1. Ride the Last Sunrise (6:13)
2. Wonderful World (3:58)
3. Wanderer (3:58)
4. Hyperoïne (6:57)
5. To the Ground (6:39)
6. Silent at Last (5:24)
7. Dead Cities (7:46)
8. Invocation (1:26)
9. Rise Goddess (9:14)
1. Errant (5:01)
2. Sanctuaire (5:11)
3. God Mycelium (8:20)
4. Vulvaire (4:31)
5. All the Sacred Voices (1:15)
6. Urnacht (4:40)
7. Wind (8:58)
8. Erth (6:47)
9. Fire (8:07)
10. Space Departure (10:47)
Gênero: Atmospheric Sludge/Post-Metal, Pelagic Records
O grupo suíço Abraham pode ser chamado de intenso em sua totalidade. Seis anos após The Serpent, the Prophet & the Whore, o grupo nos apresenta um disco duplo repleto de muita coisa legal e diferente, com seu post-metal influenciado por música experimental, hardcore, que certamente vai agradar quem curte Neurosis e Cult of Luna.
Conceitualmente, suas temáticas regem o fim do mundo, sendo uma divisão que compreende quatro momentos, que dividem o trabalho em quatro discos, se considerarmos o formato vinil. O primeiro arco, denominado ANTHROPOCENE, compreende as músicas Ride the Last Sunrise. Wonderful World, Wanderer e Hyperoïne, que demonstra toda a sua fúria para dizer que a civilização está no fim. As melodias são mais velozes, mais desesperançosas, construídas numa mistura muito interessante entre o sludge e o metal mais convencional, com a ideia de, por meio da aspereza sonora e dos ritmos agressivos, evocar uma atmosfera de puro desespero. No segundo arco, PHYTOCENE, englobando as músicas To The Ground, Silent At Last, Dead Cities, Invocation e Rise, Goddess, as músicas se tornam mais experimentais, mais densas e ambientes, lembrando um pouco o trabalho LLNN, com o uso de drones, uma sonoridade mais próxima do doom / death metal, com vocais urrados e menos melodiosos. A perda de velocidade e o uso de ambiências serve para nos trazer um mundo fadado a se acabar por conta do processo irreversível de extinção das espécies animais e também por conta de ficar cada vez mais difícil de se conseguir oxigênio.
O terceiro arco, chamado MYOCENE, representado pelas músicas Errant, Sanctuaire, God Mycelium, Vulvaire, All The Sacred Voices e Urnacht, conta a terceira fase do fim do mundo, com bactérias tomando conta da vida vegetal, inspirando o grupo a buscar influências no free jazz, no rock psicodélica, no dark ambient e também no rock alternativo, tudo isto amarrado numa sonoridade que mistura belos andamentos de bateria, drones de guitarra, vocais limpos com outros mais urrados. Causa um pouco de estranheza, pois alterna momentos mais “normais” com viagens experimentais dignas dos grandes nomes do rock progressivo e se transforma na melhor parte deste trabalho. Em ORYKTOCENE, formado pelas quatro últimas músicas do álbum, é minimalista, lento, denso, com músicas que falam sobre o que sobrou da Terra e como seus sobreviventes precisam lidar com o que sobrou dela. Tem fortes influências de trilhas de ficção cientifica, o que certamente vai lembrar nosso ouvinte mais atento do disco do Twinesuns, sobretudo por trazer muita influência do Krautrock e do drone doom. É um momento que fecha magistralmente a obra.
No computo geral, Look, Here Comes the Dark! é e funciona como quatro trabalhos separados que se integram maravilhosamente bem. Entretanto, ele não é para qualquer ouvinte despreparado ou alguém acostumado com a música “normal”, uma vez que, dada sua densidade, precisa ser escutado com calma. Mas você que acompanha o Groundcast espera mesmo um trabalho desse quilate e potência, não deveria perder um só segundo de audição. Vale muito a pena.
Look, Here Comes the Dark!
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Nota Geral - 9.5/10
9.5/10