Vindo diretamente do Canadá, Ov Hollowness é uma one-man band de Mark R. Nas próprias palavras dele, Ov Hollowness é algo mais atmosférico, menos direto, mas ainda assim, Black Metal. Possuí três álbuns lançados, Diminished (2010), Draw to Descend (2011) e The World Ends (2013), dando assim com esse último lançamento um passa adiante em sua maturidade musical. Com raízes no Thrash Metal e influência dos grandes nomes do Black Metal, Mark tem um som que convence e agrada os fãs do estilo. Confira agora a entrevista que ele nos concedeu e caso você goste do som dele, spread the word.
GroundCast – Para começar, conte-nos, como tudo começou? Sua carreira musial e da onde veio a ideia de criar o “Ov Hollowness”.
Mark: Posso iniciar dizendo que, tudo começou com muito trabalho e motivação. O desejo de fazer música me ajudou muito. Tudo sempre esteve lá, motivação, inspitação e com o tempo eu fui conseguindo colocar tudo isso ai junto. Eu gosto de muitos estilos dentro do metal e com o passar do tempo eu vi muitas bandas (especificamente de Black Metal) que são compostas por apenas uma pessoa. Isto simplesmente me mostrou que as coisas poderiam ser feitas. Eu ainda fui aprendendo mais sobre como gravar minha própria música e fui capaz de colocar tudo isso junto em minha primeira demo.
GroundCast – Quais são suas influências?
Mark: Minhas raízes musicais vem do Thrash Metal. Como todos os guitarristas da minha idade, comecei com as bandas do Big Four (Megadeth, Anthrax, Slayer e Metallica), tocando aquele estilo e fazendo composições parecidas. Agora para o Ov Hollowness temos, Emperor, Dark Funeral, Burzum, Mayhem, etc., todas essas bandas são realmente importantes para mim, andando um pouco no tempo ainda posso citar o que é conhecido como Depressive Black Metal. Esse estilo não é feito para uma banda em si, músicas desse estilo são criações pessoais, onde as gravações não são destinadas para que um dia a banda faça shows ou qualquer coisa parecida. Eu peguei muito deste estilo, claro, Ov Hollowness não é uma banda de Depressive Black Metal.
GroundCast – Você gravou e lançou 3 álbuns, fez tudo sozinho e a pergunta é, qual o motive de ser uma one-man band?
Mark: Parte desta resposta está na pergunta anterior e como complemento posso dizer: Por qual razão eu deveria fazer uma banda, se trabalhar sozinho é muito mais fácil e conveniente? Torna a música muito mais fácil, claro que a parte de gravar se torna mais chata, pois preciso pensar em todas as partes e me sobrecarrego de trabalho. A ideia de ir atrás de pessoas que dividam o mesmo gosto musical que eu e opinem individualmente sua visão, honestamente, isto parece uma tarefa bem complicada e eu não sei se gostaria de começar isso.
GroundCast – Este ano você lançou “The World Ends”, como foi a aceitação do álbum?
Mark: Foi realmente bom, estou muito contente com o resultado. Música é algo difícil, ou você agrada ou não e a
s vezes fica complicado mostrar seu trabalho fora da onde você vive, ser único e original não te garante uma boa aceitação. Se você realmente gostar do que faz, você sabe como fazer para ingressar nesse meio e não desistir. Algumas coisas me pegaram de surpresa nisso, eu realmente achei que seria bom deixar o álbum maior, mas acho que estava errado. A música é algo que guia as pessoas que gostam daquele estilo e elas a usam de alguma forma. A maior parte do Ov Hollowness é mais atmosférica e longa, o tipo de gente que gosta disso é meu “alvo” por assim dizer. Para um Black Metal mais cru eu indicaria meu outro projeto, Arkodaemik, que eu espero gravar algo novo em breve.
GroundCast – Existe algum conceito no álbum “The World Ends”? Algo que você queira dizer?
