1. Come On and Play

2. The Beginning of a Journey

3. The King’s Last Speech

Instrumental rock / Neoclassical rock, Dunna Records

Pessoalmente eu tenho um certo asco de discos de guitarristas, do contrário do César, o podcaster que grava comigo. Isso decorre, sobretudo, por normalmente serem trabalhos que requerem algum conhecimento teórico ou são feitos apenas para quem pretende aplicar alguma coisa do que está ali em alguma música futura, talvez para estudos ou coisa do tipo. Não é à toa que eu respeito muito gente como Joe Satriani e Steve Vai, mas aquilo ali, definitivamente, não é para mim.

Feito esse preâmbulo, tenho notado o quanto o novos guitarristas vem se esforçando para justamente sair desse padrão e trazer ao mundo de pessoas meio ignorantes no instrumento, como este que vos resenha, alguma coisa que soe interessante, mas sem exigir um PhD em arpejo com harmônico em drop D#. Guilherme Costa é um músico com um domínio de técnica bastante interessante e uma formação musical sólida, tendo licenciatura em Educação Musical e também no currículo a participação como violonista em um grupo de MPB liderado pelo cantor Walter Cicarini.

Em seu primeiro registro, nota-se uma nítida influência de toda uma escola de bons guitarristas, esbanjando boas técnicas daquele rock neoclássico instrumental que fará os fãs de Steve Vai e Malmsteen curtir a beça este registro. Músicas agradáveis, sem apelar para um virtuosismo cafona e exagerado ou mesmo sem ousar muito, é um álbum que entrega uma música bastante convencional e bem executada.

Talvez o único problema com ele é que, com tamanha bagagem e informação, falta uma identidade mais marcante ao guitarrista, talvez trazer um pouco de todo o cabedal de influências e de seus estudos para seus futuros trabalhos. Em sua página no Facebook, o mineiro posta constantemente vídeos com covers de solos dos mais diversos, indo de Aerosmith a Pearl Jam. Talvez, num futuro próximo, tenhamos um pouco mais desse ecleticismo em suas canções.