Diary of Dreams – Melancholin (2023)

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Eu tenho uma relação de amor e ódio com o Diary of Dreams. É uma das minhas bandas / projetos favoritos e, ao mesmo tempo, lança álbuns que considero abaixo do mediano. Mas confesso que Melancholin me surpreendeu positivamente.

Depois do Ego:X, todos os lançamentos do grupo se pautavam numa musicalidade repetitiva, monótona, que tentavam recuperar alguma coisa dos primeiros discos. Eram excelentes produções, mas sinto que faltava algo ali.

Mein Werk Aus Zement começa forte, impactante, com uma bateria bombástica e alguns riffs de guitarra bem legais. The Secret, que eu já tinha ouvido na época que saiu como single, é um electro-darkwave dispensável, cansado, que tenta emular alguma coisa próxima do Clan of Xymox. Uma pena, porque a música é repleta de boas ideias com uma execução pouco inspiradora.

Viva La Bestia é o Diary of Dreams fazendo um bom darkwave, ainda que seja pouco criativo, é uma música com peso, força, inclusive com algumas partes mais heavy metal. Gedeih & Verderb é um synthpop / rock alternativo que é passável. O que me deixa um bocado apreensivo nessa música é que os elementos são todos bons, mas não conseguem manter coesão.

My Distant Light segue a linha geral de outras músicas da banda, com um arpejo fora de lugar e uma percussão perdida. A impressão que eu tenho é de ouvir alguma música dos discos anteriores, pois falta personalidade. The Fatalist parece que as coisas dão uma acordada e traz uma música dançante, agitada. Contudo, ela parece também com alguma coisa que eles já fizeram antes.

All Is Fragile comprova que baladas não são o forte da banda. Dispensável, esquecível, ela junta um monte de clichês que não deveriam estar mais juntos. Beyond The Void poderia ser uma música dos anos 1980, inclusive ela mostra muito o poder da voz do Adrian Hates e, pessoalmente, acho a música mais bonita desse disco.

Welt Aus Porzellan é o que eu espero de uma música mediana do Diary of Dreams. Sombria, introspectiva, com uma percussão épica e forte. Não é a melhor música desse disco, mas salva o time nos acréscimos do segundo tempo. Tränenklar fecha o disco e tem tudo aquilo que faltou no resto do álbum, tem o peso da percussão, o piano que inicia faz sentido e todos os elementos se conectam muito bem.

No geral é um disco mediano, ainda demonstra uma banda que precisa se sentar e repensar nos próprios clichês. Acho muito melhor que os discos pós-Ego:X, mas ainda sim falta personalidade, falta carisma, falta aquele toque de musicalidade que faz o Diary of Dreams ser o Diary of Dreams.

 

Diary of Dreams – Melancholin (2023)

Gênero: Darkwave / Electro

  • Nota Geral - 6.5/10
    6.5/10
6.5/10

Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.