Outro ano chegando ao fim e chega a difícil hora de escolher os melhores lançamentos do ano. Posso dizer que esse ano para mim foi um ano de novas descobertas no que abrange a musicalidade que possa ser criada. Ouvi muita coisa de 60 e 70, cheguei a passar no jazz do excêntrico Cab Calloway e passei pela genialidade do Robert Fripp com o King Crimson por exemplo. Esse foi um ano também que não fui a nenhum show de bandas internacionais, não que eu curta essa síndrome do underground, mas praticamente dediquei o meu dinheiro a eventos feitos de fãs para fãs. De todo modo, vamos a minha lista dos principais álbuns do ano, claro que não na ordem de importância.
Caliban – I Am Nemesis
Esse foi o primeiro álbum que eu ouvi neste ano. É um álbum totalmente diferente de tudo que esses alemães já tinham feito, conseguiram iniciar o ano superando as minhas expectativas, a começar pela sonoridade tipica do Caliban que tem elementos de metalcore e post-hardcore e que neste álbum contou com alguns toques de black metal, uma combinação totalmente atípica mas que funcionou muito bem.
Baroness – Yellow And Green
Talvez esse tenha sido o álbum que mais me surpreendeu em todo o ano, a começar que o Baroness até então tinha uma sonoridade sludge peculiar, a ponto em determinando momento as guitarras estarem com riffs bem pesados e em outro momento estarem fazendo uma bridge totalmente desconexa com a música. Enfim, para ouvir esse álbum, eu tive que esquecer tudo que o Baroness tinha feito, porque esse é um álbum que mistura sludge com pop. É um álbum muito bonito, que tem até algumas baladas. Além de ser um álbum duplo com 18 faixas no total. Uma mistura inusitada e total coragem de fazer algo nesse naipe.
Coheed And Cambria – The Afterman: Ascension
Depois do ótimo ‘Year Of The Black Rainbow’ de 2010, eis que o Coheed And Cambria lança este belo álbum. E bem essa é apenas a primeira parte do álbum, já que a segunda só irá ser lançada em fevereiro do ano que vem. Esse álbum traz a mesma sonoridade clássica da banda só que digamos, revisada. Não deixa a desejar em nenhum momento, mas ainda acho que a segunda parte vai ser melhor que esta.
Parkway Drive – Atlas
Como era de se esperar, os australianos do Parkway Drive não me decepcionaram em seu novo álbum. Se o anterior ‘Deep Blue’ contava com guitarras extremamente técnicas e entrosadas, nesse álbum a banda chegou a um outro nível que fez esse álbum ficar ainda mais interessante. Sem esquecer do ótimo vocalista, Winston que continua com seu vocal impecável que é ainda melhor ao vivo. Esse lançamento, na minha opinião, é o melhor álbum de metalcore do ano.
The Great Sabatini – Matterhorn
Sabe aquela banda que você baixa por causa do estilo, capa do álbum ou até mesmo pelo nome? Isso aconteceu com The Great Sabatini, baixei pelos três motivos. Esse álbum é totalmente diferente de tudo que já ouvi quando o assunto se relaciona com post metal, primeiro porque há influência de sludge, mas também tem influência de black metal assim como de hardcore e ainda de progressivo. Rotular esse álbum é quase que impossível, e este foi o meu achado do ano. Cada faixa é uma surpresa totalmente diferente.
Ihsahn – Eremita
Ouvi esse álbum por pura curiosidade, e ainda fiquei abismado com ele. A primeira vista chega a ser um álbum confuso, mas nada que um pouco de atenção não resolva. O que chamou bastante minha atenção nesse álbum é a mescla de black metal com progressivo de uma forma bem diferente além da utilização do saxofone que fez toda diferença para mim, vide a faixa ‘The Eagle and The Snake’. Um álbum bem diverso e que me surpreendeu a cada faixa.
Incendiall – Sobre Status, Cartões e Cheques
Não poderia deixar de incluir uma banda brasileira aqui né, principalmente porque é daqui da minha terra. Incendiall que já entrevistei anteriormente aqui, foi uma das bandas que mais me chamaram atenção neste ano. As apresentações ao vivos são impecáveis e energéticas como o hardcore pede. E este é o primeiro trabalho dos caras e é excelente. Essa é o tipo de banda que toca o coração não pela sonoridade extremamente bonita, mas sim pela letra, que faz você repensar um pouco sobre a sua forma de conduzir a vida.
Les Discrets – Ariettes Oubliées…
Aguardei por este álbum ansiosamente mas já sabendo que ele não iria superar o anterior ‘Septembre et Ses Dernières Pensées’ nem de perto. Mas ainda assim esse álbum me surpreendeu bastante, a sonoridade continua quase que a mesma do álbum anterior que você não consegue explicar apenas ouvindo as músicas para sentir. Les Discrets é daquelas bandas que você vai ouvir para sempre e nunca vai enjoar. E bom, este novo álbum está muito agradável e foi um dos que eu mais ouvi neste ano.
Black Pyramid – Black Pyramid II
Esse daí é um dos álbuns mais legais do ano, power trio americano que faz um som direto e cru mesclando o stoner com doom, esse álbum é muito bem conduzido ao longo de suas nove faixas e pouco mais de uma hora de duração. Sem dúvidas que o Black Pyramid é uma banda singular e claro este novo trabalho não decepcionou nada, e como já disse, esse é um álbum legal porque é daqueles que dá vontade de pegar sua guitarra e querer fazer igual.
Electric Wizard – Legalise Drugs and Murder (Cassette EP)
Eu fiquei absurdamente maluco quando soube que esse EP saiu, só que o maior problema é que ele só foi lançado em fita K7 junto com uma revista e em edição limitada. O EP saiu em outubro e só consegui acha-lo para ouvir semana passada. E depois dessa procura, a audição dele se tornou logicamente mais prazerosa. Esse EP tem 6 faixas, sendo que duas delas já haviam sido divulgadas num single de mesmo nome que saiu somente em vinil de 7 polegadas. Logicamente que o senhor Jus Oborn não me decepcionou em nada nesse EP, o clássico stoner/doom do Electric Wizard ainda continua bastante criativo.
Decepção do ano: The Mars Volta – Noctourniquet
Esse álbum foi umas coisas mais chatas e entendiantes que eu ouvi esse ano e para começar, isso vem logo da banda que eu jamais esperaria por isto. Pois é o Mars Volta decepcionou e muito, depois de álbuns tão excêntricos como ‘Frances The Mute’ por exemplo, eles lançaram esse álbum que foi um total fiasco. Talvez isso tenha motivado a declaração da banda dizendo que iriam se dedicar a seus projetos paralelos. E a minha dica é: mesmo que esteja o mais curioso possível, tente passar o mais longe possível deste álbum.