ENTREVISTA: A Marcha das Árvores

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A Marcha das Árvores é uma banda carioca que mistura post-hardcore e trance, fazendo um som bem diferenciado e atrativo. Banda esta que nasceu em 2006 e que recentemente lançou seu primeiro EP sob o nome de ‘Mecha Suas Raízes e Marche’. Entrevistamos o Matheus, que é vocalista da banda, e que foi muito gentil e cedeu seu tempo para esta entrevista. Confira abaixo a entrevista.

GROUNDCAST: E aí Matheus, beleza velho? Então, minha primeira pergunta, justamente é de onde veio este nome, A Marcha das Árvores, que é um tanto quanto curioso e diferente?

Matheus: Belezinha brother, então pra responder essa pergunta vô colar do release que fica legal e mais completo ”A influência no nome veio das então experiências de Allyson em seu fascínio por Botânica, enquanto dedicava tempo fazendo a poda de galhos e raízes de um de seus Bonsais, coincidentemente, logo após ter lido o verso ( Marcos 8:23 & 24 ) da Bíblia onde homens que seguiam JESUS eram vistos como árvores.’ ‘Todo mundo comenta ‘tipo O Senhor dos Anéis né?’, até eu explicar que não é isso, já deu preguiça.

GROUNDCAST: De onde surgiu a ideia de misturar post-hardcore com trance?

Matheus: Em 2008 o All e o Dav já estavam com o nome da banda e uns esboços de músicas no violão, eu nem fazia parte da banda ainda, até porque não sei tocar nenhum instrumento, eu andava muito com o All, escutavamos praticamente a mesma coisa, na época estávamos escutando muito Enter Shikari e Emery, quando ele começo a pilhar de pôr trance no meio da coisa, viu que precisava de alguém pra controlar aquilo ao vivo e como eu já andava com ele, ele me chamo, já tinha tudo pronto, umas coisas fizemos juntos, mas em geral ele que fez todos os samplers. A gente diz que a banda é de post-hardcore por falta de rotulo melhor, porque temos feito umas paradas meio Southern rock, temos ouvido muito Maylene and The Sons of Disaster e Norma Jean, e o All tem viajado bastante em música eletrônica, escutado muito Paranormal Attack e Infected Mushroom, nossas novas canções vão vir mais dançante e mais porrada.

GROUNDCAST: Então, como realmente surgiu a ideia de montar a banda, a ideia foi somente sua ou teve mais alguém com o mesmo intuito?

Matheus: O All e o Dav que montaram tudo, depois chamaram o Vini e eu fui o último a ser chamado, a principio iria ter mais um guitarra, mas acabo que fico só um só, o que achamos bem melhor hoje em dia. O All tava na época escutando muito Underoath, Alexisonfire, Emery (e eu também), acredito que tenha sido isso o impulso pra querer fazer algo nessa pegada.

GROUNDCAST: Não pude deixar de reparar que as letras são cristãs mas não são tão ‘apelativas’ por assim dizer, mas também não tão sutis, elas ficam nesse meio termo. Porque decidiram de usar letras dessa forma?

Matheus: Acredito que as letras de uma banda reflete no que a galera acredita e no que vive (ou deveria ser assim), somos todos cristãos, e o que foi escrito é o que acreditamos, tentamos passar nossos valores de vida nas letras, de uma forma positiva. Muita gente vem perguntar ‘a banda é cristã?’, não gente, a banda não é cristã, a banda é de post-hardcore.

GROUNDCAST: E como foi o processo de gravação do EP ‘Mecha suas raízes e marche’? Tudo foi pago do bolso de vocês ou tiveram algum tipo de ajuda?

Matheus: Ih cara, esse EP foi uma enrolação MUITO longa pra ser feito. No final de 2008 (um pouco antes da banda começar a tocar) gravamos uma single a ‘Quem Sabe Morrer Te Faça Bem’ e comecinho de 2009 gravamos a ‘Bem, Você ouviu a Pedra, Okay?, a ideia era continuar gravando as outras músicas, mas fomos enrolando e enrolando e nada, em 2009 chegamos a fechar um ‘contrato’ com um selo do sul, a ‘Oxigênio’para lançar o EP, acabou que enrolamos tanto pro EP sair que o selo acabo e não lançamos hahaha. Começamos a gravar de fato em 2010, só que a gravação foi se arrastando, e o Vini passo um tempinho nos USA e o All na europa, atrasando ainda mais a gravação, iriamos gravar só 2 músicas e juntar com as outras 2 já gravadas e pôr na net, só que a diferença de qualidade tava absurdamente diferente, e resolvemos regravar as outras 2, fazendo demorar ainda mais, acabamos botando na net a ‘A Adorável Carmem e os Monstros na Cortina’ quase no fim de 2010. 2011 foi a mesma coisa, se arrastando, fizemos uma música nova e resolvemos gravar também, ai quase 1 ano depois de pôr a Carmem na net, que o EP saiu. Eu e a galera ficamos muito orgulhosos com o EP, fico alto nível, gravamos num home studio em Guadalupe, pagamos do nosso bolso, suamos, ficamos até tarde gravando, e ele fico bem bacana, bem gratificante.

GROUNDCAST: Há planos de lançar um full-length ainda este ano?

Matheus: Este ano? Muito difícil. Somos muito enrolados, eu e galera trampamos, o Vini terminou agora a faculdade, e eu tô começando, o Vini e o Dav tem outras bandas, a outra banda do Vini, a Zero9, tem tocado com frequência e tirando que somos muito enrolados pra fazer música, temos várias músicas semi-prontas e nunca terminamos. Estamos planejando é lançar um split e quem sabe mais um EP, o split é mais certo, o EP talvez. O All está nos USA e só volta lá pra abril, até lá pra não ficarmos parados vamos continuar tocando com uns amigos no lugar dele, e só quando ele voltar deve aparecer música nova.

GROUNDCAST: Como você avalia a cena carioca? Está difícil de marcar shows, e até mesmo realizar? E você já acha que a banda tem uma base de fãs sólida?

Matheus: Cara, a cena carioca é bacana, não é muito boa, mas tá caminhando. Temos shows pequenos que cola muita gente e tem uns vazios, normal. A galera ainda tem um pouco de dificuldade em colar nos shows, vai mais por causa dos amigos.
Shows sempre tem para as bandas que tão presentes na cena, uma banda que não participa e não ajuda ninguém, provavelmente não vai ter espaço pra tocar com frequência. Em novembro completamos 3 anos de banda e rolo um show de aniversário com 2 bandas de amigos meus de SP, foi num domingo, chovendo e o ingresso na hora tava 20$ (o que é caro para um show no RJ) e a galera compareceu, eu achei isso muito legal. Foi um ótimo aniversário.
Fãs? Não sei cara, acho que temos mais amigos do que fãs, somos uma banda fulera, não tem essa de fã não.

GROUNDCAST: Pra vocês, a internet tem sido útil? Digo no sentido de divulgação…

Matheus: Certeza que tem sido muito útil, até porque toda a divulgação que fazemos é só na internet, ainda não temos nosso EP no formato físico. A internet nos ajudou com diversas amizades, e facilita de conseguir shows.

GROUNDCAST: Matheus, obrigado pela entrevista. Então, deixo o espaço aqui aberto para você deixar mais alguma mensagem e obrigado pelo tempo, em nome do blog Groundcast, agradeço pela oportunidade.

Matheus: Obrigado você pela oportunidade, Mexa Suas Raízes e Marche.

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P.S: Na página da banda na Trama, você pode fazer o download gratuito do EP da banda.