[Review] Generation.On.Dope – Ghosts (2012)

2 min


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Receber este disco do Generation.On.Dope foi uma grande surpresa para mim. Surpresa em primeiro lugar por ser um trabalho a resgatar o hard rock oitentista e revisitá-lo de forma mais moderna. Segundo, por ser um trabalho diferente dos que aparecem por ai.

O grupo possui uma forte base hard rock, sobretudo pela sua antiga banda, o Razzle Dazzle. Mas não espere aquela música fortemente calcada nos solos, vocais extremamente agudos e calças apertadas. Temos talvez o trabalho mais diferente deste gênero em anos.

Primeiro, podemos dizer que é um misto de vários gêneros, flertando com o heavy metal, o metalcore, a música eletrônica, o post-punk e até mesmo alguma coisa de pop-punk. Não deixa de ser metal ou mesmo pesado, é tudo de forma muito coesa e amarrada. Vai lembrar um pouco o meio termo entre o Bom Jovi dos anos 80 com alguma coisa da fase atual do In Flames, mas com menos brutalidade.

“J’accuse!” abre o disco como uma introdução, calma e bem tranquila.  “The Jackals” traz uma guitarra bem pesada, soando inicialmente como metalcore, aos poucos modificando-se para um hard rock com guitarras mais heavy metal. “Exit Strategy” tem uma pegada punk rock na linha do Green Day ou Offspring antigos, cadenciando para um som melódico e forte. “(I Called You) Misery” é uma balada pesada, no melhor estilo steampunk/cabaret, sendo a faixa mais diferente de todo o disco e vai mudando ao longo da música.  “Am I The Sun?” é um quase um metalcore na linha do Bullet For My Valentine, com um riff pesado de guitarra abrindo a música. “Take Two” é uma música mais rock’n’roll com um pouco de punk/rockabilly em doses homeopáticas, com excelentes passagens de baixo e uma linha de guitarra grudenta.  “Ghosts” é a faixa de trabalho, soando meio In Flames, meio Metalcore, com uma bateria mais técnica que nas outras músicas. É excelente como single e música comercial, possui personalidade. O cover de The Cure, “Burn”, surpreende. É uma bela música de heavy/hard com personalidade, sem deixar de lado a raiz da versão original.  “Statement” tem um lado mais death metal melódico, menos pesado e menos carregado. “The Longest Day” tem uma forte marca de música circense, com um refrão heavy metal, com uma base bem forte dos anos 80. “Ghosts” (reprise) é uma versão semiacústica da música que dá nome ao disco. Talvez, pelo menos para este resenhista, esta versão soe melhor que o single do grupo. E “Plan B” encerra de forma magistral o disco, com um som bem agitado e contagiante.

O disco é bem regular, sem muitos altos e baixos. Ele precisa ser escutado algumas vezes para ser bem digerido, mas certamente é um dos bons discos lançados em 2012. Vale a pena acompanhar o Generation.On.Dope, é uma banda muito promissora.

Faixas

1.  J’Accuse! (1:59)

2.  The Jackals (3:52)

3.  Exit Strategy (3:45)

4.  (I Called You) Misery (3:31)

5.  Am I The Sun? (4:05)

6.  Take Two (3:16)

7.  Ghosts (3:26)

8.  Burn (The Cure cover) (4:02)

9.  Statement (2:53)

10.  The Longest Day (3:26)

11.  Ghosts (Reprise) (4:02)

12.  Plan B (3:39)

Veja o clipe da música “Ghosts”


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.