[Resenha] Bluyus – #Rock (2017)

2 min


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  1. Asas
  2. Búfalo
  3. De Pai Para Filho
  4. Jardim
  5. Luz
  6. Nada Mais
  7. Porto
  8. Promessas
  9. Razões do Coração
  10. Vento
  11. Todo Amor
  12. Velhos e Bons Tempos

Pop rock, Independente

Quando eu entrevistei o Alexandre (muito gente boa, aliás), eu tinha ouvido muito de relance o disco. Confesso, gostei na época do que ouvi, mas para fazer resenha eu preciso de muito tempo para prestar atenção em algumas coisas. E, sendo bem sincero, eu vejo aqui um trabalho de uma honestidade muito grande.

Não é algo que vai mudar a sua concepção de música, muito menos reinventar o rock em português. E não precisa. Tudo é muito bem executado, numa levada bem na linha Barão Vermelho, Rita Lee e, com um pouco de boa vontade, Engenheiros do Havaí. E é exatamente nisso que este disco se torna interessante, uma vez que as referências não falam mais alto que a própria identidade do trabalho, pois as músicas não soam como cópias.

Asas tem um começo meio pop/country, é de um lirismo muito bonito, com uma linha de guitarra que puxa um pouquinho de hard rock aqui e acolá. Bússola é a melhor música em termos de produção e arranjo, com uma guitarra bem presente e uma linha de bateria muito bonita, além de um baixo muito presente. É a que tem o melhor conjunto do disco todo. Eu sou um grande fã de rock psicodélico e a De Pai Pra Filho arrisca um pouco, mas não funciona. Talvez tenha faltado arriscar mais, ousar um pouco mais, porque parece que os riffs são reciclados da primeira música, a despeito de uma letra bonita. Jardim, uma faixa acústica, é um pop muito competente, com poucos elementos de rock. Luz arrisca também nos arranjos psicodélicos e soa um pouco melhor, mas ainda não chega lá. Esse teclado no fundo não combina, ele não harmoniza com o resto da canção. O teclado ganha destaque em Nada Mais, quase entrando na new wave. Tem uma pegada melancólica e um refrão bem grudento, que funciona de forma muito competente.

Curiosamente, em Porto, arrisca-se um pouquinho de post-punk/new wave, que funciona maravilhosamente bem. Lembra brevemente até mesmo David Bowie, o que é muito estranho, uma vez que é uma canção bem rock. Promessas tem uma boa influencia psicodélica (e sem aquele teclado incômodo) e que fica muito bom. O conjunto soa incrivelmente bem, inclusive com algumas boas referencias ao progressivo dos anos 1970 (se tivesse um vocoder e um mellotron então…). Razões do Coração é um soft rock com boas influências, como Scorpions e Whitesnake. Senti falta de um pouco de peso, mas para a proposta da banda casa direitinho. Vento tem o que falta na música anterior e apresenta um rock da melhor qualidade, simples, direto e sem rodeios. Todo Amor começa com uma voz em lo-fi, para depois entrar com um hard rock, com uma linha que fez falta em algumas canções do disco. Confesso que se o álbum seguisse a linha dessa música, seria excepcional. Velhos e Bons Tempos retoma as influências de country e de hard rock e soa exatamente como a primeira música, o que se torna perfeita como encerramento deste trabalho, inclusive com o teclado psicodélico que, desta vez, faz muito sentido.

No geral, é um bom disco. O que incomoda um pouco são as tentativas de psicodelia, que em muitos casos soam forçadas. Além disso, faz-se urgente variar um pouco a tônica das músicas, com o tempo elas se tornam um pouco parecidas, ainda que bem tocadas e com músicos de alto gabarito.

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Bluyus - #Rock
  • Nota Geral - 7.5/10
    7.5/10
7.5/10

Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.