Mark: Bem, ele não é necessariamente apocalíptico. Eu diria que sou melhor como compositor do que letrista, mas as ideias aparecem de forma coesa na hora de fazer as letras. O que eu quero dizer com ele, posso afirmar que são mudanças pessoa
is, eu tenho me tornado muitas coisas, mudado em outras e posso falar que foi isso que guiou o conceito do álbum. The World Ends fala do fim do mundo, da forma que percebemos, um mundo falso que as pessoas criam para viver, pensamentos e ideias que nos governam, mas que na verdade não são nada. Isto tem a ver com se tornar um só, explorando o que é isto e vivendo isto. Sociedade, pais, mídia ou qualquer coisa que faça com que tenhamos que viver e seguir o que é “certo”, seguir o caminho correto, ouvir nossas intuições, que é o que nos guia verdadeiramente. Essas realizações fazem parte das letras, um verdadeiro acordar, uma evolução de mim mesmo. Acredito que me tornei muito passional para esse tipo de coisa.
GroundCast – Você possuí outros projetos que gostaria de compartilhar conosco?
Mark: Tenho mais três bandas nas quais estou trabalhando, Lost Resolve, Arkodaemik e Dethdrawn. Algumas delas serve apenas como um depósito de riffs que crio ou que tenho guardado. É muito trabalho para fazer e talvez eu devesse deixar alguns desses projetos morrer, mas eu já tenho ideia do que fazer com eles. Seria questão de fazer um esforço para fazer tudo.
GroundCast – Estamos na era da internet, onde podemos baixar praticamente tudo de graça. Qual a sua opinião a respeito disso?
Mark: Tem alguma coisa muito errada acontecendo, é como se fosse um lema, “música DEVE ser pega de graça” e tem pessoas que realmente pensam dessa forma. Claro, se você quiser fazer isso, nada vai te impedir, pois é a realidade atual. O errado é que muitas vezes as pessoas agem como se elas tivessem a obrigação de fazer isso. Eu pessoalmente não tenho problemas em colocar músicas no YouTube ou deixar alguns samples e/ou músicas completas para streaming. Eu tenho consciência de que muitas pessoas que nem sequer são fãs vão fazer esse upload, apenas para aumentar o acesso de seu site e isto é algo que eu não concordo. É uma situação complicada, pois muita gente gosta de música e muitas vezes não pode adquirir ou ter acesso a ela e nós músicos queremos que as pessoas a tenham. No passado eu mandei muitos CDs, arcando sozinho com todas as despesas, não vejo problema nisso. A questão é que gravar um CD realmente custa muito dinheiro e claro, muito tempo, seria ótimo que alguns pelo menos pagassem por isso, fazer música de forma descente custa MUITO dinheiro, pelo menos para mim. Se você quer fazer o download gratuito, tudo bem, faça, aproveite, eu não posso fazer nada para mudar essa situação. Posso apenas dizer uma coisa, se alguém quer ouvir a minha música e não pode pagar por ela, contate-me, eu tenho certeza que darei um jeito para que você a tenha.
GroundCast – Quais são os planos futuros do Ov Hollowness?
Mark: Gravar um novo álbum. Tenho algumas ideias gravadas, mas ainda tenho muito trabalho para fazer. Eu gostaria de dar um passo adiante ao projeto fazer as coisas de forma mais profissional. Minha produção está boa, mas minha mixagem não é tão boa. Preciso primeiro encontrar a pessoa certa para fazer isso e com toda certeza será um desafio. Espero consegui ajuda nas próximas gravações e quem sabe algumas participações de outros músicos.
GroundCast – Você trabalha com música ou isto é apenas algo que você faz por diversão?
Mark: É apenas por diversão, eu não ganho dinheiro com isto, mas não diria que é apenas diversão, tem um valor pessoal e criativo em tudo isso e é algo muito importante para mim. Criar algo é realmente importante e acho que ninguém deveria ignorar isto.
GroundCast – Obrigado pela entrevista, agora este espaço é seu para falar com seus fãs e leitores do GroundCast. Muito obrigado.
Mark: Muito obrigado pela entrevista. Todos os álbuns que lancei estão disponíveis em vários formatos para as pessoas. Obrigado por ler e se alguém quiser entrar em contato comigo, sinta-se livre para fazê-lo. Obrigado.