Gostaria, inicialmente, de agradecer aos amigos do Groundcast e em especial ao Fabio Melo pelo convite de escrever sobre meus discos preferidos de 2013 (ou quase).
Steven Wilson – The Raven That Refused to Sing (and other stories)
Muitos aguardavam ansiosamente pelo lançamento deste álbum, especialmente depois do excelente álbum Grace for Drowning cuja tournê foi também muito bem sucedida. Tão bem sucedida que Steve decidiu escrever um disco dirigido para aqueles músicos que o acompanharam durante a tour. Na minha opinião, o álbum Grace for Drowning é de muito longe melhor que TRTRTS, pois apresenta sentimentos diversos e confusos em sua composição. Ok, estamos falando sobre o último álbum e sim, esse também é um disco que merece figurar no meu top 10 por ser um disco de composições tecnicamente maravilhosas e de uma produção impecável (basta ler a ficha técnica). A comparação é inevitável. Sabemos disso.
David Bowie – The Next Day
Mr. Bowie, não faça mais isso. Não nos deixe nessa aflição de tanto tempo sem um álbum … ou deixe … porque eu não reclamaria de esperar desde que todos os seus trabalhos fossem como este. Bom, por esta afirmação deve ser fácil notar que não sou fanático por Bowie e é justamente isso. Penso que ele produz discos excelentes alternados com discos não tão bons mas é fato que porcaria ele não faz. Destaco a produção do disco por nos levar facilmente a sonoridade dos anos 80.
Depeche Mode – Delta Machine
Desde Songs of Faith and Devotion (último com Alan Wilder no DM) que eu não ouvia um álbum top to bottom tão expontaneamente como foi esse. Produção forte e gorda. Recheada de ritmos de antigas drum machines e synths analógicos transbordando low end. É claro que esse disco não fugiria a regra e também tem a música cocozinho cantada pelo Martin Gore mas tá valendo. Os vocais de Dave Gahan se misturaram muito bem as composições nessa produção que eu ouso chamar de retrô pelo já citado aspecto analógico da coisa.
Anathema – Universal
Talvez eu não considerasse esse disco entre os 10 do ano se eu não tivesse assistido ao show em SP mas admito, afetou e muito meu julgamento. Falar de um disco ao vivo é o mesmo que falar sobre uma coletânea mas nesse caso foi diferente. Havia magia no ar. Produção maravilhosa e que faz mais sentido se assistirmos ao Blu-ray que foi produzido pelo grande e conhecido Lasse Hoile. Áudio muito bem captado e um primor de mixagem.
New Model Army – Between Dog and Wolf
Ao lado de Carnival (2005) esse é um álbum que precisei ouvir uma meia duzia de vezes pra começar a entender o contexto. Depois de entender a fórmula passei a adorar esse maravilhoso e peculiar álbum (e olha que NMA é peculiar em toda a extensão de sua carreira). Esse álbum tem sonoridade diferente ao que estamos habituados a ouvir dessa banda e parte disso é pelo envolvimento de Joe Barresi (Tool, Soundgarden …) que mixou o álbum.
Lifesigns – Lifesigns
Odeio a expressão old school mas é bem isso. Legal ouvir em 2013 algo que remete a ELP e ainda assim soar novo. Talvez porque o Post Prog tenha ganho maior espaço nos últimos anos. Bom, o fato é que esse disco contém viagens maravilhosas, verdadeiras landscapes e é impossível ficar ou continuar de mau humor ouvindo a esse álbum.
Fish – A Feast of Consequences
Seis anos sem lançar um álbum. Sem problemas. O inconfundível timbre vocal de Fish em composições extremamente bem arranjadas e instrumentais até mais complexos que no disco anterior 13th Star. Fish sempre chama a atenção pelas letras e dessa vez emplacou mais uma história dividida em partes (The High Wood). Viúvas do Fish ou não, baita disco !
Big Big Train – English Electric (Part Two)
Arranjos dignos de gente grande. O prog que crescemos ouvindo o vizinho louco do lado escutar sem entender absolutamente nada. Fico triste em ver que os caras são tão independentes que muitos até se esquecem deles. Os caras estão por aí desde 1992 e ainda dando a cara pra bater que é justamente o que acontece quando se produz independentemente.
Katatonia – Dethroned & Uncrowned
Insisto em dizer que as bandas dessas bandas de lá tem sonoridade parecida e esse disco em particular lembra um monte de outras coisas que já surgiram, mas isso não significa que não seja bom. Várias músicas pra cantar junto … ou até namorar (?). Arrisco dizer que esse é um dos álbuns mais bem produzidos desses caras. Ouvidos desatentos podem não notar que o que está na vitrola é Katatonia.
Marillion – Sounds That Can’t be Made
O melhor disco do Marillion até hoje. ‘Mas Will, esse disco é de 2012”. Eu sei … e como considero esse o disco da década, falarei sobre ele até 2021.
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Wil Geraldo é músico, engenheiro de som no Estúdio Cantara e também possui diversos projetos, entre eles o Violent Attitude If Noticed (V.A.I.N.).
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