Desde a saída de Vitor Rodrigues e com André Evaristo assumindo os vocais da banda, fiquei com muito receio de o grupo ter ficado desconfigurado, assim como ficou o VOODOO PRIEST, que soa como uma cópia da ex-banda do Vitinho. Desde o “Æquilibrium” dava para sentir que o grupo sofria de um desgaste muito grande em termos de criatividade. E com “Esquadrão de Tortura” temos um retrato de uma banda que, infelizmente, ficou presa na fórmula que criou para si.
Basicamente as músicas são uma avalanche de riffs bem rápidos, uma bateria agressiva e todo o conjunto de death/thrash metal que já conhecemos. Diferentemente dos grandes clássicos como “The Unholy Spell” e “Pandemonium”, o que se nota, talvez, seja a maturidade das composições, que algumas vezes flertam com o hard/heavy, vezes com o heavy metal. Mas nada que seja surpreendente ou diferente, embora ainda se escute um característico TORTURE SQUAD aí.
Talvez uma das minhas grandes críticas seja também pela temática ser voltada a história do Brasil, do nosso passado recente e ser cantada toda em inglês. É algo que também é recorrente a outros grupos brasileiros que, decerto, esperam uma projeção internacional. Não faz muito sentido falar da nossa ditadura usando um idioma estrangeiro, exceto, talvez, mostrar para algum eventual gringo o que aconteceu por aqui (ainda que de uma forma bastante superficial). É interessante, ainda mais uma banda com o público que tem, falar sobre isto. Mas exceto pela letra de “Pátria Livre”, as outras se preocupam em simplesmente contar alguma coisa do que aconteceu.
No saldo geral, é um disco bastante fraco, comparando com os anteriores. Até mesmo o “Pandemonium” soa melhor que este trabalho. Mas, ainda sim, é um disco bacana, se desconsiderar o passado e tentar ver o Torture como uma banda nova, que ainda precisa se reencontrar. Talvez num próximo disco, porque mesmo para fã este trabalho precisa ser melhor lapidado.