Discos Góticos que Fazem Vinte anos em 2020

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Todo ano a gente publica aqui umas listas de discos góticos, porque infelizmente ainda é meio raro fora alguma pessoa do meio conhecer muita coisa fora dos anos 1980 e, talvez, alguma coisa maior dos anos 1990. E na virada para os anos 2000 muita coisa interessante foi lançada, muita banda legal apareceu e que hoje andam esquecidas ou, na pior das hipóteses, são desconhecidas por muita gente.

Essa lista sugere também bandas que fogem do gothic rock e arriscaram sonoridades em campos como o trip hop e o metal, além do neoclássico, mostrando a diversidade do gótico.

Audra ‎– Audra

A banda continua na ativa e seu primeiro disco saiu há vinte anos. Numa mescla interessante de gothic rock com indie, o grupo trouxe um dos trabalhos mais incríveis da banda logo de cara.

Collide ‎– Chasing The Ghost

Considero o Collide uma das bandas mais injustiçadas do meio gótico, uma vez que é uma das que trouxe mais coisa nova para dentro da sonoridade. Com fortes bases em bandas como Portishead e Massive Attack, a dupla neste trabalho traz uma musicalidade mais próxima do Nine Inch Nails, com elementos eletrônicos mais presentes.

Stillste Stund ‎– Ein Mensch, Ein Ding, Ein Traum

O darkwave alemão tem muita coisa interessante e o Stillest Stund inicia seus trabalhos com Ein Mensch, ein Ding, ein Traum. Assim como o nome do projeto, este disco faz referências a Friedrich Nietzsche, que aparece citado no prólogo. É uma mistura bem legal de rock industrial, música teatral e darkwave.

Diary Of Dreams ‎– One Of 18 Angels

É o meu disco favorito do Diary of Dreams, um dos mais introspectivos e melancólicos da carreira do Adrian Hates. A faixa Rumours About Angels reaparece na compilação Music from the Succubus club, lançada em parceria com a White Wolf para promover bandas góticas e o jogo Vampiro: A Máscara.

Whispers In The Shadow ‎– A Taste Of Decay

Um grupo de gothic rock austríaco, cujo nome é inspirado no conto Um sussurro nas trevas, do H. P. Lovecraft. Ao contrário dos trabalhos seguintes, esse ainda é mais pautado no rock alternativo e tem menos peso.

The Awakening ‎– The Fourth Seal Of Zeen

É talvez o disco com mais músicas conhecidas do The Awakening e uma proposta musical diferente de Ethereal Menace. Menos centrado no post-punk e muito mais próxima do rock, com elementos que vão do alternativo ao industrial, além de ter Dark Romantics como single.

Morthem Vlade Art ‎– Organic But Not Mental

Conheço o Morthen Vlad Art tem uns bons anos e o que me atraiu na banda foi exatamente o teor experimental deste disco. Gótico, aliás, é muito avesso a qualquer coisa fora dos padrões e este é um bom exemplo de como se pode mesclar música eletrônica, rock industrial, new wave, música neoclássica e um monte de outras coisas e ainda soar como um bom grupo de darkwave.

Illuminate ‎– Ein Neuer Tag

Illuminate é uma banda antiga, lá da segunda metade dos anos 1990. Sua música mistura piano, synthpop, guitarras distorcidas, colagens sonoras, tudo isso aliado a ritmos dançantes e letras melancólicas. Em Ein neuer Tag tem-se um disco bom, a despeito da produção meio cagada.

Soko Friedhof ‎– Im Beichtstuhl Der Begierde

David A. Line é mais conhecido pelo seu outro projeto, o Untoten. Em sua carreira solo, aposta num darkwave com fortes elementos de música eletrônica, mesclado ao gothic rock mais tradicional e, com isso, chegando a um resultado musical muito distinto dos dois.

Love Like Blood ‎– Enslaved + Condemned

Último disco de inéditas do grupo, que saiu do gothic rock estilo Sisters of Mercy e foi para algo mais próximo do Paradise Lost e do Dreadful Shadows. Para mim é disparado o melhor disco dessa fase, com excelentes músicas como Love Kills, Cry Out, Dying Nation, entre muitas outras.

Sanguis Et Cinis ‎– Amnesia

Outro excelente grupo que infelizmente não está entre nós. Em Amnesia, os austríacos apresentam um som que fica no meio termo entre o gothic rock e o rock industrial.

The Garden Of Delight ‎– Radiant Sons

A ex-banda do Artaud Seth, que também revelou o Adrian Hates do Diary of Dreams, sempre foi conhecida por ser a parte mais metal das bandas de gothic rock. Radiant Sons é um baita disco legal, com um jeitão meio Field of Nephelim.

Theatre Of Tragedy ‎– [‘mju:zik]

A banda já arriscou no darkwave em Aégis e resolveu trazer as influências de synthpop e de rock industrial, mas num tempero mais próximo do darkwave, em Musique. Confesso que antes eu achava esse disco meio chato, mas hoje posso afirmar que é um disco bem interessante.

The Cassandra Complex ‎– Wetware

Rodney Orpheus conheceu Paul Dillon numa festa de aniversário e resolveram fazer trabalhos em conjunto, até chegarem no Cassandra Complex. Originalmente um projeto de darkwave, em Wetware temos um rock industrial que bebe muito de fontes como Rammstein e Ministry, mas com alguma coisa de gothic rock.

The Faces Of Sarah ‎– Twentyfour

Rock gótico com muito rock alternativo marcam a estreia do The Faces of Sarah com seu disco 24.

Golden Apes ‎– Stigma 3:am

Dois anos após a formação do Golden Apes sai Stigma 3:am, um belíssimo trabalho de gothic rock, com bastante peso e marcado por bons riffs de guitarra.

The Machine In The Garden ‎– Out Of The Mists

Ethereal com música eletrônica não é incomum no meio gótico, mas o povo do Machine in the Garden amadureceu bastante este conceito em Out of the Mists. Ainda que o Asphodel, de 2002, seja o melhor disco da carreira do duo, este vai agradar em cheio quem curte Cocteau Twins.

The Mist Of Avalon ‎– Here And After

A Suécia não é conhecida pelo seu darkwave e The Mist of Avalon é uma pedida interessante. Neste álbum tem-se um excelente gothic rock com influências de rock alternativo e de gothic metal, mais ou menos como uma versão gótica do Charon ou do Paradise Lost.

Ego Likeness ‎– Dragonfly

Disco de estreia do Ego Likeness, já mostrando ao mundo a sua mistura de darkwave com rock industrial e um monte de outras coisas.

E para você, tem algum disco gótico de 2000 que seja legal? Deixe seu comentário.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.