Old Ruins – Always Heading East (2023)

Metal com temáticas nerds não é novidade e o que era antes restrito ao campo do power metal hoje ganha contornos em gêneros como o black metal. A Serena Cherry do Svalbard lançou seu Noctule inspirado em The Elder Scrolls V: Skyrim e agora temos o Old Ruins nos presenteando com um disco que fala sobre um dos meus jogos favoritos, Diablo. E no fantástico reino do Black Metal temos um casamento com Heavy metal tradicional, Doom e Power Metal.

A saga épica do OLD RUINS começou com seus primeiros demos no YouTube, ganhando rapidamente reconhecimento na cena underground e temos então o primeiro disco completo, o “Always Heading East”. Nesse trabalho eles buscam inspiração no já citado Diablo, explorando as paisagens sombrias e histórias trágicas. Mesmo para quem não conhece o jogo, o álbum traz uma experiência imersiva de um black metal atmosférico, rápido, forte.

“Always Heading East” desafia as convenções tradicionais do Black Metal com guitarras técnicas de forte presença Heavy Metal e elementos de Black Metal moderno. Destaca-se como uma perspectiva diferente, que remete a clássicos como Bathory (em sua fase mais “viking”) e Iron Maiden, tudo num tom épico e a faixa “Risen from the Grave” faz um resumo bem legal do que esperar da musicalidade da banda.

O álbum exibe uma impressionante variedade de faixas marcadas por momentos sublimes e majestosos que criam uma atmosfera arrepiante, com riffs fantásticos e solos envolventes, colocados diante de excelente bateria, tornando tudo muito soberbo e imponente.

Contudo, vejo também um problema grave de identidade nesse trabalho, uma vez que ele não é consistente em termos de proposta. Muitas vezes me parece um repeteco do Amon Amarth, mas sem aquelas firulas todas, assim como o tom “alegre” que o álbum coloca, que contrasta com a atmosfera opressiva e sombria do Diablo. Aliás, segue parecido em termos de proposta com o Noctule, que traz um disco sombrio para uma obra mais “colorida” como Skyrim.

É um disco bom, merece ser ouvido, mas não espere aqui a reinvenção da roda.