Começando esta pretensiosa matéria com este estilo, pelo fato de que para este que vos fala foi o destaque do ano (juntamente com alguns outros, mas em termos de estilo, foi O ano do estilo).
Darkjazz doomjazz
Este ano foi particulamente especial para esse estilo ainda pouco conhecido, o soturno e introspectivo dark/doomjazz. Com “releases” das principais bandas, sendo que a qualidade dos mesmos é bastante considerável e, como esperado, superou as expectativas em torno dos mesmos. Todos, sem excessão, acertaram aos seus modos na sonoridades, que apesar da convergência na proposta maior, é singular e identificável a cada banda.
Para este pretensioso diletante, eis o grande destaque do ano, lançamentos que configuraram um surto cinéreo e introspectivo que tanto agrada àqueles que admiram ambientações soturnas.
Bohren Club of Gore - Beleid
Cd sensacional! Apesar de curto, traz a participação de ninguém menos que Mike Patton, na bela “Catch my heart”. Ademais, dá continuidade à proposta experimentada no cd anterior que é utilizar na dosagem certa os recursos vocálicos, meticulosamente acertado. A proposta soturna, tão característica ao estilo continua presente, apesar de cada banda ter sua ‘id’ musical, algo que acontece inclusive (só que de modo mais tênue) com o TDKE e o TMFDJC.
The Kilimanjaro Darkjazz Ensemble - From Stairwell
Mais acostumados com o fator vocal em suas músicas, já que a voz da vocalista sazonalmente aparece de modo muito pertinente e peculiar, pode-se dizer que esse release foi mais do que acertado, quando comparado com alguns trabalhos anteriores, nos quais há alguns momentos de menor inspiração. Esse cd é fantástico, agradailíssimo do início ao fim; bastante inspirado e muito bem ambientado. Um dos cd’s que mais ouvi neste segundo semestre.
The Mount Fuji Doomjazz Corporation - Anthropomorphic
Antes, um breve adendo: “The Mount Fuji Doomjazz Corporation is the experimental Ambient/Noise/Drone/Jazz alter ego of The Kilimanjaro Darkjazz Ensemble, the self-acclaimed “mutant jazz”.” Como puderam ver, eis o “alter-ego” do Kilimanjaro, que não diverge muito da sonoridade, porém são trabalhos separados. Ambos conseguem manter o elevado nível e explorar nuances similares, com tênues gradações. Outro cd acertado e que demonstra o potencial elevado dos caras.
Este foi um ano intenso pro’s caras, pois há poucos dias lançaram o terceiro trabalho no ano, estes dois últimos comentados e um live do TDKE que será comentado jajá.
The Dale Cooper Quartet & The Dictaphones – “Metamanoir”
“The bizarre Dark Jazz cabaret has opened again. Finally, after years of waiting, the 2nd full length of the sophisticated experimental collective from France will be released. It features vocals of Gaëlle Kerrien (YANN TIERSEN) and all lovers of DAVID LYNCH movies, artists like KILIMANJARO DARKJAZZ ENSEMBLE or BOHREN UND DER CLUB OF GORE and blue cigarette smoke in dark bars will exult again.” Site Oficial
Este aqui, possui um lado mais eletrônico acentuado, mas mantendo a pegada darkjazz, não é tão doom quanto as bandas anteriores, mas ainda assim tem o “ar” soturno e introspectivo. O cd foi lançado no segundo semestre e merecedor de maiores atenções, dado o empenho dos músicos em sua confecção. Mais adiante, pretendo resenhá-lo com mais cuidado, por hora, deixo-vos apenas este ensejo ralo às futuras audições.
Segue o link para ouví-lo @streaming.
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The Kilimanjaro Darkjazz Ensemble ~ [Live] - I Forsee the Dark Ahead, If I Stay
Eis o último release do estilo no ano, datado da segunda quinzena de dezembro, esse é um registro ao vivo com releituras de trabalhos anteriores e com uma qualidade sonora de dar inveja a muitas gravações de estúdio. Realmente uma surpresa agradabilíssima de última hora que veio fechar em grande estilo este ano frugal para o estilo.
Este pode ser ouvido também @streaming (coisa que faço neste momento de escrita) alías, esse cd ficou sensacional! Sem sombra de dúvida foi o que eu mais ouvi nestes últimos quinze dias.
Para encerrar esse estilo ainda deveria citar o Kammerflimmer Kollektief e o seu último release Teufelskamin, contudo, como ainda não escutei-o e só fui saber de sua existência nesta semana de natal, a qual andou abarrotada de audições para que pudesse conceber esta resenha, deixo-o citado sem saber ao certo sua qualidade.
Próxima resenha: Post e Post Metal, vai render pano pra manga demais.