Voyager – Fearless in Love

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A banda australiana Voyager está de volta com seu oitavo álbum, “Fearless in Love”, uma fascinante combinação de prog metal e synthpop lançado pela Season of Mist. Composto por Daniel “Danny” Estrin nos vocais e teclados, Simone Dow e Scott Kay nas guitarras, Alex Canion no baixo e Ashley Doodkorte na bateria, o grupo apresenta um trabalho excepcionalmente bom, com uma atmosfera cinematográfica e dramática.

“Fearless in Love” inicia com “The Best Intentions”, uma faixa alegre e descontraída, mesclando neoprog com pitadas de AOR, tal qual uma trilha sonora que o Genesis criaria para “Guardiões da Galáxia”. “Prince Of Fire” traz energia e vitalidade, com os vocais dramáticos de Danny e teclados que ecoam os elementos do pop dos anos 80, numa versão prog do Stratovarius. Destaca-se também “Ultraviolet”, com a participação do vocalista Sean Harmanis, do Make Them Suffer. Essa faixa combina new wave, prog metal e metalcore, com seus breakdowns e constantes mudanças de ritmo, resultando em uma canção complexa e impactante.

O álbum continua explorando influências eletrônicas e pop com “Dreamer”, uma mistura inusitada de The Human League, Yes e Deftones. A faixa seguinte, “The Lamenting”, apresenta um rock de arena envolvente, trazendo um refrão cativante que mescla pop com exageros espalhafatosos do metal. A influência do Awake, do Dream Theater, é evidente em “Submarine”, que resgata o neoprog presente no início do álbum. É uma canção pop, rock e metal, com uma pitada de saudosismo das trilhas sonoras dos filmes dos anos 80. Já em “Promise”, o synthpop oitentista e a new wave são abraçados novamente, resultando em uma faixa mais “comercial” e focada nos vocais.

Em “Twisted”, a banda incorpora elementos modernos de synthpop, combinando-os com elementos de heavy metal, resultando em uma música simples e envolvente. “Daydream” segue como uma continuação da faixa anterior, com uma sonoridade pop e envolvente, onde os sintetizadores e a voz têm grande presença. “Listen” traz uma base de pop eletrônico, mantendo a energia, mas já apresentando algum desgaste ao repetir ideias e fórmulas já apresentadas anteriormente. A última faixa, “Gren (Fearless in Love)”, encerra o álbum de forma magnífica e coesa.

No geral, “Fearless in Love” é um bom álbum de metal, especialmente acessível para aqueles que não são fãs do gênero. O fato de terem participado do Eurovision, que tem uma relação complicada com o metal, demonstra a abordagem mais pop e simplificada das composições da banda. No entanto, a repetitividade dos temas pode se tornar cansativa após uma audição mais atenta das músicas. Mais variedade nas músicas ou um apelo menos pop poderiam agregar maior diversidade ao trabalho. Ainda assim, “Fearless in Love” é uma excelente escolha para ouvir ou apresentar a quem busca um encontro entre o pop e o metal.