VALÉRIO EXTERMINATOR Guitarrista lança projeto de coletânea do Metal Mineiro

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Ao som de “Dying Smashed” (Attomica) inicio mais uma matéria para a Wargods Press. Durante a construção desse texto, vai rolar muito Metal nacional oitentista, que cumprirá a missão de inspiração e transpiração para que as lembranças possam aflorar com mais intensidade, e assim vou passando para o Word. Entrar nesse clima sempre me trás uma sensação muito agradável, tempos onde o que realmente nos importava era o som que saia de nossos instrumentos e vozes, e nosso protesto podia às vezes parecer ingênuo e imaturo, mas era honesto. Finalizando o parágrafo ao som de “O Lixo” (Stress).

A agressividade não era física e sim estética: camisas pretas com estampas demoníacas, cabelos longos, calças rasgadas, braceletes, bate boots, cruzes invertidas e suásticas. Subíamos a Avenida Afonso Pena, em direção aos encontros na Praça do Papa, e como eu me sentia indestrutível quando vestia minha roupa de super herói, que trazia os dizeres “See you in hell”, no colete jeans. Abaixo desses dizeres havia a imagem de um demônio fazendo carícias em uma freira, e ao fundo um cemitério; seria uma espécie de presságio (cemitério do Bonfim)? Ao som de “Black Church” (Insulter).

Preenchendo o desenho, havia lápides de Sid Vicious, John Bonham, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Bon Scott e Jim Morrison. Desenho esse pintado à mão pelo grande amigo André Maldito, que hoje é um artista plástico de destaque, com várias exposições internacionais. Curtindo nesse momento a banda mais foda das mais fodas, a demo do Freax. Nos anos 80 nossa mensagem atingia o alvo, sem a necessidade de questionamentos ideológicos. De headbanger para headbanger, e pronto. Tocando agora “Show Me The Wrath” (Sepultura).

Não havia necessidade de criar polêmicas, éramos aquilo ali, éramos o que éramos, uns mais revoltados com a sociedade, família e religião e outros mais ligados à curtição de ser jovem, roqueiro/metaleiro/punk e se sentir em algum momento um contestador do sistema. Ao som de “Insatiable Pleasure of Death” (Sextrash), “Midnight Madness” (Korzus), “Pelotão” (Holocausto), e ‘Total Extermination”(Exterminator).

Nessa matéria o assunto é mais uma vez os anos 80 e as bandas de BH, pois meu próximo projeto terá como objetivo resgatar a união dos músicos e de momentos especiais da década de 80. A ideia desse projeto se deu na última semana de setembro de 2018, quando enviei mensagens para alguns amigos integrantes de bandas de BH dos anos 80. No fone de ouvido rolando “The Grave” (Genocídio)

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Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.