Dez razões para o funk ter mais atitude que o rock

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É uma produção genuinamente brasileira

Não adianta vir com aquele papinho babaca de que o funk carioca não é funk de verdade. Ele é um ritmo que derivou do Miami Bass, ao se apropriar de suas linhas de bateria e de baixo. É algo que fazemos o tempo todo com outros gêneros, com o rock, o pop, o country (que virou o nosso sertanejo). Esse processo de apropriação e reconfiguração é que torna o chamado Rio Funk algo único e original.

O foco do gênero está na letra, com uma forte tendência para os temas ligados à sexualidade, dignidade das pessoas negras, violência, repressão policial e, em alguns casos, política. Falam abertamente com seus ouvintes, dialogam com parte da produção da cultura de massa dos mais pobres, ignorada pela classe média, apreciada como algo “exótico”. Os elementos são tão diversos que os europeus gostam deste tipo de sonoridade, pois não tem nada parecido por aqueles lados.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.