International Readers: Please click here for the interview in English.
Primeiramente, muito obrigado por aceitarem a entrevista. Bom, escutei vocês pela primeira vez quando viajei para a Itália. Infelizmente não consegui comprar o CD, pois o vendedor da loja de CDs estava ouvindo-os pelo YouTube. Vocês são realmente muito bons, gostei muito do que ouvi e após isso corri atrás do material.
Francesco Sosto: Muito obrigado, é uma honra para nós.
GroundCast: Para começar, conte-nos sobre a banda e como tudo começou. E da onde veio o nome “The Foreshadowing”?
Francesco: A respeito do nome, no começo nos chamavamos “Eschaton”, mas este nome tinha sido usado por inumeras bandas de black metal, então, nós procuramos por um nome que tivesse sido utilizado poucas vezes. Como pode perceber, nossa última escolha foi o nome “The Foreshadowing”. Nossa música e imagem vem do apocalypse e acreditamos que o nome escolhido represente perfeitamente isso que queremos passar. Oficialmente a banda começou em 2005/2006, mas nossa história é um pouco mais antiga. No final de 1999 nós tivemos a oportunidade de tocar juntos (Alessandro, eu e Andrea Chiodetti), tentando fazer algumas composições, mas infelizmente tivemos que interromper tudo por duas razões: Não encontramos alguém que quisesse fazer Gothic/Doom Metal e Alessandro estava tocando com o Klimt 1918, então decidimos parar com tudo. Apenas no final de 2005, após todos termos adquirido experiência tocando e estando dentro da cena é que decidimos tentar novamente. Escrevemos músicas para nosso primeiro álbum “Days of Nothing”. Na época pedimos ajuda para Davide Pesola para gravar o baixo. Com o mesmo line-up do primeiro CD, gravamos Oinos, nosso Segundo album, e antes de tocarmos no Summer Breeze Festival, finalmente achamos um baixista. Francesco Giulianelli. Daí para frente é apenas uma história que vocês já conhecem.
GroundCast: Contenos sobre as influências da banda.
Francesco: Começamos com uma forte influência de Gothic/Doom Metal britânico, mas com o tempo começamos a agregar outras sonoridades com bandas que não são simplesmente metal, tendo algo a mais. Posso citar agora o Shape of Despair, Neurosis, Dead Can Dance, Philip Glass, the Swans, Angelo Badalamenti, Celtic Frost, Pink Floyd e a lista continua.
GroundCast: Como a música funciona com vocês? Conte-nos um pouco do processo criativo da banda.
Francesco: Basicamente começa com algum riff ou algo no piano, aí temos algumas caminhos que podemos seguir. Fazermos demos em nossas casas e depois enviar para os membros da banda ou desenvolvermos tudo nos ensaios ou quem sabe ambos.
GroundCast: Recentemente entrevistamos a “Cadaveria” e ela nos contou que é muito difícil viver com uma banda de Heavy Metal na Itália, pois é uma cena difícil. Como vocês lidam com isso?
Francesco: Realmente, é algo bastante complicado e devemos considerar muitos fatores. O primeiro deles é essa crise mundial, fica muito dificil viajar e tocar em outros locais, pois as pessoas não vão em shows, pois elas precisam guardar dinheiro nesses tempos difíceis de economia, além disso, elas também não compram CDs Muitos bares aqui na Itália fecharam por causa disso. Além disso ainda temos a falta de apoio das próprias bandas para que as coisas aconteçam. Devo acrescentar que a cultura de massas por aqui não é o Heavy Metal, então você pode ver que esses foram apenas alguns motivos para a cena Italiana estar desaparecendo.
GroundCast: Itália possuí ótimas bandas e eu poderia gastar o dia todo aqui dando exemplo. Cada banda com sua peculariedade. O que vocês acham que faz o “The Foreshadowing” único?
Francesco: Provavelmente é como estruturamos nossas músicas.
GroundCast: Nós estamos na era da internet, onde muitas pessoas podem baixar músicas e de forma muito rápida. Como isso os afeta?
Francesco: De uma certa forma, isto pode ser muito bom, pois é um jeito de se conhecer muitas bandas. As grandes gravadoras também estão pedindo para que as bandas façam páginas no facebook ou outras redes sociais e colocam alguns samples para que as pessoas possam ouvir. Mas temos o outro lado, sim, isso causou um grande dano para a indústria da música. Eu realmente entendo que muitas vezes os preços dos CDs são muito altos, mas esse nem é o grande fator preocupantes, pense você que: Suponhamos que um CD custe 5 dolares, você pode ir até a loha e comprar, mas você também pode baixar o mesmo CD em uma qualidade de 192kbps confortavelmente de sua casa. Acredito que isto é algo que deveria ser resolvido junto as bandas para que se encontre uma maneira que seja bom para ambas as partes.
GroundCast: Recentemente vocês lançaram o album “Second World”, o que mudou do album anterior para esse?
Francesco: Mudou bastante, se assim posso dizer, acredito que tocamos de forma mais clara agora. Foi uma grande pesquisa musical para chegarmos no resultado final do álbum. Colocamos partes acústicas, coros gregorianos de verdade e uma estruturação melhor para as músicas. Para mim, as que mais marcam são “Colonies” e “Reverie is a Tyrant”. Também tem uma parte mais doom, algo mais calcado nesse estilo. Posso dizer que esse album é o mais metal de todos, mas ele não é apenas isso.
GroundCast: Como tem sido a aceitação do álbum? O que pretendem conquistar agora?
Francesco: Tivemos uma grande resposta da mídia, estamos muito orgulhosos do resultado e das criticas. Nosso lançamento anterior também teve uma boa aceitação, o que nos deixa realmente felizes, dois álbuns sendo bem falados. Agora o que pretendemos conquistar, bom, no momento pretendemos nos concentrar em fazer uma boa tour para que possamos divulgar ainda mais o “The Second World” e faremos o melhor para nossos fãs quando estivermos no palco.
GroundCast: Existe algum conceito nas músicas do álbum “The Second World”?
Francesco: Temos um pouco de revolução como conceito do álbum. Mas quando falamos de revolução, não é algo que é contra o governo ou contra qualquer órgão político. Seria uma revolução espiritual, algo interno, nós apenas queremos purificar nossa vida dentro da atual sociedade desumanizada em que nos encontramos. Temos que procurar um novo mundo, pois o nosso atual já se encontra em um estado deplorável.
GroundCast: O CD anterior “Oinos” é muito bom, o que vocês pensam que funcionou melhor no novo CD e o que pensam em melhorar no próximo lançamento, pois acredito que vocês estejam em constant evolução.
Francesco: Acredito que o melhor nesse álbum é ele ser similar ao “Oinos”, o que também remete a ser similar ao “Days of Nothing”. Não entendam isso como igual, diria que é uma mistura entre os dois. Sim, sempre tentaremos dar um passo a frente com nossa música.
GroundCast: Bom, é isso, agora o espaço é de vocês para dizer algo aos leitores e fãs.
Francesco: Hails metalheads do Brasil! Adoraríamos fazer um show no país de vocês em breve para mostrar todo potencial da banda.