Folk metal é, pelo menos para mim, um estilo que já deu no saco. Lá pelos idos de 2008-2012, o gênero transbordava pelo Brasil, com grandes nomes como o Battlelore, Tuatha de Danann, Falconer, Ensiferum (quando não era uma banda de death melódico), Wintersun etc. E talvez seja por este motivo que o debut do Hagbard tenha me chamado pouco a atenção.
Do ponto de vista da produção, o disco é muito bom. Digo isto por conta de todos os instrumentos serem bem audíveis, as guitarras soarem limpas e não se prenderem a excessos de técnica. Inclusive é espantoso ouvir o álbum e notar que se trata de uma banda brasileira.
Na parte musical é que eu encontro alguns problemas. As músicas possuem um tom épico, imponente, lembrando inclusive um pouco a pegada do Lothlöryen, mas num lado muito mais heavy metal e bem menos power. O excesso de clichês nas composições é algo que também pode incomodar quem espera algo novo, então as músicas vão ter teclados dando climas cinematográficos, flautas e partes acústicas, além de coros.
E é exatamente isto que resume o disco de estreia do Hagbard: um bom trabalho, mas sem nada que se destaque entre outros grupos do gênero. É uma banda extremamente profissional, competente e, acima de tudo, com bons músicos. Talvez precisem apenas ousar um pouco mais e sair dos clichês do gênero. Mas, acima de tudo, eu recomendo este disco, por ser uma produção bacana e conter boas músicas.