Há mais de 10 anos, Coley e Maria, vindas de Olympia, Washington, têm se revezado nas funções de vocais, bateria e guitarra para criar músicas tão poderosas e sombrias quanto os céus de sua cidade natal. O sexto álbum da dupla, uma jornada entre post-rock, stoner rock, doom e black metal, confronta os horrores da vida com honestidade e fúria.
A faixa-título é uma ode de gratidão para seus ancestrais queer e trans, conhecidos ou desconhecidos, tudo isso numa canção de mais de oito minutos que alternam entre o post-black metal e o doom. Traz um sentimento de angústia, desespero e desolação.
Musicalmente falando é um disco de contrastes entre a guitarra distorcida e tétrica, tocada muitas vezes de forma simples e monótona, alternando com um lado mais calmo, com direito a uma balada em DTA, em um ritmo folk-pop escarnecendo dos EUA e mostra um protesto legítimo contra a alienação.
Há também muito groove dilacerante entre as músicas, com passagens ruidosas, psicodélicas, juntando o grito de todos aqueles que estão excluídos, uma forma não apenas de homenagear todos os que lutaram contra um mundo normativo, mas também aqueles que ainda lutam.
Apesar da intensidade e escuridão, Desolation’s Flower não é totalmente sombrio. O foco na força coletiva, na busca por conexão quando tudo parece perdido, ressoa nas letras e na sonoridade crua e progressiva da dupla. Logo, Desolation’s Flower não é apenas um mergulho na escuridão; é um chamado à ação quando tudo parece desmoronar. Em seu encerramento, com o som de ondas, o álbum destaca a natureza como castigo, refletindo o esforço constante da dupla em viver à luz do mundo em chamas.
Esse é o chamado de uma dupla de mulheres que esperam um mundo melhor e sabem que nada disso vem de graça.
Ragana - Desolation's Flower
Descrição: Foda em níveis inimagináveis.
Artista: Ragana
Álbum: Desolation's Flower
Gênero: Sludge, Drone, Experimental
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Nota Geral - 9/10
9/10