Knightfall: “Aqui nos Estados Unidos há um equívoco sobre o metal”

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Knightfall é uma banda bem bacana de power metal muito bacana, formada nos EUA por Keith Dombrowski e que soa menos padrão do que costumamos ouvir no gênero. A gente aqui fez uma entrevista legal com ele, abordando temas como fantasia, composição e, acima de tudo, como a música é uma forte ligação entre os mais diversos tipos de pessoas.

Eu sempre gosto de começar nossas entrevistas com uma introdução. Você poderia nos contar um pouco sobre você e como surgiu seu interesse pela música?

Keith Dombrowski: Claro! Eu me chamo Keith Dombrowski, sou o compositor, orquestrador e fundador do projeto de Symphonic/Power Metal Knightfall.

Comecei na música bem jovem, aos sete anos, quando minha mãe me matriculou em aulas de violino no Thayer Conservatory em Lancaster, Massachusetts, EUA. Ela percebeu meu amor pela música desde cedo, assistindo musicais e indo a peças teatrais com ela.

Peguei o jeito rápido e toquei por três anos pelo Método Suzuki. Amava o violino, mas, infelizmente, desenvolvi um problema muito estranho: rangia os dentes ao puxar o arco nas cordas. O som me causava uma reação estranha, que ninguém conseguia explicar na época.

Mais tarde, fui diagnosticado dentro do espectro autista, mas com alto funcionamento. Alguns anos se passaram até que um dia me sentei em frente ao piano da minha mãe. Passei horas tocando as teclas, ouvindo os sons que elas produziam.

Desde aquele dia, nunca mais parei de praticar. Comecei a compor músicas, acho que um ano depois. Muitas delas tinham influências dos anos 1980, com vocais agudos em falsete. Depois, descobri o Metal, começando com Megadeth, em 1991.

Mais tarde, em 2000, conheci o Nightwish e, a partir de então, tudo o que queria fazer era Symphonic Metal. Fiz muito teatro musical durante esse tempo e participei de vários shows até 2007. Trabalhei muito para transformar minha carreira musical em realidade e me juntei a Tod Miller e Evince Ethos em 2007.

Acrescentamos Jessica Mercy em 2008, e nós três escrevemos várias músicas muito boas. Lançamos um EP em 2009. Em 2010, nos separamos; eles se rebatizaram como Anaria e eu me mudei, deixando o sonho da música de lado. Continuei trabalhando em um emprego comum e fazendo reservas e promoções, ajudando as bandas de amigos, até conhecer minha esposa em 2013.

Dei uma pausa quase permanente na música até 2019. Aprendi um pouco de guitarra sozinho e tocava piano de vez em quando, mas, efetivamente, havia parado com a música de forma consistente. No final de 2019, após muitas perdas difíceis, minha esposa me incentivou a comprar um teclado novo e voltar a tocar regularmente. Então, comprei e todas essas ideias de músicas surgiram.

Eu realmente amo as chamadas “bandas de estúdio”, que são aquelas que não têm uma formação fixa (como o Avantasia costumava ser). Como surgiu a ideia de criar o Knightfall?

Keith Dombrowski: Você acertou em cheio. Quando surgiu a ideia do Knightfall, eu queria que fosse um projeto de estúdio, influenciado por Avantasia e pelo guitarrista/compositor Magnus Karlsson. Também lembrei que o Delain começou como um projeto de estúdio; por isso, tinham o Marco e a Sharon cantando em algumas músicas.

Pensei comigo mesmo: com a tecnologia, poderia fazer isso remotamente e encontrar pessoas de qualquer lugar. O único problema é que eu não trabalhava com produção musical desde 2009. Sabia que precisava me estudar tudo de novo. Minha esposa me falou sobre o marido da melhor amiga, um multi-instrumentista muito talentoso chamado Patrick Goble. Descobri que ensinava produção, então comecei a fazer aulas com ele.

À medida que eu aprendia, continuava compartilhando demos com ele, que gostava muito do que eu fazia. Então chegamos ao ponto em que perguntei se ele gostaria de me ajudar a tornar isso realidade. Ele disse sim, e, de repente, a ideia de realmente lançar música se tornou algo palpável.

Pensei: “Bem, agora precisamos de um nome.” Sabia que muitos dos temas que exploraria teriam uma base fantasiosa/medieval. Mas, para o nome, precisava de algo que refletisse meu desejo de trazer de volta o código de honra e cavalaria. Precisava ter “Knight” no título.

