Dez razões para o funk ter mais atitude que o rock

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Não atende a apenas um padrão de beleza definido

Não precisa ser muito inteligente para notar que, para o brasileiro, o rock e seus subgêneros valorizam o padrão de beleza eurocêntrico. Ou, se preferir, os homens valorizam as mulheres do meio que possuem um padrão estético já bem conhecido: cabelo liso, magras, lindas, com olhos claros, brancas e, na maioria das vezes, louras ou ruivas. Você não vê no meio nenhuma negra, gordinha, com cabelos afro… Irônico vindo de um gênero que os fãs se orgulham de ter raízes no blues, não é verdade?

Este padrão não corresponde ao nosso. Faz muito mais sentido nos EUA e na Europa, mas não para a gente. E o funk aceita pessoas com diversos padrões de corpo, como a Mc Carol, que nunca conseguiria se destacar num meio diferente do funk. Mesmo quando se pensa em alguém como a Valeska Popozuda, ela não segue exatamente os mesmos padrões estéticos midiáticos.

O mesmo vale para os homens. A impressão que eu tenho é que para fazer parte do mundo do rock, você precisa ser branco, magro, atraente… ou seja, se você vier da Alemanha, Noruega, Islândia, Rússia ou seguir algum padrão dos homens deste país, certamente será aceito. No meio mais underground ainda é possível ver homens que não se encaixem nisto, mas basta olhar em qualquer local onde se elejam os “belos do rock” ou os “belos do metal” para ter uma noção de como isto também ocorre. 


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.