa ser ouvida por qualquer gótico.
Portugal tem bandas excelentes de música gótica e o She Pleasures Herself é uma dessas bandas legais que mereciam mais atenção. O sintetizador marca presença em muitas músicas, mas tem espaço para algo mais “orgânico” como em “Private Hell”, feita em parceria com o Ash Code.
Eu sinto falta de bandas góticas que puxem para o lado do Dream pop. É um gênero interessante de ser explorado e é com o Box and the Twins que temos um belo exemplo do que acontece quando se faz uma versão mais sombria do gênero, incorporando shoegaze e darkwave.