Após pensar em muitos nomes de que não gostava, lembrei-me de um programa de TV chamado “Knightfall”. Verifiquei para ver se alguém estava lançando músicas profissionalmente com esse nome e estava livre. Fiquei com ele, pois também, de certa forma, também é uma homenagem à minha banda favorita, Nightwish.

Eu tinha o nome e um guitarrista e precisava encontrar um vocalista. Um amigo me falou sobre o Fiverr, uma rede social para empregos. Procurei por dias e ouvi quase 200 cantores antes de encontrar Dee Wolf.

A voz dela era diferente, mais profunda e cheia de alma. Nosso primeiro lançamento seria nosso tributo aos anos 1980, “Waiting For You” e ela encaixava perfeitamente. Entrei em contato e assim o Knightfall nasceu.

Achei interessante que seu projeto seja classificado como Melodic Power Metal, mas há músicas com diferentes influências de outros gêneros de metal, incluindo um som muito moderno. Como você descreveria sua música e como chegou nessa sonoridade?

Keith Dombrowski: Eu sempre chamo de Symphonic/Power Metal com fusão dos anos 1980. Essa é a maneira mais simples de descrever o que você está ouvindo. No entanto, há outros gêneros que influenciam meu trabalho, como teatro musical, música pop e outros estilos de rock e metal também.

A ideia de trazer influências dessa forma é criar álbuns que tenham algo para todos. O núcleo do que faço é influenciado pelo Nightwish. A música deles no início dos anos 2000 foi o que me inspirou a querer escrever Symphonic Metal. Mas também adoro uma variedade de outras bandas e gêneros: Queen, Michael Jackson, Madonna, Simon and Garfunkel, praticamente qualquer banda de hair metal dos anos 80, Avantasia, musicais, trilhas sonoras de filmes e a banda que iniciou minha jornada no Metal, Megadeth.

Se soa bem para mim, gosto muito, e toda música oferece lições e direções. Tentei criar algo que tenha sua própria identidade, mas que você também possa ouvir de onde viemos. Muito da música deste primeiro álbum é guiado pelo teclado.

Eu uso a biblioteca VST East/West Sounds Online com um teclado MAudio 88 teclas e uma interface para ajudar a criar a orquestração. Eu também brinquei com alguns dos sons e criei meu próprio som em certos instrumentos, como as cordas, misturando alguns sons juntos. Eu escrevo a instrumentação com emoção, permitindo que ela me guie.

Vou te contar agora que o que faço está longe de ser convencional porque nunca aprendi teoria musical e mal consigo ler música. Faço tudo de ouvido, o que me permite quebrar um pouco as “regras”, apenas porque não as conheço. Hans Zimmer ouve todos esses sons na cabeça e, quando trabalha com seus músicos, empurra-os para além dos limites de seus instrumentos para obter alguns dos sons que você ouve nas trilhas dele. Ele é um inovador e fez coisas para avançar na instrumentação que, honestamente, nenhum outro compositor fez. Esse tipo de abordagem me inspira a ousar tentar coisas diferentes.

O próximo álbum trará ainda mais estilos, como metal tradicional, metal gótico, progressivo, uma música dos anos 1980 mais agressiva. Pela primeira vez, tenho uma faixa mais lenta, guiada pelo piano. Continuaremos a experimentar com a mistura de gêneros porque adoro combinar tudo isso.

O power metal tem sido um som muito europeu por um longo tempo. Quando penso em power metal americano, quase sempre penso em Manowar e todo aquele “true metal” e homens de tanguinhas de couro besuntados em óleo. Como você vê a cena do power metal nos Estados Unidos? Ou melhor, como está a cena do metal no geral, considerando que muitas bandas muito boas têm surgido nos últimos anos e não estão presas às antigas fórmulas de trinta anos atrás?

Keith Dombrowski: Essa introdução me fez dar uma risada! As bandas de metal americanas que parecem populares geralmente são uma forma de metal moderno: Disturbed, Falling in Reverse, Metallica, Korn, Megadeth, Slipknot, etc. Nenhuma delas representa o Symphonic ou Power Metal.

No entanto, há um número crescente de bandas independentes começando a surgir. Todas elas só precisam de exposição e de encontrar seu público. Alguns exemplos seriam Questbound, Sacred Symphony, Valkyrie’s Fire, Eternal Ascent, Garrett Campbell, só para citar alguns. Definitivamente, é uma batalha, e, como há tantas bandas europeias incríveis, sinto que as bandas americanas às vezes são mais criticadas do que as outras.

