Full of Hell and Nothing – When No Birds Sang (2023)

Eu conheci o Full of Hell por causa do collab que eles fizeram com o Merzbow e o grupo de grindcore, a cada colaboração, se entremeia num caminho denso, pesado, dissonante e destruidor.

“When No Birds Sang” é um álbum colaborativo entre Full Of Hell (grindcore) e Nothing (shoegaze) e o que esperar desse trabalho? Espere um disco que se aproxima muito do metal industrial do Godflesh com a introspecção do My Bloody Valentine.

Neste disco o terror existencial une os diferentes sons das duas bandas, trazendo uma sensação de angústia que corta o ouvinte a cada música. Combinando o shoegaze etéreo da Nothing com a agressividade do grindcore da Full of Hell, apresentando uma reflexão mais profunda sobre o que acontece depois da morte, o que resta após tudo acabar.

Dividido em atos ou movimentos, com seis músicas variando de quatro a oito minutos cada, com cada faixa permitindo que se sinta o estilo de cada banda, começando com a brutalidade do Full of Hell, indo ao som melancólico e triste do Nothing e, aos poucos, uma mescla de estilos que vai flertar com o shoegaze, o black metal atmosférico, o metal industrial e o rock alternativo.

O álbum é vagamente baseado em “The Falling Man”, uma fotografia do 11 de setembro, explorando temas de morte e controle. A fotografia, feita por Richard Drew, mostra um homem caindo da torre norte do World Trade Center, que mostra um desespero genuíno diante da morte e, ao mesmo tempo, uma forma de se libertar dela.

Por isso a atmosfera dessa música é uma sinfonia sinistra e expansiva, com uma sensação que mescla a aceitação, o desespero, a angústia e ambiguidade, que pode ser vista na capa do disco, que divide os estilos das duas bandas e, ao mesmo tempo, os incorpora.

Inclusive escute as faixas na ordem, elas farão muito mais sentido do que escutar música por música aleatoriamente. Seus ouvidos vão me agradecer.