Disco Experimental do Dia: Piirrah (2002)

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Disco Experimental do Dia é um projeto para o mês de agosto, onde será apresentado, a cada dia, um álbum experimental que você deveria conhecer, deveria ouvir e, acima de tudo, deveria curtir.

Gosto muito de darkwave, mas me incomoda que quase tudo dentro do gótico, depois de um tempo, fica repetitivo. Se você conhece The Sisters of Mercy, Bauhaus, Siouxsie and the Banshees e Diary of Dreams, você conhece quase tudo que existe de sonoridade dentro do gótico. Não que isso seja ruim, dá consistência para o estilo e também uma marca para reconhecer. Mas também abre pouco espaço para inovação ou mesmo para mudança e mesmo quando alguns entram para uma proposta mais vanguardista, no fundo fica numa mesmice que eventualmente me incomoda.

Dvar não passa por isso. Aliás, é a melhor banda gótico que nunca existiu. Explico: ninguém sabe as identidades dos integrantes, somente que são russos, eles não fazem shows, não se apresentam em nenhum lugar, cantam num idioma inventado. E não são exatamente darkwave, uma vez que suas músicas nem sempre são sombrias, o que lhes rendeu o rótulo de “lightwave” em alguns locais. Rótulo, aliás, que só se encaixa neles.

Piirrah é o primeiro trabalho deles e confesso que até hoje sinto dificuldades para tentar entender exatamente o que é o DVAR. Ele soa como muita coisa ao mesmo tempo, mas nada se parece com eles. Inspiram-se na cabala, usam uma linguagem que é montada com base nas línguas semíticas como o árabe, o hebraico e o aramaico. Também relacionam essa mesma linguagem ao idioma enochiano que diz ser a mesma língua que os anjos falam.

Talvez esse disco seja desconfortável a uma primeira e a uma segunda audições, mas se dê essa chance ao procurar por eles no Spotify ou no seu serviço de streaming favorito.


Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.