No geral, o metal aqui nos Estados Unidos ainda está vivo e bem. E acho que está crescendo; estou vendo mais bandas ou artistas lançando músicas do que antes. Também acho que programas como “Stranger Things”, “Peacemaker” e “Cobra Kai”, que apresentam rock e metal como Metallica, Scorpions e Wig Wam, fizeram algumas pessoas perceberem que o metal é divertido.

Tenho amigos e familiares que quase não escutam metal, mas, ao ouvir Knightfall, ficam surpresos ao descobrir que nem todo metal tem vocais guturais e que as melodias podem ser lindas. Acho que aqui nos Estados Unidos há um equívoco sobre o metal.

As pessoas não percebem o quão diversificado realmente é. Em comparação com 20 anos atrás, a cena cresceu muito. A Covid prejudicou muitos dos locais de shows, mas agora estou vendo muitos mais shows surgindo, apresentando bandas de metal, até mesmo em nível local. Estou de volta trabalhando com meus amigos da Speed Demon Promotions para ajudar a crescer ainda mais a cena local e independente.

Quais bandas influenciaram você? Noto uma influência forte de grupos como Stratovarius, Nightwish (era Tarja), Warlock, Doro e Rhapsody.

Keith Dombrowski: A lista de influências é enorme. Sempre vou dizer que Nightwish é a maior influência para mim. “Once” é meu álbum favorito de todos os tempos e “Ghost Love Score” é minha música favorita de todos os tempos. Mas eu tiro influências de muitos lugares. Stratovarius foi a primeira banda de Symphonic/Power Metal que ouvi, o que me ajudou a descobrir o Nightwish. “Symphony of Destruction”, do Megadeth, foi minha introdução ao metal e mudou o tipo de música que ouço.

Adoro Warlock, Doro e Rhapsody. Também sou fã de Avantasia e dos álbuns de estúdio do Magnus Karlsson. Kamelot, Battle Beast, Delain, Hammerfall, Blind Guardian… a lista poderia ser gigantesca. Tenho influências do teatro musical, como “O Fantasma da Ópera” e “Rent”.

Amo as bandas de hair metal dos anos 80, de Dokken a Winger e Danger Danger. Também gosto de compositores de trilhas sonoras de filmes como Hans Zimmer, James Horner, John Williams, Howard Shore e Danny Elfman. Tenho influências do pop como Michael Jackson, Madonna e Lady Gaga.

Cresci ouvindo Creedence Clearwater Revival e Simon and Garfunkel (favoritos do meu pai). Minha mãe gostava de musicais e de artistas como Yanni. Talvez eu não tenha usado todas as minhas influências no primeiro álbum, mas, à medida que faço mais música, mais dessas influências vão aparecer nas minhas composições.

Eu também vi que seu álbum de estreia, “Destiny Calling”, é uma visão novelística da cavalaria, com muitos temas relacionados a poder, honra e bravura, evitando composições que tenho certeza de que surgiram de uma sessão de Dungeons and Dragons (e não tenho nada contra quem faz isso; eu também gosto, como fã de RPG de mesa). Você poderia nos contar um pouco sobre a composição desse álbum?

Keith Dombrowski: Mais ou menos. As músicas têm os temas que você mencionou. Também incluí a recontagem musical de algumas obras literárias, como “The Musketeer” e “Remember My Name”. Eu amo fantasia. É o meu gênero favorito de filmes, TV e livros. Já li de tudo, de “Game of Thrones” e “Harry Potter” a “O Senhor dos Anéis”, “As Crônicas de Nárnia”, “Ciclo da Herança” (Eragon) e “As Crônicas de Prydain”. Se é fantasia ou medieval, eu adoro.

Gosto particularmente de tudo que tem o Rei Arthur e seus cavaleiros. Inclusive, dei ao meu filho mais novo o nome de Tristan, em homenagem ao cavaleiro da Távola Redonda. Dito isso, “Destiny Calling” não tem um conceito único; é mais uma coleção de pequenos conceitos reunidos. Cada música, essencialmente, tem um duplo significado.

As letras dizem uma coisa, mas, em muitos casos, são letras de fantasia que mascaram uma metáfora. “Starfall”, por exemplo, sem declarar diretamente, é sobre o fim do mundo e, embora esteja baseada na fantasia, o “Starfall” é, na verdade, o juízo final, se nossos líderes governamentais decidirem lançar todo o seu arsenal nuclear de uma só vez; a quantidade de mísseis subindo ao ar e voltando à Terra pareceria um “Starfall”.

O personagem na capa do álbum é uma criação minha de quando eu tinha 15 anos, chamado Vadin Muur. Ele é a personificação fantasiosa de mim mesmo, ou pelo menos da minha mente. Eu o criei para ajudar a construir uma espécie de armadura mental durante anos de bullying e após uma tentativa de suicídio.

