ENTREVISTA: Magoth

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A Alemanha sempre nos surpreende com boas bandas e Magoth não é diferente. Tocando Black Metal com muitas influências dos anos 90 (a chamada segunda onda do Black Metal), a banda mostra muito potencial e é definitivamente uma banda que espero que continue a crescer. Conversamos com eles e você pode conferir esse papo abaixo.

  1. Para começarmos, podem nos contar a trajetória da banda?

MAGOTH: Magoth foi fundada em 2011 por Heergott. A intenção era representar toda a feiura e negatividade do mundo de uma forma musical apropriada e acompanhada dos pensamos e emoções de Heergott. Em colaboração com o guitarrista Mordath, seis músicas foram escritas e isso formou a base do Magoth. Em 2013 Mordath deixou a banda.

No mesmo ano o companheiro de longa data, Shagnar, se tornou o principal guitarrista da banda. A sinergia entre ambos deixou a banda mais dinâmica. Shagnar se tornou compositor para ajudar Mordath no disco “Anti-Terrestrial Black Metal” de 2017.

A procura por um baterista foi um tanto quanto complicada, pois eles não estavam procurando apenas alguém que soubesse tocar. Em 2015 Widrir foi contactado. Impressionados como ele era agressivo e poderoso tocando, não restava dúvidas que ele se tornaria uma peça indispensável no disco lançado em 2017.

Os planos para publicar o material já existente se concretizaram quando Shagnar criou o selo “shagnART music” e possibilitou que a primeira demo, intitulada “Der Toten Gesang” de 2016 fosse finalmente lançada.

Devido a demanda de shows a banda apresentou um baixista convidado para as apresentações, mas pouco depois Havoc foi anunciado como o baixista oficial da banda. A primeira era da banda começou com o lançamento de “Anti Terrestrial Black Metal” em 30 de maio de 2017. Após vários shows com essa formação, nós apresentamos a banda Magoth.

Quais são as suas influências?

MAGOTH: Musicalmente nós somos inspirados por várias bandas da segunda onda do Black Metal. Vocês conhecem as bandas clássicas, mas agora nós deixamos que os ouvintes descubram as similaridades.

Nas temáticas nós somos bastante influenciados pelas nossas próprias percepções e filosofias e acima de tudo, a negação da sociedade e seu sedutor Mammon.

Andamos em volta com olhos abertos para ver o que os outros estão tentando conter. Nossa visão é focada no todo e como nós encaramos os padrões de pensamento. Usamos o conhecimento como protesto.

A banda tem uma demo (Der Toten Gesangt) de 2016 e o disco Anti Terrestrial Black Metal de 2017. Como foi a aceitação desse material?

MAGOTH: Nossa demo “Der Toten Gesang” foi o primeiro material official and foi um grande passo para o trabalho que veio a se chamar “Anti Terrestrial Black Metal”. A resposta para a demo foi ótimo, conseguimos vender tudo em apenas um ano e os paralelos com o black metal dos anos 90 foi sempre enfatizado.

O lançamento do primeiro disco “Anti Terrestrial Black Metal” foi algo fora das nossas expectativas. O disco recebeu um feedback excelente, conseguimos entrevistas ao redor do mundo e muitas pessoas compraram o disco – dentro e fora de nosso país – e para ficar ainda mais supreendente, recebemos inúmeras mensagens de fãs e alguns inclusive disseram que eles ouviram o disco várias vezes em um só dia.

A edição limitada (numerada a mão) foi vendida completamente em 11 semanas e devido a demanda nós relançamos o disco e foi da mesma forma vendida rapidamente. No nosso site shop.magoth.de você pode ver e comprar nosso merchandising.

Vocês poderiam falar um pouco do processo criativo de vocês, tanto das composições quanto das letras?

MAGOTH: Todo o nosso trabalho é criado em conjunto, mas com liderança individual. Heergott é o principal compositor e processa todas as nossas ideias nesses trabalhos, que são moldados pelo caráter de cada membro da banda. Nossas músicas amadurecem durante os ensaios e, assim, internalizam esse personagem único. As letras são criadas principalmente por Heergott e Shagnar. Para o próximo álbum, Widrir também participou com algumas idéias. O tema conceitual exigia que trabalhássemos muito para escrever esse storyboard. Continuamos a história que começou com “Anti Terrestrial Black Metal”. As quatro figuras se retiram para uma caverna para refletir sobre o que experimentaram no mundo exterior.

 

Vocês são da Alemanha, país que moro desde 2014. É muito comum que as pessoas falem para eu ter cuidado, pois uma parte do público Black Metal se identifica com idéias nazistas. O que vocês pensam sobre isso e acreditam que existe um motivo para tal?

MAGOTH: Nós odiamos a relação da extrema direta com o Black Metal, especialmente porque o gênero é muito mais do que essa limitação politica. Ele é ilimitado e carrega muita mais significa do que simplesmente mensagens de ódio. Infelizmente todos os gêneros tem seu lado radical e o black metal não seria diferente e essas pessoas usam a música de forma errada.

Nós não apoiamos e nunca concordaremos com isso.

Estamos na era da internet e sabemos que não é difícil de conseguir fazer download de música ou filme ultimamente. Mesmo países como a Alemanha que possuem regras severas para parar o download não consegue impeder que isso aconteça, qual a opinião de vocês a respeito?

MAGOTH: Depende muito do ponto de vista e da mensagem do artista. Alguns podem odiar, mas acreditamos que verdadeiros artistas veem uma mensagem muito maior por trás de tudo isso. Espalhar uma mensagem é muito mais importante do que ganhar dinheiro e as leis nunca proibiram as pessoas de fazerem coisas erradas.

No final acaba sendo uma questão de ética pessoal.

Anti Terrestrial Black Metal é um dos melhores discos que ouvi nos últimos anos dentro do Black Metal. Para mim foi o mesmo impacto de quando eu escutei algo do Der Weg einer Freiheit. Qual é a direção da banda para o próximo lançamento?

MAGOTH: The first era – Anti Terrestrial Black Metal – focus the band’s self-discovery while the upcoming era will show that Magoth has already chosen his place in this world. As we mature as humans and artists so does Magoth’s subject matter and music. At the same time we remain true to ourselves and our way.

Se vocês não se importam, gostaria de saber o motivo do disco se chamar AntiTerrestrial Black Metal e da onde vem o nome da banda.

MAGOTH: “Anti Terrestrial Black Metal” questiona os rigidos padrões que seguram a sociedade. É direcionado totalmente contra a situação atual de nossa sociedade. Anti Terrestrial resume nossa mensagem em duas palavras, é como um aviso.

Já nosso nome se origina das escrituras de Abraham of Worms. Magoth é um espirito planetário embaixo da bandeira de Lucifer, Leviatã, Satã e Belial. O nome descreve nossa intenção: a união dos espíritos e a visão como um expectator de fora. Magoth não age como um demônio maligno, mas sim como a engrenagem em volta do todo.

Quais os planos da banda para a segunda metade de 2018?

MAGOTH: Estamos para finalizar a segunda era da banda que também será marcada por um show exclusivo no final do ano.

Obrigado pela entrevista, agora o espaço é de vocês para dizer algo aos nossos leitores.

MAGOTH: Pense por você mesmo, questione autoridade, continue blasfemando.

 

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