Todo ano a gente publica aqui umas listas de discos góticos, porque infelizmente ainda é meio raro fora alguma pessoa do meio conhecer muita coisa fora dos anos 1980 e, talvez, alguma coisa maior dos anos 1990. E na virada para os anos 2000 muita coisa interessante foi lançada, muita banda legal apareceu e que hoje andam esquecidas ou, na pior das hipóteses, são desconhecidas por muita gente.
Essa lista sugere também bandas que fogem do gothic rock e arriscaram sonoridades em campos como o trip hop e o metal, além do neoclássico, mostrando a diversidade do gótico.
A banda continua na ativa e seu primeiro disco saiu há vinte anos. Numa mescla interessante de gothic rock com indie, o grupo trouxe um dos trabalhos mais incríveis da banda logo de cara.
Considero o Collide uma das bandas mais injustiçadas do meio gótico, uma vez que é uma das que trouxe mais coisa nova para dentro da sonoridade. Com fortes bases em bandas como Portishead e Massive Attack, a dupla neste trabalho traz uma musicalidade mais próxima do Nine Inch Nails, com elementos eletrônicos mais presentes.
Stillste Stund – Ein Mensch, Ein Ding, Ein Traum
O darkwave alemão tem muita coisa interessante e o Stillest Stund inicia seus trabalhos com Ein Mensch, ein Ding, ein Traum. Assim como o nome do projeto, este disco faz referências a Friedrich Nietzsche, que aparece citado no prólogo. É uma mistura bem legal de rock industrial, música teatral e darkwave.
Diary Of Dreams – One Of 18 Angels
É o meu disco favorito do Diary of Dreams, um dos mais introspectivos e melancólicos da carreira do Adrian Hates. A faixa Rumours About Angels reaparece na compilação Music from the Succubus club, lançada em parceria com a White Wolf para promover bandas góticas e o jogo Vampiro: A Máscara.
Whispers In The Shadow – A Taste Of Decay
Um grupo de gothic rock austríaco, cujo nome é inspirado no conto Um sussurro nas trevas, do H. P. Lovecraft. Ao contrário dos trabalhos seguintes, esse ainda é mais pautado no rock alternativo e tem menos peso.
The Awakening – The Fourth Seal Of Zeen
É talvez o disco com mais músicas conhecidas do The Awakening e uma proposta musical diferente de Ethereal Menace. Menos centrado no post-punk e muito mais próxima do rock, com elementos que vão do alternativo ao industrial, além de ter Dark Romantics como single.
Morthem Vlade Art – Organic But Not Mental
Conheço o Morthen Vlad Art tem uns bons anos e o que me atraiu na banda foi exatamente o teor experimental deste disco. Gótico, aliás, é muito avesso a qualquer coisa fora dos padrões e este é um bom exemplo de como se pode mesclar música eletrônica, rock industrial, new wave, música neoclássica e um monte de outras coisas e ainda soar como um bom grupo de darkwave.
Illuminate é uma banda antiga, lá da segunda metade dos anos 1990. Sua música mistura piano, synthpop, guitarras distorcidas, colagens sonoras, tudo isso aliado a ritmos dançantes e letras melancólicas. Em Ein neuer Tag tem-se um disco bom, a despeito da produção meio cagada.
Soko Friedhof – Im Beichtstuhl Der Begierde
David A. Line é mais conhecido pelo seu outro projeto, o Untoten. Em sua carreira solo, aposta num darkwave com fortes elementos de música eletrônica, mesclado ao gothic rock mais tradicional e, com isso, chegando a um resultado musical muito distinto dos dois.
Love Like Blood – Enslaved + Condemned
Último disco de inéditas do grupo, que saiu do gothic rock estilo Sisters of Mercy e foi para algo mais próximo do Paradise Lost e do Dreadful Shadows. Para mim é disparado o melhor disco dessa fase, com excelentes músicas como Love Kills, Cry Out, Dying Nation, entre muitas outras.
Outro excelente grupo que infelizmente não está entre nós. Em Amnesia, os austríacos apresentam um som que fica no meio termo entre o gothic rock e o rock industrial.
The Garden Of Delight – Radiant Sons
A ex-banda do Artaud Seth, que também revelou o Adrian Hates do Diary of Dreams, sempre foi conhecida por ser a parte mais metal das bandas de gothic rock. Radiant Sons é um baita disco legal, com um jeitão meio Field of Nephelim.
Theatre Of Tragedy – [‘mju:zik]
A banda já arriscou no darkwave em Aégis e resolveu trazer as influências de synthpop e de rock industrial, mas num tempero mais próximo do darkwave, em Musique. Confesso que antes eu achava esse disco meio chato, mas hoje posso afirmar que é um disco bem interessante.
The Cassandra Complex – Wetware
Rodney Orpheus conheceu Paul Dillon numa festa de aniversário e resolveram fazer trabalhos em conjunto, até chegarem no Cassandra Complex. Originalmente um projeto de darkwave, em Wetware temos um rock industrial que bebe muito de fontes como Rammstein e Ministry, mas com alguma coisa de gothic rock.
The Faces Of Sarah – Twentyfour
Rock gótico com muito rock alternativo marcam a estreia do The Faces of Sarah com seu disco 24.
Dois anos após a formação do Golden Apes sai Stigma 3:am, um belíssimo trabalho de gothic rock, com bastante peso e marcado por bons riffs de guitarra.
The Machine In The Garden – Out Of The Mists
Ethereal com música eletrônica não é incomum no meio gótico, mas o povo do Machine in the Garden amadureceu bastante este conceito em Out of the Mists. Ainda que o Asphodel, de 2002, seja o melhor disco da carreira do duo, este vai agradar em cheio quem curte Cocteau Twins.
The Mist Of Avalon – Here And After
A Suécia não é conhecida pelo seu darkwave e The Mist of Avalon é uma pedida interessante. Neste álbum tem-se um excelente gothic rock com influências de rock alternativo e de gothic metal, mais ou menos como uma versão gótica do Charon ou do Paradise Lost.
Ego Likeness – Dragonfly
Disco de estreia do Ego Likeness, já mostrando ao mundo a sua mistura de darkwave com rock industrial e um monte de outras coisas.
E para você, tem algum disco gótico de 2000 que seja legal? Deixe seu comentário.