Eventualmente, construí um mundo inteiro ao seu redor, chamado Drakea. Tenho bastante história e um esboço para livros escritos sobre isso tudo, e atualmente voltei a trabalhar ativamente nisso. Usei Vadin no álbum porque, na história, ele realmente incorpora o significado de “Destiny Calling”; essa música é um chamado para se tornar quem você deve ser e atender ao chamado do destino.

Vadin é meio que minha mascote; uso o nome e a aparência dele para qualquer jogo que eu jogue. Então, é justo que ele seja a mascote do Knightfall. Ele aparecerá em um jogo que estou compondo. Ele será uma carta no jogo de cartas colecionáveis musicais Lovanaverse.

Também estou na fase de pré-produção de criar um jogo de mundo aberto baseado na minha história “Warriors of Drakea” com George Acker, um dos guitarristas do Knightfall. Já escrevi quase todo o nosso segundo álbum, e uma das músicas é diretamente sobre Vadin, chamada “The Demon Warrior”.

E é engraçado você falar sobre Dungeons & Dragons. Eu conduzi uma campanha usando meu mundo como um teste para ver como os jogadores reagiriam à história e aos personagens, e foi muito bem recebida. Tão bem que eles nunca queriam encerrar as sessões.

Como você escolheu os vocalistas? Pelo que vejo, eles não estão lá apenas como “músicos contratados”, mas as composições foram feitas de forma a se encaixar perfeitamente no estilo vocal deles, além de incluir músicas com vocais masculinos que não são apenas de um cara com uma voz muito aguda.

Keith Dombrowski: Já falei sobre como encontrei a Dee Wolf pelo Fiverr. A próxima pessoa a se juntar ao projeto foi Jessica Mercy, minha querida amiga dos tempos de Evince Ethos. Reencontrei-me com ela pouco antes de lançar nosso primeiro single.

Contei a ela o que eu estava planejando e ela imediatamente se ofereceu para ajudar, dizendo que, se eu precisasse de qualquer coisa, era só pedir. Jessica sempre foi uma pessoa muito gentil e um verdadeiro prazer de trabalhar na música.

Então, perguntei se ela queria cantar no álbum. Ela disse sim e ia fazer apenas uma música. Compartilhei minhas demos com ela, e ela escolheu “Starfall”, mas disse que também queria muito fazer “Farewell”. O engraçado é que as duas músicas que ela escolheu foram escritas com a voz dela em mente. Foi assim que soube que era para trabalharmos juntos em grande escala neste álbum. Isso foi como trazer à realidade o que começamos todos aqueles anos atrás.

Logo após isso, lancei nosso cover de “Invincible”. Postei em um grupo de Power/Symphonic no Facebook, e várias pessoas começaram a conversar comigo. Gideon (da banda Fairyland) e sua esposa Charlaine adoraram o que eu estava fazendo, e nos tornamos grandes amigos. Ambos tinham um projeto chamado Woods of Wonders e entendiam o quão difícil podia ser iniciar um projeto como este, então se ofereceram para ajudar, se pudessem.

Pessoas maravilhosas, ambos. Charlaine postou “Invincible” na página dela e Pete Rawcliffe viu e comentou. Eu respondi e fui ouvir a banda dele, Crown Solace. Fiquei impressionado com seus vocais. Um soprano masculino é raro e ele era muito bom.

Eu sabia que tinha que tê-lo no projeto, então mandei uma mensagem para ele, que ouviu as músicas que eu tinha em mente para ele, e ele aceitou. Pete e eu estamos trabalhando em mais coisas para o futuro também. Ele é um verdadeiro tesouro de ser humano e um grande amigo.

Contei ao Pete mais sobre o resto do álbum e mencionei o tipo de vocais que eu estava procurando. Ele recomendou Stefani Keogh, que entrou em contato comigo e imediatamente quis fazer “Warcries”. Pete e Stefani nunca haviam cantado juntos, então transformei “Children of Time” em um dueto para que eles pudessem finalmente realizar isso.

Eu queria fazer um videoclipe para “Starfall”. Jessica me disse que seu marido, Sergio Salvucci, poderia ajudar a tornar isso uma realidade. Comecei a conversar com ele e nos demos muito bem; ele disse que também poderia mixar e masterizar, então decidimos que ele seria o produtor do álbum. Ele também fez a guitarra em “Destiny Calling”.

