[Resenha] Dinnamarque – One Spirit of a Thousand Faces (2020)

2 min


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1. Fight

2. Path of Warrior

3. The Death Dresses White

4. Revelations

5. Evil Celebrities

6. Krusty Eyes

7. Battlefields

8. Reason

9. Changes

10. Clash of Mind

11. One Spirit of a Thousand Faces

Heavy metal, Independente

Minas Gerais é um Estado com uma tradição fortíssima no metal, com bandas importantes para a cena, tais quais Sepultura, Sarcófago, Attomica, Overdose, entre outras. Aliás, a cena rock mineira sempre foi muito rica e sempre trouxe muita coisa legal e nesse caldo todo veio o pessoal do Dinnamarque, com seu disco de estreia muito bem construído e produzido.

Há sempre espaço para quem quer fazer uma música bem executada sem precisar reinventar e é nesse modelo que a banda mineira aposta. É um bom heavy metal moderno com influências de muitos lados, soando consistentes e coesas no conjunto.

Fight é a primeira faixa e também o single que foi trabalhado pelo grupo. O começo remete um bocado ao heavy metal sinfônico, com uma pegada que faz justiça a grandes nomes do power metal alemão, como Gamma Ray e Blind Guardian fase-Battalions of Fear. Melódica, com um refrão bem gostoso de ouvir e bem cadenciada, Fight já empolga o ouvinte e o prepara para as canções seguintes. Path of Warrior tem uma leve influência do que o pessoal chama de djent em algumas linhas de guitarras e eu acho uma das faixas mais interessantes pela pegada com um pouco de sintetizador, que mostra uma tentativa ousada de trazer uma novidade para algo tão quadradão quanto o heavy metal. The Death Dresses White traz um conjunto padrão de guitarra e voz/coral estilo anos 1980, o que eu acho sempre bem-vindo quando feito com qualidade, até porque sou muito fã de farofada daquela época. Inclusive dá para notar uma leve influência de post-punk nas linhas de guitarra na introdução da música, o que entrega a intenção de revival dessa música.

Saindo dos anos 1980 e adiantando o relógio, somos tragados para um metal mais moderno em Revelations, com forte uso de bateria e um pouco de hard rock, aliado a uma proposta de fazer um som diferente do que foi apresentado nas faixas anteriores. Evil Celebrities acrescenta um pouco de groove, numa canção sobre serial killers que se transformaram em espetáculo ao longo da história. Tem um pouco daquela guitarra estilo djent e um baixo monstruosamente bem executado. Depois me chama bastante a atenção em Krusty Eyes a levada no estilo Gamma Ray / Primal Fear, com muito peso, muita bateria e uso menor de vocal agudo. Isso traz força e gás para a canção, um ponto positivo.

Battlefields é um bom power prog, com arranjos de teclado e de guitarra muito bons e, pessoalmente, mostram uma banda que busca um direcionamento um pouco fora de apenas heavy metal. Reason é uma boa balada pesada, boa para tomar um fôlego. Contudo, ela tem uma construção no mesmo estilo de bandas como Cinderella e Whitesnake e sinto que deveriam ter investido a produção nesse som, com aquele som atmosférico. Changes é uma canção que faz um apanhado geral do que já foi explorado em outras canções e ficaria melhor se ela estivesse antes. O vocal mais grave e teclado dão uma cara daquele power metal do começo dos anos 1990 que soa interessante.

Clash of Mind é algo próximo do power/thrash na linha do Nevermore e a música com menos enfeites e detalhes. Uma bela pedida para anunciar que o disco se aproxima de seu final. One Spirit of a Thousand Faces tem uma pegada mais direta e mais próxima do metal oitentista e tradicional, com presença de guitarras.

No geral, um excelente disco nacional, muito bem-produzido e que não faz feio. Tem muito a mostrar ainda e traz esperanças de um segundo trabalho ainda mais promissor.

Dinnamarque – One Spirit of a Thousand Faces
  • Nota Geral - 7.5/10
    7.5/10
7.5/10

Editor, dono e podcaster. Escreve por amor à música estranha e contra o conservadorismo no meio underground.