George Acker entrou em contato diretamente comigo após ver uma entrevista que eu fiz. A princípio, ele estava apenas fazendo perguntas porque estava trabalhando em seu próprio projeto sinfônico. Depois que conversamos, eu o convidei para o projeto para tocar guitarra em uma música, o que acabou virando três.

Durante a criação de “Hero Walks Alone”, eu precisava encontrar um vocalista gutural, e Stefani me falou sobre Marcos Peñate. Ouvi o trabalho dele e adorei como a dicção dele era clara, então o convidei para o projeto e ele aceitou. Gostei tanto de trabalhar com ele que escrevi outras pequenas partes de guturais para ele também.

Eu nunca tive a intenção de cantar neste álbum, mas todos continuavam me dizendo que meu barítono em “The Hero Walks Alone” estava muito bom, então acabamos indo com isso. Também cantei em “Destiny Calling”. Dee deveria voltar e cantar essa parte, mas conflitos de agenda impediram que isso acontecesse.

Então acabei fazendo, o que fez com que fosse a primeira vez em 15 anos que Jessica e eu cantamos juntos em uma música. Ainda faltavam dois cantores. Escrevi “Raise Your Fist” com Noora Louhimo, do Battle Beast, em mente. Charlaine recomendou Susy Eskarlett, que tinha aquela energia parecida com a de Noora.

Depois de gravar, o clima dessa música ainda não estava certo. A música era um chamado à ação. Precisava de algo mais. Então, Sergio e eu tivemos a ideia de adicionar Jessica como segunda cantora na música, e escrevi a parte gutural para Marcos, o que funcionou perfeitamente.

Finalmente, chegou a vez de escalar “Remember My Name”. Compartilhei minha visão com Jessica e, como ela tinha experiência em teatro musical, escolher ela como a Narradora fazia sentido. Mas eu precisava de alguém para interpretar Aquiles na faixa. Publiquei um anúncio de audição. Mais de 20 vocalistas entraram em contato comigo para audição.

Originalmente, escrevi a parte para tenor, e ouvi muitas ótimas audições. Adrien Djouadou me contou que era um cantor baixo quando entrou em contato comigo e perguntou se isso seria ok. Eu disse sim, para ele fazer do jeito dele. Ele alterou a melodia para se ajustar ao seu estilo vocal e me entregou uma performance incrível.

Eu nunca havia pensado em transformar essa parte em um baixo. Mas a performance dele me convenceu, então o papel ficou com ele. Ele vai cantar em mais músicas do Knightfall, incluindo a música que escrevi para meu pai, que ainda está inédita, chamada “Not Ready To Let You Go”. Também tivemos vários vocalistas maravilhosos ajudando no coro viking em “Warcries” e em alguns coros de apoio em “Remember My Name”.

Fui abençoado em encontrar talentos tão incríveis no cenário da música independente. Também sou igualmente abençoado que todos confiaram em mim e decidiram embarcar nessa jornada comigo.

Nós somos de um site de música brasileiro, então gostaria de te perguntar se você conhece alguma banda do Brasil.

Keith Dombrowski: Adoro Angra. “Heroes of Sand” estava no repeat ou na minha playlist por anos. Ainda volto a ouvi-la com frequência. É um pouco doloroso ouvir após a perda de Andre Matos, no entanto. Ainda não consigo acreditar que já fazem 5 anos que ele nos deixou.

Também, é claro, conheço o Sepultura; eles estão por aí desde que eu era bebê. Nunca me envolvi tanto com eles, para ser sincero, mas conheço a música deles. Sou fã do Dan Vasc também. Adoro a voz e o carisma dele. Ele parece ser alguém que você quer ter como amigo.

Espero que, de alguma forma, ele veja isso; eu adoraria tê-lo cantando em algo com o Knightfall. Na verdade, entrei em contato durante a criação de “Destiny Calling” para ver se ele queria trabalhar no álbum, mas nunca obtive resposta.

Gostaria de agradecer por você ter dedicado um tempo para responder a essa entrevista. Agora, deixe uma mensagem para nossos ouvintes. Vamos lá!

Keith Dombrowski: Quero agradecer a todos por terem tirado um tempo para ler esta entrevista! Espero que todos vocês confiram o Knightfall e aproveitem a música que criamos para vocês ouvirem. Há tantos artistas incríveis neste álbum e todos eles têm outros projetos, então, definitivamente, confiram todos eles também. Quero agradecer ao pessoal da entrevista por me receberem como convidado. O apoio de todos vocês é muito apreciado! Agora, saiam e atendam ao chamado, sejam um cavaleiro na vida de alguém. Obrigado mais uma vez!

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Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.